Capitulo 18

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Antes que prossigam com a leitura, devo-lhes lembrar que cada cena referente a violência ou tortura, é inteiramente fictícia, nada que virem na obra deve ser levada para o mundo real  sob qualquer circunstância que venham a ler.

Ah! E para quem está relendo, SEM SPOILER!


Ariel Smith

Durante o resto do dia, passei naquele quarto, pensando em como a minha vida mudara radicalmente. Desde que o Arthur me sequestrou e me tomou como sua, ele não usou preservativo, em nenhum momento. Preciso comunicá-lo que preciso de remédios contraceptivos e que devo ir a um ginecologista. Não pretendo e nem quero engravidar dele, uma gravidez indesejada é o que menos quero agora.

  Olhei para o meu rosto no espelho, estava coberto por uma maquiagem leve. Em meu corpo, um belo vestido azul turquesa, ele valorizava muito bem as minhas curvas. Assim como ele havia dito, Matilde me ajudou a vestir-se, ela quem fez tudo, fez a maquiagem e arrumou o meu cabelo. Eu não escolhi nada, tudo foi feito conforme sua vontade.

  Encarei o meu olhar vago e vazio, percebi o quanto mudei em tão pouco tempo. Antes era um sorriso que habitava meus lábios, minhas órbitas brilhavam, hoje deu-se lugar à tristeza, ao medo. Olhei para o meu pescoço, Matilde seguiu meus olhos e rapidamente passou uma camada de pó, Deus! Até quando serei tratada dessa maneira?

— Está linda, senhorita. — Matilde me elogiou, nada falei.

Depois de pronta ela me deixou sozinha, eu permaneci sentada na cadeira, em frente a penteadeira. A vida que agora me pertence, não desejaria a ninguém, agora sou impedida de fazer o que antes gostava. Meus amigos, sinto saudade deles, das únicas pessoas que me restavam, era difícil ter que absorver e aceitar essa nova vida, essa angústia que cresce em meu peito.

Ouço a porta ser aberta, olhei para ela através do espelho. Ele entrou no quarto, seus olhos azuis nebulosos se encontraram com os meus, um olhar sério que me intimidava fez-me desviar meus olhos. Olhei para o sobretudo que ele vestia, um terno preto, sapatos da mesma cor de couro legítimo. Arthur andou na minha direção, parou atrás de mim, pôs uma de suas mãos em meu ombro e me elogiou, quebrando o silêncio:

— Você está linda, princesa.
— Obrigada.

Ele tirou de seu terno uma pequena caixa de veludo, a abriu e dela retirou um lindo colar duplo, nela, continha uma pedra azul. Guardando a caixa, ele abriu o colar e fez movimentos revelando que colocaria em meu pescoço, meus cabelos estavam em um coque elegante, facilitou para ele. A corrente delicada e fria pousou em minha pele, em seguida, ele depositou um beijo casto, olhando-me através do espelho.

— Agora você está perfeita. Vamos?

  Ele estendeu sua mão, a segurei firme e com sua ajuda me levantei, acostumando-se com o salto preto em meus pés, deixamos o quarto. Andávamos pelo corredor de mãos dadas, parecíamos um lindo casal apaixonado, se para onde iremos e alguém olhasse para a cena, com certeza pensaria. Descemos as escadas e passamos pelo hall de entrada. Uma limousine nos esperava, Arthur me guiou para o veículo, abriu a porta e me fez entrar primeiro.

  O veículo logo começou a se mover, antes de sairmos, vários carros passaram a frente, provavelmente seus seguranças. Em seguida a limousine passou pelos portões, olhei para trás, mais carros. Sua mansão fica longe da cidade, constatei quando olhei através da janela, via-se apenas árvores cobertas de neve. Seria difícil fugir desse lugar. Estar ao seu lado e em silêncio me deixava intimidada, não sei para onde ele está me levando, quando protestei do seu mistério não hesitou em me machucar.

Passamos pelo trânsito de Moscou, observava tudo e todos que passavam, com seus corpos cobertos com jaquetas, tentando ampará-los do frio. A limousine entrou em uma propriedade, era bonita até, continha um jardim enorme acompanhado por uma fonte.

Arthur desceu do carro e me ajudou, havia várias pessoas muito bem vestidas e acompanhadas, nunca vim em um lugar assim. Arthur me ofereceu o seu braço e sem protesto o agarrei, ele começou a me guiar para dentro da mansão. Entramos e fomos para o grande salão, por todos os lados continha pessoas, mais a frente, havia um grupo de violinistas e garçons servindo bebidas. Com a nossa presença, atraímos diversos olhares, alguns de surpresa e outros de respeito.

Um casal se aproxima de nós, cumprimenta Arthur:

— Que bom revê-lo, senhor Drummond. Vejo que está muito bem acompanhado.
— Vejo que se juntou à cerimônia de hoje. — Ele falou, com um olhar sério e implacável.
— E perder a notícia? Não é todo dia que o líder decide se casar. — O homem acompanhado falou, olhando para mim.

Percebi naquele momento que o evento esta noite, de alguma forma era para me apresentar como sua, meu estômago embrulhou.

— Essa é a minha noiva, Ariel Smith. — Arthur me apresentou.

Com educação, pensei em cumprimentá-lo.

— Muito prazer sr.. — Arthur apertou a minha mão com força, rapidamente fiz uma expressão de dor, o que não passou despercebido pelo casal. O encarei confusa, ele não me olhou, continuou com sua expressão séria.

— Escolheu muito bem, ela é linda, com todo o respeito. — O homem disse tentando aparentar amigável, novamente olhei para Arthur, seu olhar não mudara nada.

— Vejo que desafia a morte de maneira irresponsável, então eu sugiro tomar cuidado. — Sua voz rouca e estrondosa saiu como ameaça, rapidamente o homem puxou a sua companheira para longe.

Arthur abaixou-se na altura do meu ouvido, e disse de maneira mais passiva possível:

— Vai me pagar por ter dirigido palavras para outro homem.
— M-as eu não sabia que... — Ele me interrompe.
— Fica calada!

Senti os meus olhos pensarem de lágrimas, antecipo a angústia que sentirei quando voltarmos para sua casa. Com certeza me punirá por isso, fiz de tudo para não o aborrecer e de nada serviu, não adiantou em nada! Tratei de ficar com a cabeça baixa, das vezes que pessoas que se aproximaram para falar com ele, os ignorei, não queria correr o risco de ele ser violento na frente dessas pessoas, seria humilhante demais.

Arthur Drummond

Ela está assustada, não ousou levantar a cabeça depois da minha suposta ameaça, odiei ouvi-la dirigir palavras para outro homem, sei que foi inocente. Mas agora ela é a minha noiva, futuramente será minha mulher, carregará meu sobrenome e já está mais do que na hora de entender como é ser esposa de Arthur Drummond.

  Um ancião chamado Boris, o mais velho dos anciãos se aproxima de mim, faz uma pequena reverência e pergunta antes de prosseguir com a tradição:

— E então, senhor Drummond. Está pronto?
— Mais do que na hora.
— Sei que a pureza para o senhor não importa, mas trouxe a prova da castidade?
— Sim.

  O ancião sorriu como forma de entendimento e andou para o meio do salão, assumindo o controle de um microfone. Ariel me olhou confusa, não sabe o que está acontecendo, gosto de vê-la assim, assustada.

— Pronta meu anjo? — lhe dirigi a palavra, ela me olhou com suas órbitas dilatadas, eu vejo o pavor.
— Pronta para o quê?
— Para a nossa apresentação de noivado. — Informei, senti o seu corpo ficar rígido.
— Eu não quero me casar.
— E eu te dei opção de escolha?
— Por favor, não me obrigue a isso.
— Não quer que eu te puna aqui, não é, princesa?
— Não. — Ela me responde com a voz trêmula.

Ela me irrita com suas lágrimas, elas não me comovem, porém ela insiste em chorar, meu desejo é enterrar o meu pau na sua buceta com força, puni-la até que as lágrimas sumissem dos seus olhos.
Falei aborrecido:

— Engole essa porra de choro.
— Me desculpa, e-eu não consigo evitar.

Levo-a para a direção onde Boris estava, já percebia a impaciência fluindo dentro de mim, o ancião começou a falar em nosso idioma russo, Ariel nada entendeu.

— Estamos reunidos nesta noite, para celebrar a escolha e futura esposa do nosso líder. — Todos batem palmas nos felicitando. — Com a escolha do nosso líder, a futura rainha nos dará o primogênito da máfia, o príncipe dos Bratva!

Todos bateram e falaram com vigor o nome da nossa irmandade, Ariel ouvia aquilo apavorado. Um membro se aproxima de nós, em suas mãos contém uma vasilha de ouro, nela, está o lençol que comprova a pureza da minha mulher. Ela nos mostrou a marca de sangue antes de virar para todos os membros, vi o rosto de Ariel corar de vergonha.

Em seguida, um punhal foi estendido para mim, soltei a mão dela que estava em meu braço e estendi o seu dedo anelar, onde ela carregará a aliança depois do casamento oficial, fiz um pequeno corte e gotas de sangue caíram sobre o seu sangue seco. Depois, fiz o mesmo com o meu dedo. Assim feito, o ancião Boris pegou um sequeiro e queimou o lençol, todos glorificaram com vigor.

  A primeira e penúltima etapa da cerimônia foi concluída. Logo, dois soldados entraram na sala encapuzados, eles traziam com eles duas adolescentes virgens, elas encerrarão a tradição. Olhei para Ariel, ela olhava para a cena espantosa, ela segurou meus braços como forma de se proteger, sorri internamente.

— Como oferenda para abençoar o mais novo casal, duas virgens serão sacrificadas, para que o noivado seja abençoado pela irmandade Bratva!

Com o encerramento, os soldados retiram um punhal de seus ternos e agarram os cabelos da oferenda, puxam para trás, a fim de deixar o pescoço totalmente exposto. Logo, a lâmina do punhal é passada, cortando a pele delas, o sangue desce por seus corpos, se banhando de líquido vermelho. Boris se aproxima com um cálice, pega o sangue de cada uma delas e o joga sobre a vasilha de ouro, onde ainda queimava o lençol.

Ariel olhou para a cena abismada, ela tentou avançar na direção das adolescentes para ajudar, mas rapidamente a segurei, ela tentou lutar contra mim, tentou sair de meu aperto, mas tua força não se compara com a minha, sou mais forte que ela, e ela sabe disso, e é isso que me deixa intrigado. Ela não para, resiste, então eu rapidamente a imobilizei em meu corpo, suas lágrimas mancham o meu terno, seu corpo se entrega ao aperto, tão linda e tão pequena.

Ariel Smith

Meu corpo ficou tenso quando eu presenciei aquela barbaridade, lágrimas quentes e grossas desceram dos meus olhos, desolada, assustada, aflita, era assim que eu me encontrava. Arthur me aperta em seu corpo tentando me controlar, virei a minha cabeça para o lado, lá estava as meninas, duas inocentes que foram mortas cruelmente.

Como médica, eu tentei intervir, tentei ajudá-las a sobreviver, mas ele me prendeu em seus braços, o meu futuro marido, o meu algoz. Sua máfia era cruel, não conseguirei aceitar essa vida. As pessoas que presenciaram a morte das adolescentes começaram a se retirar do local, como se a vida delas fosse insignificante, aquilo era desumano demais, não existe empatia nessa organização.

— Você é um monstro. — falei sem forças.
— Sou líder dos Bratva, princesa. Você é a noiva de um monstro. — ele falou, com sua voz aterrorizante em meu ouvido.
— Jamais me casarei com você, eu prefiro a morte.
— Sinto te desapontar, mas casará querendo ou não! — ele virou-me para sua frente, disse com fúria: — Vamos para casa! Uma noite de punição te espera.

Tentei me livrar de seu toque, sentia como se facas afiadas perfurassem a minha pele sensível, mas quanto mais eu tentava me libertar dele, mais ele apertava. Com violência, Arthur começou a me puxar para fora daquela mansão. A limusine já nos esperava, antes de chegarmos até o veículo forcei os soltos, antes que caísse ele me segurou com firmeza, soltou o meu braço e ordenou.

— Tira isso antes que se machuque.

Me ajoelhei e tirei os saltos, voltamos a andar para a limousine. Percebi que estávamos muito perto dos portões, então, sem pensar em mais nada eu corri, não podia deixar que essa oportunidade escapasse. Corria com toda a velocidade que conseguia, passei pelos portões e de relance eu o vi atrás de mim, corria com euforia pelas calçadas de Moscou, a adrenalina fez com que eu tivesse força e fôlego para continuar correndo, não parei nenhum instante.

Passava por pessoas, então, comecei a gritar por ajuda:

— Socorro! Esse homem vai me matar!

Virei-me em um beco, me escondi entre a penumbra escuridão. Me encolhi em algumas latas de lixo, ele havia me perdido de vista. Tento controlar a minha respiração alterada, meu coração palpitava loucamente. Olhei para o início do beco, nenhum sinal dele. Me afastei das latas de lixo e andei para trás, vi uma linha de telefone público, corri para ele e tentei ligar para meus amigos, o número de telefone apenas chamava, em outra tentativa, Noah atendeu:

— Noah, por favor me ajuda! Eu fui sequestrada, acabei de fugir, por favor contacte a polícia, eu estou na Rússia! — falei com euforia, minha respiração acelerada impedia que eu falasse corretamente.

Escutei choros na ligação, logo, ouvi a voz aflita de Noah:

— Ariel é você? Alguém nos sequestrou, nos ajude! — ele falou entre soluços, meu corpo ficou tenso.
— Não deveria ter fugido de mim, princesa.

Escutei a sua voz ressoar atrás de mim, virei-me lentamente, ele estava entre as sombras com as mãos enfiadas no bolso de sua calça, seus olhos azuis se comparavam com mares revoltos e assombrosos.

  Odiando muito nosso vilão?

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  Odiando muito nosso vilão?

 Imagino a revolta que estão sentindo no decorrer de cada capítulo, mas lembrem-se, a história ainda está no princípio e muita coisa ainda vai acontecer. 

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