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x Maristella x

Depois da quadrilha, e de pegar o buquê da noiva, fomos aproveitar a feira típica.
Meu Deus, eu não quero comer demais, porém é quase impossível com esse tanto de coisa gostosa.
Parei para tirar fotos com algumas pessoas e me derreti com as crianças que diziam ter torcido por mim.
— Come isso — Luan aproximou o pedaço de bolo da minha boca e eu o mordi.
Putz.
— Melhor bolo de milho da minha vida. — Falei após engolir.
— Eu queria levar um desses pra casa — ri dele. — Sério, minha mãe ia amar.
— Jã tomaram o quentão? 'Tá' top! — Caio erguei o copo.
— 'tá' mesmo, ele já bebeu três vezes — Lari o repreendeu com o olhar.
— Mal casaram e já estão em pé de guerra? — Caçoei.
— Ele é demais, amiga, eu não dou conta.
— Oi, quem é Maristella? — Um menino se aproximou e eu sorri, mesmo que desconfiada. — Pediram pra te entregar. — Me estendeu um cartão rosa.
— Obrigada — Agradeci ainda sorrindo.
Abri o cartão e, se possível, sorri ainda mais com o escrito dentro dele:
"A tua beleza é como a das estrelas, só que permanece quando a noite vai."
Encarei Luan, que parecia entretido com o bolo, Caio e Larissa me encaravam curiosos.
— De quem foi? — Perguntei.
O casal deu os ombros, mas Caio me apontou disfarçadamente o moreno ao seu lado, que ainda evitava de me olhar.
Sorri e neguei com a cabeça.
O casal seguiu para o lado oposto ao nosso, já que, diferente da gente, eles começaram pelas barracas de brincadeiras e artesanatos.
Paramos na primeira barraca e Luan escolhia uma lembrança para levar para mãe dele, ali foi só o começo, até a última barraca cultural, ele carregava até uma rede.
— Será que o carro que trouxe a gente 'tá' aí ainda?
— Não sei — Olhei em nossa volta.
— Quero ir na barraca de pescaria, mas não dá com esse tanto de coisa.
— Você se empolgou, né? — dei risada.
— Um pouco — fez careta. — Ali a Dalila. — Apontou com o queixo a nossa "guia".
Caminhamos até ela, que também riu da situação, mas garantiu que levaria nossas compras até o carro.

Seguimos, agora nas barracas de brincadeiras, mas antes de começarmos a tentar acertar a bola na boca do palhaço, o mesmo menino parou ao meu lado e me entregou mais dois correios elegantes.
"Você, É algo assim, é tudo pra mim. É como eu sonhava, baby."
Olhei Luan, que começou o jogo sem mim. Cheguei a conclusão que esses dois não eram dele, nenhum momento ele saiu do meu lado.
"Se depender de mim, final feliz não vai ser coisa de tv. Tava passando da hora de conhecer alguém pra te tratar assim como princesa, é o que você nasceu pra ser."
Soltei um suspiro alto e o guardei com os demais, no elástico da saia do conjunto. Fiquei sem graça de pedir para Luan guardar em seu bolso, se não fosse dele? Mas é se fosse?

Entrelaçados - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora