Capítulo três

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Nagini, sua história nunca foi escrita ou contada, mas foi sentida, a história de uma mulher bela por natureza, mas amaldiçoada pelo seu sangue.

Sua maldição era virar cobra e passar dos anos virar uma para sempre, foi isso que a mulher me contava, a mulher que se declarava a minha mãe, uma bruxa ou quase isso.

_ Por favor, sente-se, irei contar como tive você. - Falou com uma voz chorosa, mas meiga.

_ Nagini, uma cobra. - O dia podia ficar ainda mais confuso? Como pode ser possível? - Minha curiosidade estava me matando.

_ Quando nasci, já tinha uma maldição e fui abusada por isso. - Não acho que deveria perguntar sobre o assunto. _ Meus pais não queriam uma aberração, então fui dada para um circo.

_ Isso é horrível. - Concordou.

_ Minha família eram bruxos da alta sociedade mágica, mas mesmo sabendo que não teriam mais filhos devido a minha mãe, meu pai optou a me dar para o circo e lucrou com isso. - Pessoas sem carácter. _ Anos depois, conheci um Black. - Sorriu.

_ Era o meu possível pai?

_ Sim, ele sempre ia nas minhas apresentações e sempre pedia ao dono do circo para conversar comigo, mas o dono era uma pessoa egoísta demais para deixar. - Suspirou relembrando o seu passado, mas logo retomou sua fala: _Dois anos se passaram e o Black continuava indo me ver...

_ Mas...

_ Mas certo dia, fugi com um amigo que fugia de Grindelwald, segui ele até chegar em Londres, onde avistei o Black. - Ela gostava de sorrir. _ Ele continuava lindo, pálido e seus cabelos escuros como o breu.

Não me parecia com nenhum dos dois e ainda tentava saber como fui concebida por uma cobra... Será que tenho essa maldição?

_ Quando ele me viu, correu até mim e me roubou um beijo. - Alisou seus lábios. _ Um beijo que nunca tive em toda a minha vida, a partir daquele dia passamos a morar juntos. - Ficou em silêncio. _ Sempre me prometia que nada iria acontecer conosco, mas aconteceu.

_ Como sempre. - Sussurrei.

_ Como alguns Black não sabiam de minha linhagem, acharam que eu era uma nascida trouxa ou pior, uma mestiça, mas sou uma puro sangue. - Era novidade. _ Me chamo Nagini Selwyn e seu pai chamava Deneb Black.

O dia estava realmente louco, não sou mestiça ou muito menos nascida trouxa, mas aquilo que nunca pensei em ser, uma sangue puro... Só falta me dizer que estou prometida a Voldemort.

_ Me casei com ele, mas Grindelwald mudou o mundo por anos e a guerra que ele queria, iria acontecer. - Aconteceu. _ Tive você em 1940, no auge da guerra. - Confuso. _ Ficamos preocupados com sua vida, porque alguns estavam dizendo de uma mestiça nascida com o sobrenome Black.

Minha cabeça não aceitava mais informações, mas ela queria saber de tudo, até mesmo de coisas insignificantes.

_ Grindelwald só queria os puros e foi em agosto que seu pai teve a ideia de te levar ao futuro, um futuro que para ele não teria guerra. - Parou de falar para se recompor. _Em setembro foi a nossa despedida, seus cabelos pretos cacheados eram tão lindos de se ver, minha pequena.

_ Então a minha fisionomia mudou. - Concordou.

_ Mas seus olhos continuam iguais. - Retomou a conversa central. _ Seu pai te embalou numa manta e colocou o vira-tempo no pescoço e envolta de você, passei horas de angústia, sofrendo por deixar minha menina ir para um futuro que não sabia o que estava acontecendo.

_ Mais uma guerra. - Comentei.

_ Quando seu pai voltou, ele estava fraco, mas estava bem, ele me contou que mudou sua aparência e te entregou para um casal de trouxas, que te amaram assim que te viram e te nomearam como Hermione Jean Granger.

A Estrela de VoldemortOnde histórias criam vida. Descubra agora