Capitulo 7

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  Como toda organização, a máfia tem sua hierarquia em forma de pirâmide

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  Como toda organização, a máfia tem sua hierarquia em forma de pirâmide. No topo temos o chefão, subchefes, anciãos, conselheiros, soldados e associados, tudo organizado. Fui nascido e criado na Rússia, dentro de uma organização criminosa conhecida como Bratva. Meu pai, antes de mim, foi líder deles, ele me ensinou que nenhum membro da organização deve demonstrar sentimentos e demorei para aprender. Quando entendi, foi da pior forma.

Ainda jovem, fui considerado o mais perigoso da máfia, afinal, fui o único que se envolveu nos negócios desde moleque. Meu pai queria um filho impiedoso e teve o que tanto quis. Por anos, fui apelidado como ceifador e sempre odiei me lembrar da história por trás dessa alcunha. Mas, sou o líder da máfia russa e demonstro que não sou um homem benevolente, jamais sou.

Nossa organização, por ser a mais poderosa, está constantemente em confronto com outras máfias, defendendo os negócios consolidados e conquistando novos territórios. Como consequência disso, eu sofria tentativas de assassinato e emboscadas, mas nunca me importei com isso. Fui criado para essa função e ninguém conseguiria me matar, nunca sequer chegaram perto disso.

Entretanto, nem sempre fui cruel assim. Para ser sincero, eu era um garoto assustado e covarde. Tão covarde que não protegi a pessoa que possuía a maior coragem do mundo, a de preservar a doçura em meio ao caos. Permiti que minha mãe fosse assassinada por meu pai. Louise era encantadora e, apesar de minha pouca idade quando ela morreu, lembro de seus olhos azuis e do cabelo ruivo, sem igual. Mas não foi por isso que meu pai, Mikhail, se casou com ela. Tampouco foi por amor. Ele se casou com o poder que receberia através dela, o controle sobre máfias rivais.

Ele a machucava e humilhava, mas independente do inferno que viveu, ela sempre mostrou ser uma mulher forte e persistente, pois, embora ele a machucasse, sempre o enfrentava e ameaçava, afirmando que fugiria comigo. Ela sabia que aquilo apenas alimentava o ódio dele, mas não se importava. Muitas vezes, presenciei a violência que ela sofria, enquanto Mikhail alimentava o ego, mostrando quem mandava, de quem era o poder, quem era o alfa.

Ela foi tola. Sabia que, de um jeito ou de outro, eu seguiria os passos de meu pai e, inconformada, decidiu fugir comigo na mesma noite que ele avisou que faria uma viagem de negócios. Mas, não passava de uma estratégia para acabar com ela. Seu ódio foi tão grande que não hesitou em matá-la na minha frente e deixar seu corpo estirado no chão, como se fosse um nada.

Depois que ela morreu, me tornei o que ele tanto queria. Desde pequeno comecei a ser reconhecido pelo terror que eu causava e meu pai estava orgulhoso de mim, sem saber que eu o mataria para tomar seu posto. Quando esse dia chegou, o aniquilei e deixei jogado em um canto, assim como ele fez com minha mãe.

***

Eu estava no galpão em que torturava os desgraçados, ladrões e traidores. Sentado em uma cadeira, fumando meu charuto, observava um soldado torturar um imbecil que tinha achado ser mais esperto que nós. Sua mão era esmagada em um torno. Ele gritava, suplicava e chorava, mas eu não dava ouvidos, continuando a observar a cena, sem sentir remorso algum.

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