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Dulce

Com o passar dos dias, eu passei a me aproximar da Anahi. Ela era mesmo um amor de pessoa e só mostrou que o meu primeiro julgamento foi totalmente injusto.
Ela era muito participativa, me ajudou muito nas limpezas e até mergulhou nos aquários comigo.

Christopher se reaproximava de mim aos poucos, ainda parecia um pouco desconfiado, mas até começou a flertar comigo como no início e sinceramente, eu estava amando aquele joguinho.

Numa sexta, antes de ir ao trabalho, eu fui até a praia falar com a Água.

— Resolveu aparecer? — Ela disse.

— Desculpe, é que tenho andado muito ocupada com o trabalho.

É só o trabalho?

Sim. Será que Você pode me fazer um favor?

Um favor, Dulce? Lembro-me bem que você tem ignorado os meus chamados. Agora quer que eu te faça um favor?

É que Você tem me chamado em momentos bem inoportunos. Ah, vamos lá! Eu nunca te peço nada!

O que ganho em troca?

É sério? — arqueei a sobrancelha. — Você tem a mim pelo resto da eternidade, não é o bastante?

Muito difícil ter você quando você vive me ignorando!

Por favor! — implorei.

Hum... tudo bem! Mas terá que voltar depois do trabalho e fazer algo pra mim. Me dê algumas almas.

Almas em troca de algumas conchas? Deveria eu mesma ir procurar. — olhei meu relógio de pulso. — É uma pena que eu não tenha tempo.

Conchas?

Quero fazer um colar. Pode me dar as conchas mais bonitas que conseguir encontrar?

Um colar para quem?

Uma amiga. Quero agradecer por ela estar sendo tão gentil. — uma onda bateu em meus pés, deixando várias conchas na areia. — Obrigada. Volto depois pra pegar as suas almas.

No caminho até o oceanário, eu fui colocando as conchas uma a uma na corrente prateada que eu tinha.
Fui direto para a sala de Anahi e já estávamos tão íntimas que eu nem batia para entrar. Fui entrando e quase saltei quando vi Alfonso lá dentro.

— Meu Deus! — coloquei a mão sobre o peito.

— Te assustei, Dulce? — sorriu com sarcasmo.

— Eu não esperava te ver aqui. — falei.

— Uma hora eu tinha que voltar ao trabalho, não acha?

— É. — assenti. — Fico feliz que esteja bem.

— É bom ouvir isso, Dulce Blane. — parecia divertido pra ele debochar de mim. — Anahi, foi um prazer rever você e espero que possamos fazer algo juntos qualquer dia desses.

— Eu adoraria. — Anahi sorriu para ele.

— Ótimo! — ele sorriu. — Tenha um bom dia. Você também... Dulce. — deu uma piscadela para mim e depois se retirou.

— O que foi isso? — Anahi perguntou. — Parecia que tinha uma tensão entre vocês.

— Ele não vai muito com a minha cara.

— Sério? Mas por que?

— É que... bem, você sabe que ele passou por umas coisas...

— Sim, ele esteve internado assim como o Christopher. Estresse pós traumático, não é?

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