109

127 6 0
                                    

x POV. Júlio. x
Encostei meu corpo na porta do banheiro, respirando fundo.
Maristella ainda ia me infarta.
Peguei meu celular no bolso, retornando uma das cinco ligações perdidas de Luan.
— Cara, me explica o que 'tá rolando aí. — falou rápido. — Sua irmã não me atende, lê minhas mensagens e não responde, ligou de madrugada me xingando, aí depois me vem você com isso de gravidez... — Fez uma pausa. — 'To ficando louco, cara.
— Pô, Luan, entre vocês, eu não sei o que aconteceu. — suspirei. — ela não fala.
— Eu sei. — foi a vez dele de suspirar. — Mas que história é essa de gravidez? Eu não consigo nenhum voo pra i. — bufou.
— Ela tá passando mal, não é de hoje que tenho notado o comportamento estranho dela.. — baguncei meus cabelos. — comprei dois testes, ela 'tá aqui, presa no banheiro, fazendo.
— Me mantém informado. — Falou baixo.
— Olha, cara, eu espero que você assuma responsabilidade de homem, porque isso é mais culpa sua que dela. — disparei.
— Eu não sou moleque, não, Júlio. — concordei com a cabeça, mesmo sabendo que ele não veria. — Eu amo sua irmã, amo como nunca amei ninguém. — disse mais baixo. — Mesmo com ela me esculachando de madrugada. — riu e eu o acompanhei.
Escutei a porta destravar e me afastei.
Maristella demorou para sair e quando fez, tinha o rosto inchado, denunciando que ela havia chorado.
— Não chora, tata — abracei seu corpo.
Ela não me disse nada, apenas apertou mais do meu corpo, deixando seu choro sair mais uma vez.
Engoli seco, temendo pelo resultado do exame.
Esperei que ela se acalmasse, desfiz nosso abraço e caminhei para o banheiro.
Li rapidamente as instruções na caixinha e respirei fundo diante os palitinhos.
Olhei o primeiro, ainda com o auxílio das instruções.
Negativo.
O outro a mesma coisa.
Soltei o ar, que nem sabia que prendia.
Eu não seria tio. Ainda.
— Júlio? 'Tá aí? Cara? — Ouvi Luan dizer um pouco mais alto no celular e encostei o aparelho em meu ouvido.
— Negativo. Os dois deram negativos. — murmurei.
— Ah. — foi a única coisa que ele disse. — Ela 'tá bem? — Perguntou, gaguejando.
— 'Tá chorando. — suspirei. — Eu devo ter assustado ela, né?
— Um pouco. — fez uma pausa. — Me deixa falar com ela.

Entrelaçados - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora