A prova.
Foi isso que meu cérebro registrou quando acordei naquela linda manhã de sábado, com passarinhos piando na minha janela no maior estilo Branca de Neve.
Exceto que faltou eu estar no bosque, não ter um Bambi adorável para me lamber ao acordar e não ter prova para fazer. Branca de Neve, sua sortuda.
Joguei-me para fora da minha cama e fui me arrastando pelos corredores para chegar até a cozinha. Meus pais não estavam lá, talvez estivessem no clube. Bem a cara deles, me abandonar aqui, a mercê da minha própria sorte. Sozinha, abandonada, com fome...
Decidi parar de ser uma Drama Queen mental e depois de comer meu café da manhã, troquei de roupa e me enfiei debaixo dos livros. No sentido literal do termo, sabe como é, vários livros espalhados pela minha escrivaninha e essas coisas.
Estava achando meu celular quietinho demais, porém assim que tive tal pensamento, ele vibrou. E não com uma, mas duas mensagens, de duas pessoas diferentes.
Respirei fundo, contei até dez e rezei para estar tomando a decisão certa.conversa no WhatsApp
• Matheus
Any?
Dá para devolver minha coca hoje à noite?Oi! Não vai dar, tenho prova segunda
Quem sabe outro dia? Bj• Vizinho
Posso ir aí?A porta tá aberta
- Isso definitivamente não é seguro. – Falou Joshua, assim que apertei o enter.
- Cara, você tem a senha do meu Wi- Fi?
Ele deu de ombros.
- Somos muito íntimos, vizinha.
Ri.
- Conta outra.
- Vai sair com seu namoradinho hoje?
Arqueei minha sobrancelha esquerda, desconfiada.
- Nop. Tenho que estudar. E ele não é meu namorado.
- Hoje é sábado. – Contestou. – Vocês vivem juntos, ele é seu namorado.
- E daí? Ainda assim tenho que estudar. – Respirei fundo, sorrindo. – Ele não mesmo meu namorado.
Ele suspirou.
- Por que me deixou entrar, então, se você tem que estudar?
- Eu não sei. Meu sexto sentido me diz que você pode ser útil. Surpreenda- me, vizinho. – Comentei, apontando para uma segunda cadeira na minha escrivaninha.
- Você nem faz ideia... – Sussurrou com um sorriso sacana.
Para minha eterna surpresa, apesar de Joshua fazer um curso bem simples na faculdade, ele estava longe de ser de humanas. Pelo contrário, dominava as ciências exatas de uma maneira maravilhosa.
Explicou tudo que eu não havia entendido e tinha uma paciência infinita quando eu repetia errado algo que ele tinha acabado de me ensinar. Ele só ria e me explicava de novo.
- Você não fica bravo quando respondo errado?
Ele sorriu.
- A vida é muito curta para perder tempo com isso. – Falou ele, colocando a resposta do exercício no espaço em branco da página.
Foi um sábado de estudos que realmente rendeu muita coisa. E ainda descobri que Josh era bom em matemática, quem diria?
Depois do estudo, minha mãe fez um bolo de chocolate para nós e aí fomos para o nosso programa preferido que era se esparramar na sala e assistir um filme qualquer. Minha mãe possuiu o notebook e eu estava com preguiça de conectar a Netflix na TV, portanto, assistimos a um filme que estava passando na TNT. Muito chato por sinal. No meio do filme comecei a tirar foto dele e postar no Snap, coisa que o fez ficar bravinho e me fazer cócegas como castigo. Tirei uma foto nossa pela câmera frontal. Eu estava horrível, mas ela tinha ficado tão fofa, tão espontânea. Ele estava com uma almofada em cima da cabeça, prestes a jogar em mim e eu estava olhando para a câmera com uma expressão de socorro.
- Vou revelar essa. – Falei, mostrando para ele a foto em questão.
Ele riu.
- Desde que não seja para mandar para mim, está tudo bem.
- Ah, por que não? Ficaria tão fofa na sua escrivaninha! – Comentei, salvando a foto na galeria.
- Querida, eu não quero ter um ataque cardíaco toda vez que acordar ao ver essa sua cara feia.
Joguei uma almofada na cara dele.
- Babaca.
Assim foi meu sábado.
E em meu coração, eu sentia que queria que todos os meus sábados fossem exatamente iguais aquele.
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Não tenho nada pra falar hoje kkk
See you later⚡
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Burn with you - beauany fanfiction
FanfictionVou falar do meu melhor amigo. O melhor amigo que eu poderia ter arrumado para a minha vida. Nós éramos totalmente disfuncionais, totalmente opostos, mas acho que era justamente isso que fazia a gente funcionar tão bem juntos. Veja bem, não éramos...