Capítulo 15: O cerco

208 26 11
                                    


Krist abriu os olhos, ainda meio sonolento. A primeira coisa que ele viu quando acordou foi Singto dormindo tranquilamente ao seu lado. O CEO parecia ainda mais sexy com o cabelo bagunçado, os braços à mostra e boca entreaberta. Aquela sim poderia ser considerada uma visão privilegiada, pensou ele consigo mesmo e sorriu.

O secretário ainda sentia o seu corpo pesado por causa do "trabalho exaustivo" da noite anterior. Ele não sabia ao certo quanto tempo havia durado, mas certamente foi longo o suficiente para esgotar todas as suas energias. Ele foi provocado e se sentiu como um brinquedo nas mãos de Prachaya, mas mesmo assim, só de lembrar do que tinha acontecido há algumas horas atrás, seu corpo ainda estremecia de prazer.

O rapaz continuou contemplando o CEO adormecido até que tomou um susto quando ouviu um barulho de celular tocando. O toque era uma música clássica, provavelmente aquela mais famosa de Beethoven. Singto acordou sobressaltado por causa daquele som e pegou seu celular para desligar o despertador.

-Bom dia! - disse o secretário, e Singto o encarou com um olhar meio envergonhado.

-Bom dia... Você está bem? -perguntou ele, hesitante. -Está dolorido... Em algum lugar?

-Não... Eu estou perfeitamente bem! -respondeu o rapaz, num tom de voz animado. No entanto, quando tentou se levantar para provar que estava bem, suas pernas fraquejaram e Singto o segurou pelo braço para que ele não caísse.

-Tem certeza que está bem? -insistiu o CEO, preocupado.

-Eu vou ficar bem, não se preocupe... -disse ele, finalmente ficando de pé e vestindo sua camisa, e em seguida caminhou até a porta da suíte.

-Onde está indo? -perguntou Singto, ainda demonstrando preocupação.

-Estou indo ao meu quarto pegar minha mala, tomar um banho e trocar de roupa... Não se preocupe, eu não vou fugir! - disse ele, com um sorriso travesso no rosto, e Singto fez beicinho, sentindo-se totalmente domado.

-Vou fazer o pedido do café da manhã para duas pessoas... Então... Volte logo! -disse ele, ainda de um jeito meio tímido.

-Sim senhor... -respondeu o secretário, sorrindo brilhantemente.

Pela primeira vez, Singto podia sentir que os dois estavam no mesmo mundo, em total sintonia. Ele finalmente o havia alcançado. Aquilo não era um sonho, era real. E aquele sorriso brilhante era para ele.

Depois de tomar um banho rápido e vestir seu terno azul escuro, Krist voltou para a suíte de seu chefe e os dois tomaram café da manhã juntos. A mesa estava farta. Haviam muitas frutas, iogurte, suco, biscoitos, cereais, pães... Krist não sabia por onde começar, porém acabou deixando sua indecisão de lado pois sua barriga já estava roncando de tanta fome. Então ele apenas começou abocanhando a fatia de pão que estava mais próxima.

Para ele, tudo aquilo ainda parecia um sonho, um sonho que o fazia se sentir muito feliz. Havia algo em Singto que sempre o atraiu, desde que o viu pela primeira vez no estacionamento da GMM. E depois de finalmente descobrir que aquela não tinha sido a primeira vez, e que os dois haviam se encontrado dez anos antes, às coisas começavam a fazer sentido.

Singto havia deixado uma marca no coração de Perawat, por causa da tristeza que ele carregava desde aquela época. Os olhos daquele garoto que tinha passado horas e horas chorando a morte da mãe ainda permaneciam no CEO. Ele era o mesmo que encontrou conforto na voz de um desconhecido que cantava e tocava violão pela primeira vez numa lanchonete no centro da cidade.

Era o destino. E Krist podia sentir isso no fundo do seu coração.

Os dois saíram do hotel e pegaram um táxi rumo à sede de uma das empresas de entretenimento mais renomadas de Singapura. Krist estava nervoso porque além deles estarem ali para tratar de um assunto muito sério, o rapaz ainda não era fluente em inglês.

Warmed HeartWhere stories live. Discover now