Cheerleader

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Camila Cabello's Point Of View

Senti certo alívio quando a música acabou eu e meu pai nos acabamos em abraços e lágrimas, então pouco depois de cumprimentar todos com um sorriso imenso recebendo os elogios me permiti espaço e tempo na pequena dispensa, os vinhos e alimentos mantidos em temperatura arejada eram minha única companhia naquele momento.

Meu peito subia e descia irregular tentando controlar meu choro engasgado, minha mão apoiada em uma das prateleiras deu o suporte que minhas pernas não me deram enquanto a mão esquerda abafava os soluços incessantes, alguém pegara meu coração e o espremeu até transformar em pó, havia perdido meu amor, minha mãe e estava completamente abandonada nesse cubículo. Puxei um espelho mínimo dentro do bolso do vestido rosa flutuante e apaguei qualquer resquício de choro do meu rosto.

Prendi a respiração quando o perfume do ambiente mudou apesar de ter um apreço pela dona que o usa, não pude deixar de manter a postura indiferente.
A mulher permitiu uma visão mais completa de si, a boca pintada em um vermelho que combinava com a tonalidade de seu vestido tão vívido quanto uma cereja ao ser mordida. Os olhos de gatos me admiravam com certo louvor e adoração enquanto se aproximava de mim.

- Cantou bem hoje...-pigarreou logo depois de produzir as palavras em pura rouquidão, por certo momento pareceu perder a postura e em seguida a recuperou.-ótimo show.

Os ombros alinhados mostravam a clavícula pulsante, os cabelos negros tão sedosos emolduravam o rosto esbelto e a alça de seu vestido naquele momento parecia extremamente escorregadia, ela ia de um lado para o outro do cômodo quase como uma leoa cercando sua presa com os olhos atentos a cada movimento da vítima.

- Obrigada-minha voz soou alta e clara, sem a menor demonstração de fraqueza sobre a situação. Respirei fundo quando voltei ao fazer minha necessidade.

- Não sabia que cantava.-sentou-se no sofá esticando o vestido longo até a altura de seu calcanhar, o salto um tom mais escuro se mostrou tão fino quanto uma agulha.

- Eu sei fazer várias coisas, Jauregui.-percorri meus dedos sobre a terceira prateleira achando meu vinho favorito, puxei uma taça das inúmeras que reluziam de tão polidas, servi com exagero no recipiente e a entreguei.

- Acho que já bebi demais por hoje.

- O que? No mínimo o doutor em que se encontrava no fundo do salão deve ter lhe permitido três solvas.-levantei minha sobrancelha ao mesmo tempo que levei a garrafa em encontro com meus lábios entreabertos de gloss.

- Estava me observando?-riu de lado quase como uma provocação. Se eu não soubesse que era heterossexual juro que pularia em você agora Jauregui.

- Acho que o certo seria confirmar o contrário, não tirou os olhos de mim um segundo sequer-devolvi no mesmo tom indiferente quando senti o gosto forte de uvas alcoólicas me envolvendo numa névoa clara sobre minha mente.

- Era impossível manter os olhos distante daquela emoção iminente, seu pai não consegue esconder o orgulho de você.-me peguei controlando as lágrimas novamente e me sentei ao seu lado.

- Dei tanto trabalho quando era mais jovem Lauren.-sussurrei e ela me olhou incrédula.- Sempre tive tudo o que queria ao mesmo tempo que não tinha nada, era líder de torcida sabia?

- Sem chance Camila.-bebericou o líquido escuro e franziu os lábios em satisfação.

- Eu era capitã daquelas que estão no topo, tinha quem eu queria no momento que queria.-recebi a névoa de novo, desta vez mais forte.- Você poderia me encontrar em quaisquer festa sobre diversas circunstâncias.

Relaxei o corpo no estofado encarando ela que clamava por minha história com seus olhos curiosos tal como um felino desamparado, permaneceu em silêncio esperando.

- Para se tornar líder é necessário muito mais que dinheiro ou moral, é preciso ter treinamento e disciplina. Os treinos eram tão pesados que as únicas coisas que podiam relaxar meus músculos eram drogas, não os que vendiam em farmácias e sim os que passavam de mão em mão.-puxei um maço de cigarros e recebi olhos alarmados de volta.- Tenho tantos dias de dor que as vezes desejo que meu corpo volte à tortura ambulante.

- Não pode estar falando sério...

- Fazia tanto sexo que era quase um ritual antes de dormir.-senti cada pele exposta do meu corpo sendo tocada naquele instante.- Minha mãe morreu porque eu não conseguia ficar quieta e fiz uma bagunça tão grande no hospital que ela morreu no caminho.

- Camila..

- Não, é a verdade, tinha saído com umas garotas em um carro para uma festa tão movimentada que tive uma overdose de cocaína.-estremeci quando ela me tocou o braço.- Ligaram para ela antes do meu pai, meu coração estava tendo ataques cardíacos foram o que disseram então o desespero dela foi demasiado e no caminho o carro fugiu de controle.

- Não é sua culpa.-não consegui me controlar e bebi um longo último gole do vinho antes de explodir em gargalhadas, parecia tanta ironia com que ela me tratava.

- De quem é a culpa então? De uma mãe preocupada com uma filha problemática ao deixar o bebê em casa? Uma divindade masoquista? Se eu não tivesse me entupido de merda não teria acontecido. Depois disso papá nunca mais superou e o Oldy nem a conheceu.

- Sinto muito, mas presenteou ela com essa homenagem incrível.

- Nem precisaria se não tivesse matado ela.-era a primeira vez que admitia tamanha verdade, uma absoluta do nível que me revirava o estômago quando nenhum álcool poderia fazê-lo e não existia nenhuma palavra que me consola nesse mundo infeliz.

- Se culpar não vai adiantar nada Cabello, tem pessoas lá fora que esperam sua presença inclusive seu pai.

- Oldy deveria desejar que eu morresse naquele hospital, talvez assim ele teria a mãe dele até hoje.

As mãos puxaram meu corpo para o seu de repente eu estava ciente de cada movimento e pele exposta as minhas, o perfume dos cabelos estavam até mais fortes naquela noite enquanto sua respiração causava arrepios do meu pescoço às minhas pernas trêmulas.

- Nunca- interrompeu o abraço puxando minhas mãos até sua cintura e mantendo minha cabeça numa distância de cinco centímetros da sua, o suficiente para sentir o hálito quente da bebida em meu rosto.- nunca mais repita isso, nunca.-a voz do rosto sério transmitia o mesmo sentimento e urgência absurda num exaspero de credibilidade.

As vezes eu acho que perto de Lauren o chão foge de mim e meu corpo assume um controle absurdo diante da mulher que eu observo. Não consigo dizer se chega perto do que eu sinto por Josh, mas com certeza ela ativa meus hormônios de uma forma que todo o meu ser é impossível de desprender da teia de atenção que ela contém ao redor, meus músculos tensionam e minha boca seca toda vez que encaro seus lábios entreabertos com hálitos quentes e frescos no tempo que seus olhos encaram minha alma em silêncio.

Acho que nós aproximamos 2 centímetros quando as batidas na porta se fizeram mais alta e ambas pulamos nos nossos lugares, o homem de cabelo grisalho entrou sorrindo me procurando. O resto da noite pairava como uma obrigação entre meus instantes de sobriedade devido à quantidade de álcool que eu ingeri, no fim acabei por retornar para descansar na minha cama com o sucesso da cafeteria. Josh parecia um borrão distante de um caso amoroso destruído, já que minha mente só conseguia focar no calor entre minhas pernas na falta de uma mulher que eu já não deixava nenhuma desnuda à algum tempo.

Maldita mulher excitante.

Não tive música para esse capítulo, mas por poucos segundos vocês acharam mesmo que eu iria dar um beijo camren assim de bandeja?

O que acharam do passado de Líder de Torcida da Camz? Isso ainda vai ser muito abordado, em!

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Aquele negócio todo de comentar, recomendar e votar.

E mais ainda, conhecem alguém para fazer meu edit/teaser/trailer da fic? Agradecida.

Xoxo, Tia Mary.

Used To This (Camren Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora