- Olha, eu preciso que acima de tudo vocês confiem na minha palavra – já estávamos junto a fonte, o barulho da água caindo abafava, de certo modo, nossas vozes.
- Eu confio em você – mas porque você me trouxe até aqui? E por que aqueles homens invadiram a minha casa? Você tem alguma coisa a ver com isso?
- Mais ou menos – como era difícil explicar essa situação.
- Gente, o que está acontecendo? Por que estamos aqui falando coisas estranhas? Espera aí, vocês também estão ouvindo isso? – ele apontou para o ar – parece choro de criança.
- Minha cria acordou!
- Sua o que? – perguntaram em uníssono enquanto me seguiam em direção ao choro.
- Lembra que eu pedi que vocês confiassem em mim? Então eu arrumei uma criança para cuidar. Olha que legal, linda, não é?
- Meu Pai do céu, onde você arrumou essa criança, Ingrety Christinna? – ela chegou mais perto da criança e começou a analisá-la até que viu o símbolo de Anagrom em uma de suas cobertas – Ingrety, essa não é quem eu estou pensando, ou é?
- Sim é ela, mas eu posso explicar.
- Do que vocês estão falando, de quem é esse bebê?
- Essa, Saminen, é ninguém mais ninguém menos do que a herdeira do trono, a princesa Kemilly, que foi roubada essa noite – ela estava totalmente eufórica, mas não no sentido bom da palavra.
- Meu Deus, você roubou a princesa? Como? – ele parecia não acreditar e eu já estava me acostumando com aquele tipo de reação.
- Não, eu não roubei a princesa, os reis me entregaram ela.
- E como você prova isso, até onde eu sei você pode estar a mando dos esverdeados assassinos – nessa hora, meu amigo de cabelos encaracolados fechou a cara para mim, certamente ele lembrou da perda irreparável que eles causaram para ele e o irmão.
- Olha, eu não estou mentindo – mostrei minha mão direita para eles.
Antes de me entregar a criança, o rei disse que a partir dali eu fazia parte da família e que eu tinha uma aliança com o reino. Ele cortou a mão direita com a adaga que carregava em sua cintura, e olhou para mim até que eu permitisse que ele fizesse o mesmo. O aço da adaga só precisou deslizar pela minha mão para abrir um corte grande o suficiente que deixou à mostra o meu sangue vermelho vivo. O rei uniu nossas mãos em um aperto selando assim o nosso compromisso. Logo depois eu enrolei a mão em uma faixa, mas de nada aliviava a dor. Aquela marca era uma das mais raras de se encontrar no reino. Somente pessoas de confiança de um rei e que tinham uma aliança com ele tinha aquele sinal nas mãos. Os meninos não acreditaram quando a viram.
- Não pode ser verdade – disse Saminen.
- Por que eles entregariam a bebê para você? O que está acontecendo?
- Finalmente vou poder explicar – eu parecia uma jovem mamãe balançando a neném tentando fazê-la dormir – Lembra que te disse que descobri quem está por trás dos esverdeados, Mallu?
- Lembro, você disse que era uma mulher, quem é essa ela?
- Eu não sei, mas ontem, quando eu estava procurando alguma porta atrás do relógio eu a vi conversando com um dos soldados verdes, ele parecia ser o chefe deles, abaixo dela.
- Meu Deus, o que eles estavam fazendo ali? Ainda mais perto do relógio, lá dentro deve ter alguma coisa que eles querem, certeza – Maria Luci estava se sentindo a própria Sherlock Holmes enquanto Saminen nos olhava com uma cara de perdido.
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Viajante - Conto I
AdventureIngrety tinha tudo para ter uma vida perfeita, mas, um pequeno problema na máquina do tempo de seus pais, faz com que ela se encontre em um mundo totalmente diferente do seu. Longe dos pais e de seu irmãozinho, Ingrety Christinna tem grandes aventur...