Your eyes.

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Harry me buscou às 18h em ponto. Antes mesmo de meu horário de trabalho iniciar. 

Ele vestia um terno azul marinho com estampa de flores e eu nunca, nem em meus sonhos, imaginaria-o vestindo algo do tipo. Olhando-o assim eu quase conseguia esquecer de que ele havia me sequestrado. Quase.

Eu vestia um simples vestido preto, liso e até a altura dos joelhos. Calcei um sapato de salto nude e coloriram meu rosto com uma maquiagem simples. Meus cachos foram penteados e trançados, deixando-me com uma longa trança em meu lado esquerdo.

Novamente eu sequer fazia ideia de onde iria, mas dessa vez eu não fazia planos de fuga. Aceitei meu destino como uma boa perdedora e apenas peço para ter um pouco de paz no final de tudo isso.

Não quero sair daqui e correr em busca de meus pais, não quero retornar ao lar imaginário de conto de fadas que tive. 

Honestamente, nada mais quero.

Nada?

- Annabeth. - Ele me chama. A voz rouca. - Chegamos.

Minha mente divagou enquanto Harry Styles conduzia o carro e mal notei quando ele estacionou.

Ele abre a porta e sai, fazendo com que me limite a copiar seus atos.

Harry estica a mão para mim, mas não a pego. Ele se irrita e revira os olhos, agarrando meu braço com certa força e puxando-me.

Atrás de mim, o carro preto e reluzente de Harry é acompanhado por duas motos de seguranças de Nadine que me observam como se eles fossem os caçadores e eu a caça.

A minha frente, um caminho de pedras que nos leva em direção a um restaurante pouco movimentado em um bairro igualmente calmo e tranquilo.

Ao nos aproximarmos do local, Harry sibila ao meu lado.

- Não ouse tentar fugir outra vez. 

- Tá bem. - Apenas concordo.

- Estou falando sério, Annabeth. Se você tentar escapar de mim de novo, a mato.

Engulo em seco.

- Não fugirei. - Respondo encarando por um breve segundo seus olhos verdes.

Ele solta meu braço e segura minha mão mesmo contra minha vontade, nos conduzindo para dentro do estabelecimento.

Já posso sentir o cheiro da comida, o que faz meu estômago roncar.

Harry diz seu nome à recepcionista e somos conduzidos a uma mesa afastada do belíssimo restaurante, onde ela nos entrega o cardápio e rapidamente se retira.

Estamos sentados frente a frente. Não sei como agir. Não sei o que estamos fazendo aqui e nem o que Harry quer de mim. Sinto-me perdida e inerte.

- Escolha o que vai comer. - Ele me quebra de meu transe.

Baixo os olhos para o cardápio em minha frente.

Tenho fome, mas não sei o que escolher, pois parece que não conseguirei comer de qualquer forma. Os olhos dele queimam em mim, porém me recuso encará-lo e depois de muito fingir estar realmente pensando no que comer, acabo por fechar o cardápio e pousá-lo na mesa.

- O que vai ser? - Ele pergunta. - Annabeth olhe para mim, faça o favor.

Relutante, ergo o rosto em sua direção.

- E então? O que vai comer? - Ele está ficando mais irritado.

- Spaghetti ao sugo. - Dou de ombros.

Stockholm Syndrome.Onde histórias criam vida. Descubra agora