stuck

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  e de repente eu despertei. não estava mais em casa e não fazia ideia de onde era aquele lugar. suas paredes eram pretas, mas claras o suficiente para que pudesse distinguir uma das outras. e curiosamente não havia nenhum ponto de luz.

  me parecia uma caixa enorme com luzes extremamente suaves e bem distribuidas entre os lados e tampa (pois o ambiente aparentava ser fechado).

  o que mais me impressionou, especialmente por ser uma pessoa com olfato aguçado, foi o fato de que o local não possuia odor algum. nem um sinal de poeira ou mofo no ar, que, por sinal, não estava em falta, embora não fosse possível senti-lo circular de forma direta, como acontece em locais propícios a habitação.

  não sentia desespero ou temor, como seria de se esperar em uma situação como esta. na verdade, a única coisa que me preocupava, era saber onde exatamente eu estava, já que sempre acreditei que, quando morresse, acordaria na serenidade do céu ou no arder contínuo do inferno.

  seria essa mais uma mentira que terei que desvendar sozinha e da pior forma possível? indaguei, silenciosa.

  no entanto, antes que eu pudesse tentar racionalizar o que estava acontecendo, tive o maior choque que imaginava ser capaz de sofrer em qualquer estado.

  havia diante de meus olhos, algo que jamais acontecera sequer em meus sonhos mais excêntricos, e me ver perante a aquilo fez com que eu, pela primeira vez em toda a minha vida, duvidasse da sanidade que em algum momento acreditei ter.

querida roseanne | chaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora