Capítulo quinze

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_ Me chamou, mamãe? - Bato à porta e entro no quarto.

Ela estava ansiosa e temia por algo, ela andava de um lado para o outro, falando algo que não entendia, mas quando parou, respirou fundo e se sentou na cama.

_ Por favor, sente-se. - Mostrou a cadeira e me sentei. _ O que tenho para falar pode mudar talvez o seu sentimento pelo meu mestre.

_ Como assim? - Estranhei o assunto.

_ Vi você dormindo com ele. - Sinto minhas bochechas quentes. _ E você ainda fede a sexo. - Fez uma careta. _ Me desculpe por falar assim do nada, mas você realmente o ama?

A observei, tentando enxergar o motivo daquela pergunta. Peguei sua mão e acariciei, fazendo aquilo até que tivesse uma resposta concreta para dá-la.

_ Sim, pode parecer que fui enfeitiçada por dizer isso ou estou sendo controlada. - Sorri. _ Mas sei que o amo de corpo e alma e isso pode doer no futuro, mesmo assim, irei continuar amando-o. - Meus olhos estavam marejados.

_ Quando o conheci na Albânia, tive que contar sobre minha vida e nessa conversa comentei sobre você e... - Parou de falar e respirou fundo. _ Ele me pediu você em troca de sua lealdade.

_ O quê? - Soltei sua mão.

_ Fiquei desesperada, mas tive uma ideia de que poderia te salvar, fiz um pacto de sangue com o Lorde. - Neguei, não queria mais ouvir. _ O pacto poderia salvar você, o pacto era que quando você descobrisse toda a verdade e sentisse bem, você seria do Lorde, se assim desejasse.

_ Você me vendeu! - Levantei-me irritada.

_ Mas o meu acordo foi diferente, meio que troquei o acordo quando ele dormia. - A olhei sem entender. _ Meu acordo iria ligar o sangue de vocês, se vocês se amassem e soubessem disso nos seus corações, logo seriam ligados eternamente. - Respirei fundo. _ E ontem o pacto foi completo. - Estava incrédula.

_Mamãe, me entenda, posso amá-lo e respeitá-lo hoje, mas não saberei se amarei no futuro, os sentimentos mudam. - Preciso pensar. _ Posso amar ele para sempre e esse sentimento pode aumentar pelos anos, ou pode diminuir com as horas.

_ Eu sei, sei que fui burra por ligar vocês de uma forma tão errada e grotesca, mas era a única coisa que poderia salvar você.

_ Me salvar do quê? - Tentei ficar calma. ­_ O que vocês estão me escondendo?

_ Seu pai está vivo. - Confessou e fiquei estática no lugar.

O que ela falou? Quem estava vivo?

_ Por que não fui informada disso? - Fui até ela. _ Onde ele está?

_ Ele quer te matar devido ao Dumbledore. - Então...

Minhas pernas tremeram e não sabia o que fazer, ou pensar. Não queria pensar que estava ligada ao Tom, isso não era de todo mal, mas ainda preciso aceitar isso.

Mas saber que meu pai estava vivo e que queria me matar, me desestabilizou. O que deveria fazer? Harry, o que deveria fazer? Se pudesse confiar em vocês novamente...

Saio daquele quarto abandonando minha mãe, desço a escadaria e saio pela porta principal, queria sair dali o mais rápido possível.

Queria meus pais de verdade, queria que tudo que estava vivendo fosse uma mentira.

Aparatei para o meu lugar de sossego, onde poderia gritar e chorar por anos, aquele lugar me entendia.

O campo era concentrado em rosas-brancas e o céu era de um azul tão intenso, que refletia nas flores, o meu banquinho perto da estátua ainda continuava intacto e sem delongas, corri para ele.

_ Por que sempre que vem aqui para chorar? - Perguntou a voz melodiosa.

A estátua que carregava uma cesta de flores de metal, me observava com seus olhos sem vida de bronze.

Ela saiu do seu posto e se sentou ao meu lado, colocando meus cabelos atrás de minha orelha.

_ Acho que aqui é o único lugar que poderia me entender, me sinto bem chorando aqui. Mas me conte, como você está, Chistalya? - Tento parar de chorar.

_ Nada disso, mocinha. - Sorriu. _ O que houve para voltar no meu lindo campo? - Abriu os braços, me mostrando o campo. _ Na última vez que veio aqui, chorava pelo Weasley e seus cabelos eram marrons caramelo. - Notou as minhas diferenças.

_ Estou estranha, não estou? - Negou, mas continuei e ela ouviu todos os acontecimentos que passei nesses meses.

_ Você está ligada a uma pessoa que você já ama e está com medo de não a amar no futuro? Então esqueça o futuro e viva o agora! - Como se fosse fácil. _ Não precipite o que não aconteceu ainda. - Tinha razão. _ Suas confusões estão em você para que apenas você possa entendê-las e tirar aproveito delas.

_ Suas palavras são tão calmas e avassaladoras, que parece que minha vida é uma piada para o seu conhecimento. - Zombei.

_ Cada vida que passou nesse campo só continha tristeza e infelicidade, mas você sempre veio aqui quando precisava desabafar o que sentia e para colocar tudo em ordem.

_ Queria vir mais vezes.

_ Hermione, você é uma mulher inteligente o suficiente para saber que não podemos prever o futuro e sim, senti-lo e caminhar sobre ele.

Ela sempre falava coisas estranhas que no final sempre estavam certas e apreciava isso.

_ Mas respondendo sua pergunta anterior, estou bem, as flores me fazem companhia, mas o céu me dá a felicidade de ver o conteúdo que todos escondem.

_ E o que seria? - Estava curiosa, como sempre.

_ A dor. - Parecia pensativa. _ Você está sofrendo antes da hora, mas o céu sofre todos os dias e esconde, mas em um ano, numa época específica, o céu irá explodir de tristeza e todos saberemos o que ele sentia.

_ Está prevendo o futuro? - Não falou.

_ Os humanos são o mesmo, são seres que escondem o que sentem por medo. - Como eu. _ Voltarei para o meu posto, fique o quanto quiser, as rosas gostam de você.

A vejo voltar e ficar na mesma posição de antes, acariciando o céu como se pudesse ser acariciando.

Observo as rosas farfalhar pelo vento, pareciam conversar entre elas e isso me lembrava de um livro.

Alice no País das Maravilhas.

E com tanta coisa para pensar, comecei a escutar algo, o vento trazia algo com ele e talvez todos que estavam ali, me entendia.

"Se pudesse escolher, apenas escolher o meu destino, escolheria estar contigo. Mas o destino é mal e dependemos dele, mas como seria a cantiga dita pelo destino? Seria amarga como minha vida, ou amorosa como as rosas? Diga-me, o que sente?"

Após escutar esse pequeno poema, aparato novamente para mansão, via aquela casa branca como o início de tudo, o início da guerra que teríamos no futuro.

Um futuro que estou precipitando novamente.

Entro na mansão e vejo minha mãe descendo a escadaria toda machucada e chorosa.

Corro até ela e a seguro, antes que caísse e se machucasse ainda mais. A sentei no degrau e começo a curá-la.

_ O que aconteceu? - Tentei me comunicar com ela, mas ela não dizia nada. _ Me fale! - Gritei, a retirando do seu transe.

_ Dumbledore. - Falou aquele nome com custo, mas logo retomou a fala: _ E seu pai. - Aquilo me deixou pasma.

Total de palavras: 1.174.
Revisado: 06/08/23.

A Estrela de VoldemortOnde histórias criam vida. Descubra agora