Broken.

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O esverdeado bebericou pela trigésima vez sua garrafa de vinho importado enquanto jazia jogado de maneira folgada em seu sofá cor marfim. De todas as bebidas vinho era o que ele menos gostava, contudo como falta de opções optou por ser esta mesmo.

Se fosse olhar pra cara dela, que fosse bêbado.

–... Você está mais verde do que eu me recordo...– A moça comentou.–... E suas orelhas também estão mais pontudas.

–E você está mais insuportável, eak.– Deu um gole com tudo.

Ele era mesmo obrigado a se submeter àquilo?... Não era possível!

Um silêncio formou-se no local e o homem observou-a de cima a baixo, analisando mentalmente se o visual roqueiro da filha encontrava-se de acordo com seus critérios.

–'Que foi?– Indagou incomodada.

–O rosa foi substituído pelo preto? Pff, que pirralha mais indecisa... – Gesticulou em tom debochado.–... Pelo o que me lembre você adorava rosa e unicórnios.

–Eu tinha quatro anos, Murdoc. – Cruzou os braços.

–E não tem mais?– Questionou mantendo o timbre.

–Não, eu tenho dezessete!... Perdeu a noção​ do tempo, foi?

–Caralho... fazem tantos anos assim?– Arregalou os olhos.

–Sim, velho idiota!

–... E você ignorou completamente.– Russel chegou ao cômodo com uma sacola em mãos, indicando que provavelmente havia ido ao supermercado comprar comida congelada. A empregada deles estava de folga.– Como pôde conviver com isso por mais de uma década, bro?... Você não tem coração ou senso de responsabilidade?

–Óbvio que ele não tem.– Lucie cruzou os braços.– Se tivesse, teria pelo menos ido me visitar ou me ligado de vez em quando.

–Calada, Lucie!– Ordenou impaciente.

–Não me manda ficar quieta, seu pepino ambulante!– Refutou-o.

–Tsc... vocês não veem que ela é uma diabinha?!– Defendeu-se.– É por isso que eu me mandei!

–Err...– Entreolharam-se. A verdade era que o único diabinho ali presente era o próprio Murdoc, já que ele louvava a um ser das trevas e sempre se metia em coisas erradas, mesmo sendo o mais velho.

–Você se mandou porque é um babaca!

–E você é uma Monstrinha!

–... Pelo menos eu não vendi minha alma por um baixo vagabundo.– Ironizou.

–Olha aqui, vagabundo não!– Apontou irritadíssimo para a cara dela.

–Talvez eu tenha me equivocado...– Cruzou os braços.– O baixo não é vagabundo... o único vagabundo aqui é você!

–Oras sua...!– Partiu para cima dela, entretanto fora segurado por Russel enquanto Stuart abraçava a garota tentando protegê-la de qualquer violência.– Eu vou te dar a surra que estou acumulando nesses últimos treze/quatorze anos! Eu juro!– Ameaçou-a.–... Me larga Russel!– Tentou soltar-se, só que o afrodescendente era muito mais forte.

–C... calma, cara.– 2-D intrometeu-se.– Vocês começaram com o pé esquerdo... deveriam tentar novamente, não acham?

–NEM PENSAR!– Gritaram em uníssono, fazendo o pobre rapaz tapar os ouvidos para não ficar surdo.

Sugoi, sugoi!... Eu tive uma ideia!– Noodle levantou-se do sofá e foi até a cozinha.– Eu e Russel-san vamos preparar um almoço de reconciliação. 2-D-kun... detenha-os para que não se matem, onegai.

Little MonsterOnde histórias criam vida. Descubra agora