-- Abre os olhos, Sarah! -- Will manda, pagando no meu braço. O carro parou. É agora.
-- Não.
-- Não fode. Abre os olhos. -- Will diz irritado mas com diversão. Abro os olhos devagar. Olho ao meu redor e esse lugar me parece muito familiar. --Vamos.
Will sai do carro e me junto a ele. Estamos no penhasco. Dou um sorriso envergonhado. Ele me trouxe aqui de novo. Mordo o lábio, não contendo o sorriso no meu rosto. Ele deixou os faróis ligados.
-- Bem-vinda ao meu lugar favorito. -- Ele diz com um sorriso no rosto.
-- William....
Ele faz careta. O que é muito engraçado.
--Você não me chama, assim.
--Mas deveria. -- digo.-- Desculpa... por ter acusado você. Achado que...
Ele ergue as mãos e me olha curioso.
-- Eu me divertir muito. -- fala pensativo. -- É muito mais difícil do que parece, continuar com a ideia de matar você.
-- É porque não convive vinte quatro horas comigo. -- tento brincar.
Will olha nos meus olhos me cativando no mesmo instante que nossos olhares se encontram. Ele parece querer saber o que estou pensando.
-- Esse lugar é muito bonito. -- digo me aproximando ainda mais da beirada. Olhando para cima.
-- Eu gosto de ficar sozinho aqui. É um bom lugar para pensar. -- ele diz -- mas depois que trouxe você aqui... fiquei apenas pensando em como te trazer de novo.
Sorrio. Fecho os olhos, recebendo a brisa fria e o som dos ventos nas árvores. É muito gostoso de ouvir.
-- Obrigada, por me mostrar esse lugar. -- digo maravilhada, olhando para o céu. É tão bonito. Dormir olhando para as estrelas deve ser maravilhoso.
--Gosto da sensação que esse lugar me proporciona. Perto da beirada. -- Will se aproxima ainda mais da beira. Ficando por um fio. -- Vejo o quanto somos pequenos. Frágeis e inúteis.
--Gosta de se sentir assim?
--Sim. -- Ele volta a me olhar e se afasta ficando ao meu lado. -- Gosto da sensação de que somos pequenos. Que eu sou frágil. E não indestrutível.
--Você não é indestrutível. -- digo, tento ser o mais suave possível. -- Somos permeáveis. Estamos subordinados a sermos fracos e mortais.
Will me fita por um breve momento.
--Mas não quer dizer que não possamos nos sentir assim. -- contínuo.
Uma breve lembrança me invade. Eu beijei Will aqui. Nosso primeiro beijo. Abaixo minha cabeça e massageio minha testa.
-- O que foi?
Encaro a escuridão e as árvores la em baixo.
-- Você me trouxe aqui naquele dia que estava bêbada.
Will da um sorrisinho.
-- Claro. Tive que levar você toda vomitada para casa.
Escondo meu rosto entre as mãos.
-- Não me lembra isso. Eu estava...
-- Toda babada.
Faço uma careta de nojo.
-- Ai. -- suspiro frustrada. -- Eu não quero lembrar.
--Mas você fica muito bonitinha
. Seu fedor então....
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Escuro Destino.
RomansSarah Roberts. Uma menina doce e que sempre teve que lidar sozinha com suas responsabilidades. Abandonada pela mãe é criada por seu pai que ao lado da sua madrasta não mede esforços para mostrar que não a quer em sua casa. Quando um dia de trabalho...