› oito.

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   FELICITY BATUCAVA OS DEDOS EM SUA PERNA, numa tentativa quase nula de afastar todo o nervosismo que preenchia o seu corpo durante o trajeto de vinte minutos até o seu apartamento. O rádio do táxi tocava alguma música aleatória que a garota cantou junto durante todo o refrão, ela se recordava de ouvi-la em algum lugar, mas não sabia de onde. Naquela altura, se perguntava se todos irem a sua casa realmente era uma boa ideia. Não que ela tivesse algo a esconder, mas lá ela não teria como fugir de nada, e isso de certa forma a preocupava. Estava com Emma e Ashton em um táxi, enquanto Luke, Calum e Michael dividiam outro que vinha logo atrás. Tentou se manter positiva diante da situação, não tinha nada para dar errado, afinal.

   A fotógrafa estava sentada no banco do passageiro enquanto os seus dois amigos dividiam o banco de trás. Sua atenção, que antes estava presa em suas próprias mãos, foi desviada pro banco traseiro, onde fixou o olhar em sua melhor amiga, que parecia estar tão perdida e preocupada quanto ela. Felicity sabia que assim como seria difícil pra ela, pra Emma seria centenas de vezes pior.

  Depois de mais alguns minutos, ambos os carros estacionaram em frente ao edifício onde a fotógrafa morava. Era um prédio de tijolos, localizado próximo ao Hyde Park e ao Palácio de Kensington. Não era tão grande, mas era espaçoso o suficiente para Felicity. Resmungou quando Emma pagou a corrida ao motorista e suspirou quando desceu do carro, vendo todos os seus amigos fazerem o mesmo. Buscou por suas chaves dentro de sua bolsa e destrancou a porta de entrada ao prédio, entrando no mesmo junto com os seus amigos e entrando no elevador. Felicity mantinha o seu olhar fixo no visor que indicava os andares, encostada na parede do elevador, sinalizando com a cabeça quando o mesmo para no quarto andar.

   —  Bem vindos ao meu cafofo. — Felicity quebrou o silêncio ao abrir a porta de seu apartamento, dando espaço para os seus amigos entrarem primeiro.

   Trancou a porta atrás de si e pendurou a sua bolsa no cabideiro, tirando os seus tênis e os deixando em um canto. Por sorte, seu apartamento estava em ordem, claro que havia algumas coisas fora de lugar e alguns copos sujos na pia, mas nada além disso. Tudo ali tinha a cara dela, parte de suas fotografias favoritas estavam penduradas pelas paredes, incluindo, algumas que havia tirado durante o seu período de trabalho com os mesmos.

   — Cafofo? Longe disso, Fefe. — Michael foi o primeiro a falar  alguma coisa, caminhando com Ashton até os quadros na parede da sala. — Suas fotos, mais Felicity impossível.

   Felicity riu baixo e concordou com a cabeça, caminhando até a cozinha pra pegar o telefone. Discou o número de uma pizzaria já conhecida por ela e fez os pedidos, sabia quais eram os sabores que seus amigos gostavam, então não precisaria perguntar novamente. Enquanto Felicity finalizava os pedidos, assistiu o melhor amigo adentrar a pequena cozinha e apoiar os cotovelos no balcão, segurando o seu rosto entre as mãos, assistindo ela. 

   — Oi, golden boy. — Sorriu, colocando novamente o telefone no gancho.

   — Pizza, como nos velhos tempos?

   — Acertou. — Felicity afirmou com a cabeça, apoiando as mãos no mármore da bancada. — Como você está? 

   Perguntou sem demoras, pois conhecendo Luke do jeito que ela conhecia, sabia que ele fingiria que nada estava o afligindo, mas a sua cara de paisagem não enganava Felicity. Luke suspirou, fazendo a amiga rir devido ao bico que se formara em seus lábios.

   — Eu sinto falta dela. — Murmurou, fazendo o coração de Felicity apertar. — Quer dizer, sem ela é tudo tão chato e sem graça. Até a Petúnia sente.

   Felicity sorriu minimamente ao se lembrar da cachorrinha do casal, que sempre fora muito apegada a Emma. Ela melhor do que ninguém, sabia como fora difícil para ambos superar o término — que até hoje ardia em seus peitos —. Incontáveis foram as vezes em que Luke ligara para a amiga, chorando em meio a madrugada, balbuciando que não conseguia ficar sem Emma, se lastimando mais e mais a cada dia que passava pois em sua concepção, o maior culpado era ele.

best years · calum hoodOnde histórias criam vida. Descubra agora