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— ah — ouvi christina exclamar. — desculpem.

sentamos como se tivéssemos sido pegos no flagra.

corbyn passou a mão no cabelo, se livrando da areia e bagunçando completamente o que eu havia arrumado.

— oi, teena. precisa de alguma coisa?

— não. quer dizer, sim. jonah está te procurando.

os olhos de corbyn brilharam.

— jonah está aqui?

— acabou de chegar. eu disse que você viria.

corbyn se levantou depressa e estendeu a mão para me ajudar. e fez isso com tanta força que quase fui parar no chão outra vez. depois começou a andar, e olhou para trás uma vez para ver se eu o seguia. eu tentava, mas ele estava indo rápido demais.

— eles têm um caso de amigos — christina comentou, e aí eu percebi que ela estava andando ao meu lado. — mas você já deve saber disso.

— ainda não conheci o jonah.

— não? eles são praticamente a mesma pessoa. apesar de jonah ser um pouco exagerado para o jeito tranquilo do corbyn.

vi corbyn abraçar um cara, e eles trocaram vários tapinhas nas costas antes de se afastarem. eu conseguia ouvir a risada dos dois de onde estava, a uns dez metros.

— ele vai querer te apresentar — christina falou e me deu um empurrãozinho.

— ah. certo. — eu não queria que corbyn tivesse que sustentar a mentira com pessoas de quem gostava de verdade, mas, com christina ali parada, eu não podia fazer nada.

continuei andando até parar ao lado dele. e pela primeira vez vi de fato o rosto de jonah, os olhos verdes, mas escuros, com aquela luz, e quase recuei um passo. eu o conhecia. bom, não realmente. ele tinha saído com a laney uma vez havia dois anos, e eu fui fazer companhia. só lembrava disso porque ele tinha sido um tremendo babaca, a tratou mal o tempo todo e ainda tentou transar com ela no fim da noite.

corbyn estava contando a jonah sobre uma cena que ele teve que fazer na aula de teatro.

— ... e aí eu perguntei à professora: "pode ser um monólogo?"

jonah riu.

— o que a menina falou?

— ela achou que eu estava brincando.

— e você continuou?

— o que mais eu podia fazer?

— não sei... talvez parar de se preocupar com os sentimentos dos outros pelo menos uma vez e pensar na sua nota.

corbyn deu de ombros.

— tanto faz. no fim deu tudo certo.

jonah olhou para mim, e eu fiquei esperando que ele também me reconhecesse, mas não aconteceu. ele só parecia se perguntar por que aquela garota esquisita estava interrompendo a conversa. fazia dois anos, e o encontro nem havia sido comigo. era compreensível que ele não me reconhecesse.

corbyn olhou para mim com aquela expressão feliz, e foi como se voltasse de repente à realidade.

— ah, oi, alissa.

— você conhece essa gata? — jonah perguntou.

— conheço. ela veio comigo.

— sortudo. como um cara sem graça como você descola uma garota como ela?

— deve ser meu charme fatal.

jonah olhou para mim.

— é isso mesmo?

fake; corbyn bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora