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x Luan x

Pedi mais uma cerveja pro barman e observei o show sertanejo que começou do outro lado do salão.

Caio me deixou só e foi dançar com Larissa e eu contive minha vontade de ir até Mari, mas, para minha infelicidade e desespero, um dos convidados de Rayssa se aproximou e agora rodopiava com ela por aí.
— Eles 'tão' fazendo de propósito — murmurei me referindo a canção.
Bufei frustrado e louco para tirar minha Tellinha dos braços daquele cara, Jorge e Mateus são donos da nossa trilha sonora, ela não tem que ficar dançando com outro por aí.
— i parceiro, tira essa cara — Caio se aproximou rindo, acompanhado de Larissa.
— É a única que tenho — resmunguei.
Bebi um gole generoso do Gin que acabei de pedir.
— Nossa Luan, essa vai machucar! — Caio exclamou falando alto, quando os acordes de 'Liberdade provisória' preencheram o ambiente. — Toma essa aqui também — Me deu sua cerveja.
— Deixa ele, Caio — Larissa o repreendeu.
— E ela 'tava' mais linda cada vez que eu olhava, o ciúmes não 'tava' batendo, 'tava' dando porrada — Meu amigo cantou e eu mantive minha atenção na bandida, vestida de policial, não muito longe dali.
— Ela só não me matou na unha — comentei com os dois ao meu lado. — Trás ela lá, Lari — Implorei pra minha amiga. — Deixa ela beijar aquele cara, não. — baguncei meus cabelos. — Eu vou lá.
Me atrevi a dar dois passos, porém fui segurado pelo casal.
— Não faz isso, ela vai ficar brava. — Lari me aconselhou. — Depois vocês conversam.
— Eu não quero que ela beija ele — comentei angustiado. — Eu vou embora!
Não teve Cristo que me fez ficar, até a própria aniversariante tentou.
Quando cheguei no hotel percebi meu real estado: completamente bebado e apaixonado.
— Não sei por que ela veio de policial, já me prendeu faz tempo — Comentei sozinho.
Me livrei daquela roupa quente e tomei um banho gelado, depois de vestir apenas uma cueca, me joguei na cama e fiquei lamentando minha solidão.
Peguei meu celular e liguei para Larissa, ela pediu que fizesse isso quando chegasse.
— Chegou bem? — Perguntou. — Cheguei — resmunguei. — Faz um favor? — Não esperei ela responder. — Fala pra sua amiga que ela não precisava ir de polícia, essa bandida já me prendeu faz tempo. — minha voz saiu mole, mas eu não me importei. — Diz também que eu não 'tô' solteiro porra nenhuma. — Me recordei da música — Se ela não me quiser, eu vou criar outro confinamento e trancar ela lá dentro comigo.
Não esperei respostas, desliguei o aparelho e cai no sono.

Entrelaçados - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora