Capítulo 14

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"Como consegue manter a calma com alguém gritando bem no seu rosto?" Nia havia perguntado aquele dia depois de James Olsen se retirar do prédio correndo ainda lívido de raiva.

Kara havia apenas dado de ombros. Normalmente, teria aumentado a voz um pouco também, mas havia se mantido tão calma quanto sempre sonhou em ser naquelas situações. Ela podia imaginar o motivo.

Um mês se passou, os dois anos se tornaram três, e Kara não procurou mais por Lena. Não que estivesse com medo da promessa de seu marido ou porque havia perdido o interesse, mas sabia melhor do que correr muito atrás de uma mulher escorregadia e assustada.

Olsen estaria fora do país na próxima semana, se o seu contato estava correto, e seria a hora perfeita para se aproximar de Lena mais uma vez. Enquanto isso, ela solucionou alguns casos e selecionou outros para tentar resolver, continuou dando relatórios para a sra. Perci e aturando seu senhorio maluco.

Lena estava longe de ser vista quando ela chegou na casa. No primeiro dia, considerou normal. No segundo, considerou que talvez tivessem mudado mais uma vez. No terceiro, criou esperança de que a mulher apenas estava com medo de sair e topar com ela. No quarto, estava preocupada. No quinto, considerou chamar um de seus amigos da polícia. Mas, no sexto, percebeu que ela havia viajado com o marido.

Medo dela se aproximar da mulher?

Imagine.

Kara desistiu de sua vigília constante sobre a casa e tentou voltar a se concentrar em suas tarefas. Sua cabeça não estava perdida, seus pensamentos não estavam desordenados, sua mente não estava cheia. Ela podia trabalhar normalmente, afastando os pensamentos do casal Olsen viajando juntos para alguma conferência chata. Sua mente era bem treinada para se concentrar apenas no importante. Por isso, o pensamento se tornou apenas uma coceira no fundo de seu cérebro, até receber a notícia que Olsen estava de volta ao trabalho duas semanas depois.

Os pensamentos, então, se libertaram e se deixaram ser 'pensados' novamente.

Ela ignorou os riscos e foi à casa no mesmo dia que recebeu a ligação. Foi William Day que ligou. Achou que deveria saber. Suas palavras. O carro de Olsen estava estacionado na garagem e havia bastante barulho dentro de casa. Não era um bom dia para se aproximar. Ela voltou no dia seguinte e no dia depois daquele, mas a casa estava sempre cheia de algum jeito. Ela sabia porquê. Olsen estava com medo de deixar a esposa sozinha para a grande e má detetive conseguir falar com ela.

Ele não pensou, no entanto, que as pessoas iriam apenas se cansar e querer ir para casa quando ele demorasse demais – provavelmente comendo a secretária. Lena ficou sozinha na sexta noite. Kara não demorou mais que um minuto para tocar a campainha.

Lena parecia saber que ela iria aparecer, pois abriu a porta logo depois e não parecia nem um pouco surpresa.

"Disse que me deixaria em paz se respondesse às suas perguntas." Comentou parecendo cansada.

"Eu disse que a deixaria ir." Kara sorriu. "Não que a deixaria em paz. Cumpri minha promessa."

A morena suspirou. "Sabia que deveria ter sido mais clara." Murmurou para si mesma.

"Desculpe se lhe sou de algum incomodo, senhora Olsen, peço que perdoe minha intromissão na sua noite tão bela, mas tenho mais algumas perguntas."

"Então vai me deixar em paz?"

Kara balançou a cabeça com pesar. "Temo que não posso fazer isso."

"Por que?! Por que você continua aparecendo? Tem alguém me investigando? Alguém pagou para você fazer isso? Qual o seu problema?!" Lena cruzou os braços, parecendo ao mesmo tempo irritada e frágil.

Olho por olho - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora