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— corbyn.

ele riu e desligou o motor.

— está só repetindo o meu nome ou tem alguma coisa para me dizer?

— estou repetindo porque agora eu posso, mas tenho uma pergunta.

— qual?

— você faz curso de teatro?

— sim.

— que bom. tem muito talento.

ele me encarou.

— obrigado.

— e poesia? sua mãe escolheu para você o nome de um poeta. gosta de poesia?

— está com medo de sair do carro?

— ao contrário de você, eu não sou atriz. — eu estava com medo de estragar os planos dele de reatar com christina por causa da minha terrível falta de talento dramático.

— não precisa ser. viemos como amigos, lembra? não precisa fingir nada.

— certo.

ele levou a mão à maçaneta da porta.

— espera! quero arrumar o seu cabelo.

— sério?

— sério. você quer que ela se interesse por você, não quer? — achei que ele sairia do carro, mas, em vez disso, corbyn se virou para mim com ar cansado. peguei rapidamente o gel na bolsa, antes de ele mudar de ideia. — o segredo é usar pouco. — o gel era azul e prometia superfixação, então eu espremi na minha palma a quantidade equivalente a uma moeda pequena, esfreguei as mãos e passei o produto no cabelo dele. — seu cabelo é ótimo. só parece que você não corta ele faz 2 meses.

— você nem sabe a ultima vez que eu cortei.

— bom, querendo ou não, está na hora de cortar. — a parte da frente ainda estava batendo em seu olho, então passei uma última camada de gel, dei uma leve ajeitada o jogando para o lado. — pronto.

— missão cumprida?

olhei para ele e percebi que, para ajeitar seu cabelo, eu havia eliminado a distância entre nós. recuei.

— sim, ela vai estar apaixonada quando a noite acabar.

— nunca pensei que o cabelo tivesse tanto poder. — ele continuava olhando para mim, aquele olhar que parecia vasculhar minha alma, depois sorriu. meu coração deu um pulo que me surpreendeu, e eu abaixei a cabeça.

tirei o celular e o brilho labial da bolsa e os coloquei no bolso enquanto ele abria a porta e descia do carro. quando enfiei a bolsa com o que restava dentro dela embaixo do banco, ele já estava abrindo a porta do meu lado. e me ajudou a descer. depois de travar as portas, ele olhou para a casa e eu vi que respirava fundo, os ombros subindo e descendo com o movimento do ar entrando nos pulmões.

— está nervoso? — perguntei, um pouco surpresa.

— talvez. obrigado por ter vindo comigo.

— tudo bem.

— bom, vamos lá.

— corbyn?

— o que é, alissa?

— nada. eu só queria dizer o seu nome.

ele sorriu, e era isso que eu esperava. ele só precisava relaxar. eu sabia que ashley queria que eu o mantivesse longe de christina, mas quem era eu para impedir, se o que ele realmente queria era reatar o namoro?

fake; corbyn bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora