Trouble At Pendleton College

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Abotoando a camisa, ele já estava no último passo de sua tarefa do momento, se vestir. De porte atlético mas não exatamente musculoso, o aspirante a nadador era na verdade um estudante de jornalismo. Vinte e um anos, seu nome é Paul. Terminava de se arrumar no meio do vestiário vazio, sentado no banco que centralizava a passagem entre os armários onde se guardam os pertences. A mochila se encontra ao seu lado, ainda aberta no banco com suas coisas amontoadas quase saindo para fora, volumosa. O topete estava ok, os tênis calçados e já era hora de finalmente ir "aproveitar" o resto do dia na classe, ainda com as fofocas sobre o incidente que percorreriam as bocas de todos os estudantes hoje. Enquanto encarava os armários de metal ao terminar de abotoar a camisa, levou repentinamente sua atenção ao lado ao escutar o ranger da porta de metal no canto do recinto, indicando que alguém estava adentrando. Eis que a pesada porta se escancarou e por de trás dela, surgiu um menino magrinho, de olhos claros e semblante curioso:

- Hey... -Pôs a cabeça para dentro.

Paul levou o olhar a ele imediatamente, tirando a atenção do último botão da camisa por um instante. O tal rapaz se aproximou com intimidade, o analisando de cima a baixo em um meio sorriso:

- Cheguei tarde.

- Por quê?

- Queria ter visto você ainda de sunga. -Sorriu maliciosamente.

O nadador respondeu com um sorriso, chamando o garoto com a mão:

- Vem aqui.

Ele correspondeu, acelerando o passo e abrindo os braços em busca de um abraço, ação do qual Paul imediatamente retribuiu, o acolhendo em um aperto forte, porém carinhoso. Timothy, ou apenas "Tim", era o mais próximo que ele tinha de um confidente, e talvez algo muito maior... Um namorado. O abraço veio acompanhado de um beijo, grudento e estalado. O menino tratou de segurar os lábios do jornalista levemente com os dentes ao final do beijo, onde ambos riram ofegantes. Foi quando Paul deu alguns tapinhas nas costas do garoto, sinalizando para que o soltasse, murmurando com a boca ainda entrelaçada na dele:

- Pera aí... Tim... Espera.

Mas ele não cessou. Assim que ele tentou dizer mais alguma coisa, Tim colocou a língua mais fundo em sua boca, tentando tirar dele sua vontade falar, querendo transformá-la em vontade de "agir". O nadador sentiu os braços de seu par o entrelaçarem, estava preso e dali não sairia. Mas, foi colocando delicadamente as mãos em sua cintura, que Paul conseguiu afastá-lo, empurrando-o com "Carinho", terminando com o menino respondendo, bufando:

- Ai, o que foi?

- Aqui não... -Mostrou certo constrangimento.

O garoto respirou fundo, já estava cansado daquela situação. Mas acabou por concordar com a cabeça de modo desanimado logo em seguida, ao dizer:

- Desculpe.

- Não, tudo bem. É que temos que tomar mais cuidado, só isso.

- Você podia acabar com isso logo.

- Eu vou. Logo... Eu prometo.

- Esse seu "logo" demora demais. Já estou cansado de esperar.

- Bebê... Só mais umas duas semanas, por favor.

- Tá, tá. Não precisa implorar. Eu espero, como sempre.

Paul acariciou seu rosto em consolo, domando seu "leão", fazendo-o se acalmar. Em seguida, o aproximou de seu corpo novamente tascando-lhe um selinho forte de surpresa, onde tentou explicar:

- Calma, em poucos dias estaremos na casa dos meus pais e eu vou apresentar você para eles.

- Isso se os velhos não morrerem do coração.

Scream - Survival 2Onde histórias criam vida. Descubra agora