Passei a manhã inteira evitando o Matheus. É, também não sei o porquê. Rafa disse que eu estava bem aérea durante a aula, Let me chamou três vezes antes de eu finalmente respondê-la, e Anna precisou me furar com a ponta da caneta para eu prestar atenção no que ela falava.
Minha prova estava até fácil, mas sem querer, disse uma das respostas em voz alta quando Daniel me chamou, e quase fui parar na diretoria. Para ter uma noção da minha situação, Renato escondeu meu celular na primeira aula e devolveu quando meu pai estava virando a esquina para eu ir embora.
Ele tinha pegado meu celular e eu nem havia percebido de tão lenta que estava naquele dia.
E o motivo era um só: Joshua.
Ontem ele estava diferente dos outros dias. Parecia mais cansado, mais pálido, mais magro, porém de alguma forma, seu sorriso estava mais claro, seus movimentos mais vivos e ele estava inspirando uma felicidade que nem eu mesma sabia de onde vinha. Tinha alguma coisa acontecendo com ele. Isso era um fato.
E eu não descansaria até descobrir o que era.
Assim que cheguei ao apartamento, corri para dentro a fim de pegar o sinal do Wi-Fi, mas para minha grande decepção, não havia mensagens de Josh e ele não estava online. A última mensagem tinha sido a minha, um solitário "Tenha uma boa noite você também". Dei de ombros.
Fui ao meu quarto, troquei de roupa e fingi que estava tudo certo. Almocei com meus pais, mas não escutei o que eles conversavam. Apenas comi.
Veja bem você: Eu não estava apaixonada por Josh. Eu saberia se estivesse e eu não estava. O que sentia por ele era tão grande que fugia do interesse amoroso da coisa. E olha que eu só o conhecia há nove dias.
Quando deu três horas da tarde e ainda estava sem mensagens dele, resolvi ligar. Liguei três vezes e apesar de ter chamado da primeira vez, as duas seguintes caíram direto na caixa postal, como se ele tivesse ignorado minha ligação de propósito e desligado o celular em seguida.
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•Matheus
Any
E a minha coca?Sorri ao ver a insistência de Matheus nessa coisa toda. Respondi a ele dizendo que a gente podia se encontrar na sorveteria de sempre e corri para tomar banho. O frio de ontem passou muito rápido e São Paulo voltou ao seu maravilhoso calor de cinquenta graus. Coloquei uma regata, um short e meu chinelo, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e corri porta fora, depois de deixar um bilhete "Fui até a sorveteria, volto logo e te amo" para minha mãe.
Antes de pegar o elevador, bati na porta do 94, mas ninguém estava. Franzi a face, mas deixei para lá. Estava quase trancando a porta quando vi uma mensagem de Rafa.
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• Rafa Mozao
Pedro disse que viu seu boy saindo do bar
Junto com a políciaOi?! Queria muito saber a fundo essa história, mas não tinha tempo. Apenas tranquei a porta e sai, sem responder minha amiga.
- Olá! – Cumprimentei Matheus com uma acenadinha quando cheguei à sorveteria. Ele sorriu para mim, acenando de volta. Fui até onde ele estava. O filho da mãe já estava comendo.
- Nem me esperou? – Reclamei, com um biquinho.
- Não. Mas... – E aí ele apontou para um sorvete super chique na frente dele. – O seu já está aqui. Perdoado?
Baguncei o cabelo dele, sentando ao seu lado e puxando o sorvete até mim.
Ficamos conversando por mais umas duas horas, até meu pai ligar e pedir gentilmente que eu voltasse para casa. E assim eu fiz, depois de um beijo de cinema espetacular na entrada do prédio.
- Claro que está.
Ficamos conversando por mais umas duas horas, até meu pai ligar e pedir gentilmente que eu voltasse para casa. E assim eu fiz, depois de um beijo de cinema espetacular na entrada do prédio.
Na volta para casa, porém, não resisti. Eu tropecei e quando fui ver, nossa, já tinha tocado a campainha do 94. Nossa, uau.
- Any?
Finalmente algum humano naquele lugar!
- Oi, Laura. Hm, o Joshua está? – Ela deu um sorrisinho mínimo e se afastou para eu entrar.
- Claro. Vira à esquerda, última porta do corredor.
A casa deles ainda estava cheia de caixas fechadas, mas era claro, bem parecida com a minha e dessa forma o quarto dele ficava exatamente no mesmo lugar que o meu.
- Josh? – Chamei, batendo na porta. Ele não respondeu, mas eu sabia que ele estava lá. – Vizinho?
- Gabrielly? O que está fazendo aqui? Vai embora. – Resmungou baixinho. Ouvir aquilo doeu, mas não desisti.
- Estou te procurando desde quando cheguei da escola. Me deixa entrar. Por favor. – Pedi, calmamente. Esperei mais uns dois ou três minutos atrás de sua porta e quando estava prestes a ir embora a porta abriu.
Josh estava horrível. O queixo arranhado, o olho roxo, o galo na testa. Parecia que tinha sido atropelado.
- Mas o quê...?
Ele rolou os olhos.
- Me meti em uma briga. No bar.
Suspirei, me jogando na cama dele.
- Está de castigo? – Ele riu.
- Castigo? Eu tenho vinte anos de idade, Any.
- E ainda mora com seus pais. – Alfinetei, revirando os olhos. Ele coçou a cabeça, mas não pareceu envergonhado. Só triste. – Eu não quis dizer isso...
- Não, está tudo bem. – Ele hesitou. – Eu estou bem, Gaby. Não precisa se preocupar comigo.
Encarei o chão.
- Certo. Bom. Então já vou indo. – Ele sorriu, vindo até mim e beijando meus cabelos. Tinha uma certa tristeza no gesto.
- Vai lá.
Cheguei em casa ainda meio atordoada. Tomei outro banho, conversei um pouco com meus pais, apaguei a luz do quarto e peguei um pouco meu celular antes de ir dormir. E ela estava lá, clara e objetiva. Poderia ter sido uma mensagem fofa, por isso fingi que não reparei na figura obscena no final dela. E depois de lê-la e sorrir, guardei o celular e me afoguei satisfeita na inconsciência.
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• Vizinho
Boa noite, Gabrielly , sonhe com coisas boas ===3--------------
See you later💫
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Burn with you - beauany fanfiction
Hayran KurguVou falar do meu melhor amigo. O melhor amigo que eu poderia ter arrumado para a minha vida. Nós éramos totalmente disfuncionais, totalmente opostos, mas acho que era justamente isso que fazia a gente funcionar tão bem juntos. Veja bem, não éramos...