Army Of Claire

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A inevitável reunião aconteceu no dormitório da Diaba, Claro. Com o medo gritando dentro dos corpos da turminha bizarra, a "Scream Queen" se sentiu na obrigação de ao menos tentar ser útil. O Assassino a desprezava, matava de repente pobres coitados desavisados sem que eles ou ela pudessem fazer nada. A cada momento que passava, a cada corpo que entrava numa ambulância, era uma batalha perdida para Ripley. O Fantasma empilhava corpos e ela não era capaz de impedir, descobrir quem seria a próxima vítima, ou quem está por trás da máscara. Portanto, dar conta do recado e fazer a sua parte ao alertá-los era o mínimo que poderia fazer. Quem dera se a situação tivesse clima para isso.

Já havia mais de uma hora que discutiam ali em seu quarto e não chegavam a lugar algum. Geralmente era só Claire quem falava tirando a palavra da boca da galera, se auto-proclamando a abelha rainha na discussão tratando-os como o bando de leigos que realmente eram.

Kenny estava em choque, claro. Acoado, sentado no chão num canto dando pequenos tiques vez ou outra de forma que sua cabeça dava uma leve sacudida, de modo que induzia loucura em suas expressões, como se tentasse espantar moscas imaginárias que pousavam em seus ouvidos. Quem não soubesse pelo que ele passou noite passada, diria que tem problemas mentais ou Mal de Parkinson devido as leves tremedeiras. Paul e Clarice ainda se mantinham na corda bamba. Não reatados literalmente e quase afundados no colchão de Claire, sentados de modo desleixado. A briga no pátio ontem a tarde havia desencadeado uma certa desconfiança no relacionamento dos dois, principalmente por parte dela. Mas o notável é que mesmo sob o estresse aparentemente inútil comparado ao que se passava ao redor do campus, ela segurava a mão de Paul com bastante força durante os insolentes discursos da Diaba. Talvez um reflexo do medo. ou de preocupação. Tim é quem ainda precisava se esconder sob o fardo de ter que suportar ver os dois juntos sem se atirar pela janela do quarto da qual olhava tanto. Sentado numa cadeira mantendo distância do "Casal", ficando quase encostado na parede da outra extremidade do quarto. E ainda sim não tinha sorte, como sempre, de frente a eles e não havia escapatória. Tentava ao máximo acobertar seus olhares de ódio que lançava sorrateiramente aos dois de tempos em tempos.

O Drama de Edward e Kirstin parecia já estar no fim. E Graças A Deus! Em oposição ao "Casal" ali, eles na verdade tinham companheirismo e carinho em suas mãos entrelaçadas. Algumas pessoas podem se unir diante do terror, e outras se afastar ainda mais. O Fato da garota Nerd não o ter rejeitado de vez mesmo com tudo isso, e ainda por cima sabendo de seu envolvimento com o infame caso de assassinatos em Ashville, mostrava a ele a pessoa que ela realmente era. Alguém que no fim, não abandona aqueles que gosta por conta das dificuldades da vida. E Kirstin, em contra partida ou pelo menos, seus modos, diziam que era internamente, e eternamente arrependida. Razão? A fã de terror que sempre se imaginou participando de seus filmes favoritos ou enfrentando com bravura uma situação semelhante de perigo se via desolada e destruída. Presa dentro de um macabro filme de terror e isso não lhe causava emoção, apenas pavor. E por essa talvez ela não esperava. Ou será que sim?

Lizzie não estava presente. Edward se recusou a deixá-la participar de tal ato. A via como uma inocente na história que nada tinha a ver com o horror, e por isso resolveu poupá-la. Não que Claire fosse 100% a favor disso, mas.. foi o que aconteceu. Embora, ela fez questão que Gigi ficasse lá. E como se ela tivesse escolha! Morando no mesmo quarto de Ripley após sua casa ser massacrada, Gigi se sentou perto da janela, um pouco afastada do restante do grupo temendo o julgamento silencioso que sentia no ar. Toda a confusão com Paul lhe rebaixou a um nível onde a qualquer momento sua reputação poderia ser destruída, mas será que o Jornalista seria capaz de tal maldade? Ele não tocou no assunto desde a discussão, como se deixasse o acontecimento morrer. Mas Gigi, aflita, esperava que a qualquer momento alguém fosse levantar a voz para por a culpa nela. Gelada com o rosto deprimido debaixo da toquinha cinza que tanto gostava. Era de dar dó.

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