Capítulo 8

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-- Abre os olhos, Sarah! -- Will manda, pagando no meu braço. O carro parou. É agora.

-- Não.

-- Não fode. Abre os olhos. -- Will diz irritado mas com diversão. Abro os olhos devagar. Olho ao meu redor e esse lugar me parece muito familiar. --Vamos.

Will sai do carro e me junto a ele. Estamos no penhasco. Dou um sorriso envergonhado. Ele me trouxe aqui de novo. Mordo o lábio, não contendo o sorriso no meu rosto. Ele deixou os faróis ligados.

-- Bem-vinda ao meu lugar favorito. -- Ele diz com um sorriso no rosto.

-- William....

Ele faz careta. O que é muito engraçado.

--Você não me chama, assim.

--Mas deveria. -- digo.-- Desculpa... por ter acusado você. Achado que...

Ele ergue as mãos e me olha curioso.

-- Eu me divertir muito. -- fala pensativo. -- É muito mais difícil do que parece, continuar com a ideia de  matar você.

-- É porque não convive vinte quatro horas comigo. -- tento brincar.

Will olha nos meus olhos me  cativando no mesmo instante que nossos olhares se encontram. Ele parece querer saber o que estou pensando.

-- Esse lugar é muito bonito. -- digo me aproximando ainda mais da beirada. Olhando para cima. 

-- Eu gosto de ficar sozinho aqui. É um bom lugar para pensar. -- ele diz -- mas depois que trouxe você aqui...  fiquei apenas pensando em como te trazer de novo.

Sorrio. Fecho os olhos, recebendo a brisa fria e o som dos ventos nas árvores. É muito gostoso de ouvir.

-- Obrigada, por me mostrar esse lugar. -- digo maravilhada, olhando para o céu. É tão bonito. Dormir olhando para as estrelas deve ser maravilhoso.

--Gosto da sensação que esse lugar me proporciona. Perto da beirada. -- Will se aproxima ainda mais da beira. Ficando por um fio. -- Vejo o quanto somos pequenos. Frágeis e inúteis.

--Gosta de se sentir assim?

--Sim. -- Ele volta a me olhar e se afasta ficando ao meu lado. -- Gosto da sensação de que somos pequenos. Que eu sou frágil. E não indestrutível.

--Você não é indestrutível. -- digo, tento ser o mais suave possível. -- Somos permeáveis. Estamos subordinados a sermos fracos e mortais.

Will me fita por um breve momento.

--Mas não quer dizer que não possamos nos sentir assim. -- contínuo.

Uma breve lembrança me invade. Eu beijei Will aqui. Nosso primeiro beijo. Abaixo minha cabeça e massageio minha testa.

-- O que foi?

Encaro a escuridão e as árvores la em baixo.

-- Você me trouxe aqui naquele dia que estava bêbada.

Will da um sorrisinho.

-- Claro. Tive que levar você toda vomitada para casa.

Escondo meu rosto entre as mãos.

-- Não me lembra isso. Eu estava...

-- Toda babada.

Faço uma careta de nojo.

-- Ai. -- suspiro frustrada. -- Eu não quero lembrar.

--Mas você fica muito bonitinha
. Seu fedor então....

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