Capítulo 18

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O clima estava tenso no dia seguinte. Lena usava óculos escuros e havia tomado pelo menos três comprimidos para a ressaca. Infelizmente, ela não era uma bêbada esquecida. Ela se lembrava dos detalhes de tudo que aconteceu e continuava mandando olhares indecisos para Kara, que parecia tão normal como sempre. Ela estava dividida entre julgá-la por não ter parado seu avanço bêbado ou agradecer pela noite incrível que tivera.

William Day percebeu alguma coisa diferente e usou alguns minutos a sós com Lena para tentar arrancar alguma informação dela. Winn chegou pouco depois do combinado, carregando uma pasta amarela nas mãos. Todos entraram no escritório de William e se acomodaram nas cadeiras de couro.

"O que ele faz aqui?" William questionou ao ver o distintivo de Winn preso ao cinto.

"Ele é um amigo. Acredite, está aqui para ajudar no caso." Kara acenou para Winn falar.

Ele limpou a garganta. "Infelizmente alguns de meus colegas tende a ter pressa em fechar seus casos. E, por esse motivo, ignoram algumas provas. Eu, por outro lado, considerei todos os lados e fatos e sei que não foi a senhora Olsen que cometeu o crime."

"Como pode saber disso?"

"A detetive Danvers andou fazendo suas próprias investigações e descobriu algumas coisas bem interessantes." Ele abriu a pasta e deslizou um papel sobre a superfície de madeira. "Este é um extrato da conta bancária do senhor Olsen dos últimos dois meses. Vemos que, até quando ele continuou entre nós, a movimentação era razoavelmente normal para um advogado do porte dele. O senhor Olsen não tinha um seguro de vida, mas possuía uma conta bancária bem recheada. Cerca de dois milhões de dólares. Dois dias após sua morte, esta conta foi completamente zerada. Nós sabemos que não foi a senhora Olsen, pois ela estava na cadeia neste meio tempo."

"O que isso quer dizer?"

"O motivo foi dinheiro." Kara afirmou o óbvio. "E outra coisa."

"É quando eu entro com... isto." Winn colocou duas folhas sobre a mesa. "Mensagens de texto. Entre alguns encontros com prostitutas, algo nos chamou a atenção. Ele mantém contato direto com o mesmo número todos os dias. Só podemos suspeitar de quem é este número, mas sabemos que não é da senhora Olsen ou da senhorita Lane, as principais suspeitas."

"Pode ser uma agência de prostituição." William comentou. "Ele tinha uma tendência para isso."

"Nós checamos, é um telefone pessoal. E podemos ver que as mensagens são sempre diferentes. Também podemos ver que elas ficam mais... raivosas com o tempo. Parece que eles começaram a discutir cerca de dois meses antes do assassinato acontecer. Infelizmente, a maioria das discussões foi feita pessoalmente, como podemos ver que eles marcaram de se encontrar em motéis."

"Que ótimo." Lena resmungou. "Pegar doença de motéis baratos."

"Não eram tão baratos. E ele não pagava tudo. Era dividido. Por sorte, temos um ótimo contato e ele conseguiu o número do cartão da outra pessoa que pagava metade do quarto."

William se inclinou e ajeitou a gravata. "São ótimas informações, eu posso levar isso até o tribunal e..."

"Aguarde um minuto, senhor Day." Kara ergueu uma mão para silenciá-lo. "Nós temos mais algumas pistas."

"É mesmo? Vocês andaram trabalhando, não é?"

"O que descobrimos de mais importante é que a suposta amante do senhor Olsen, na verdade, é homem."

Lena arregalou os olhos. "COMO É?!"

"Falamos com o recepcionista do hotel. Apesar da divisória para não ter reconhecimento facial, ele reconheceu as vozes. Era o senhor Olsen e sempre o mesmo homem."

Olho por olho - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora