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Margot

Acordei sentindo minha boca seca. Meu corpo doía em algumas partes e havia um peso atravessando meu tronco. Demorei alguns segundos até recobrar a consciência completamente e me tocar do que estava acontecendo.

Luke tinha um dos seus braços sobre mim, abraçando minha figura a dele. Minha posição não era as das mais confortáveis, nem de lado nem de costas para a cama, mas não tive coragem de me mexer. Nossas pernas estavam quase entrelaçadas e duvidava que podíamos estar mais conectados do que aquilo.

Ele estava tão lindo, dormindo tranquilamente. Naquele momento, pude perceber o quanto sentia falta de ver seu rosto depois de acordar. Me pergunto se essa era a primeira noite de sono tranquila que ele teve em dias, como foi para mim.

Mas quando olho pela janela, com as cortinas abertas e as luzes da cidade se destacando, percebo que ainda é noite. O horário estava tão confuso para mim que não consigo supor se era madrugada. Lembro de ter encontrado com Luke no meio da tarde, mas não fazia ideia de quanto tempo ficamos acordados.

Me perdi no tempo completamente. Os toques de Luke me fizeram me perder, como se soltasse o último fio que me prendia à realidade. Eu mal podia acreditar que, naquela noite, fomos um do outro por inteiro, depois de tempos imaginando como seria a sensação.

E não foi nada como o que eu esperava. Havia sido mais. Era como ter uma experiência sexual pela primeira vez, como se eu nunca tivesse sido tocada. Talvez tenha sido toda a espera que tive para ter Luke conectado a mim, ou talvez seja o fato de que ele parecia conhecer meu corpo melhor do que eu mesma. Eu não sabia, mas tinha sido a melhor experiência de toda a minha vida.

Suas palavras ainda eram claras na minha cabeça. Podia ouvir sua voz rouca como se fosse agora. Entre palavras amorosas e palavrões que me levavam ao ápice do prazer, Luke parecia se esforçar tanto quanto eu para não perder o controle. Minhas mãos viajavam das suas costas para seus braços, que se contraíam sobre o meu toque para se manter acima de mim. Eu não parecia conseguir manter minhas mãos longe dele e cada centímetro de sua pele parecia mais convidativo que o outro.

- Mais... - eu pedi a ele em algum momento, sem fazer ideia de era compreensível ou não. Eu queria mais dele, mais do seu esforço, mas não sabia expressar aquilo em palavras claras. - Luke, por favor.

Ele pareceu compreender de imediato, alcançando lugares que eu nunca havia sentido antes.

A minha interação com Luke era algo tão natural que me surpreendia. A sensação era nova, mas era como se soubéssemos o que fazer desde o princípio, como se estivéssemos sincronizados há muito tempo.

Luke segurou minhas duas mãos no exato momento em que eu arqueei minhas costas, sentindo que estava muito próxima do orgasmo. Ele beijou meu pescoço bruscamente, enquanto murmurava palavras desconexas. Em algum momento entre tudo isso, lembro de tê-lo ouvido sussurrar no meu ouvido.

- Vem pra mim, Margot.

Eu apertei suas mãos fortemente enquanto o prazer tomava conta do meu corpo. Quando minhas costas arquearam mais uma vez, Luke soltou minhas mãos e as passou por debaixo do meu corpo, me prendendo a ele. Gemi seu nome, meus dedos entrelaçados nos seus cabelos, diversas vezes. Ouvi Luke grunhir e gemer antes de, com um movimento mais profundo, chegar ao seu ápice também, e me deitar de novo na cama, enquanto eu voltava à realidade aos poucos.

Não me recordo de termos falado muito depois disso, mas acho que não era necessário. Ficamos algum bom tempo olhando um para o outro e pude perceber o brilho nos olhos que Luke tinha. Tenho certeza que os meus demonstravam a mesma paixão e devoção que eu podia ver nos dele.

Madrid || l.h.Onde histórias criam vida. Descubra agora