home sweet home

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  de volta ao dormitório, o que encontrei me pareceu além do que a minha mente pessimista seria capaz de entender ou sequer processar.

  estava diante de uma casa mais arrumada do que nunca e sem vestígio algum de gás. era inacreditável; nenhum brinquedo de gato ou peça de roupa jogados no sofá. organização total.

  quem quer que tivesse arrumado aquela bagunça salvou minha pele, porque certamente não saberia como explicar para as meninas o que havia feito.

  meus olhos percorriam cada canto da casa em busca da carta, na esperança de que talvez tivesse desaparecido para sempre como mágica. afinal, tantas coisas estranhas haviam acontecido nos últimos tempos.

  e... nada. nem sinal do envelope.

  — não tá reconhecendo mais o dormitório, rosie? — lisa perguntou rindo.

  — claro que ela tá! ficou só um dia no hospital... — jennie replicou em seguida.

  um dia? como eu vivi tantos momentos e ouvi tantas coisas em apenas vinte e quatro horas?!

  — sério? pareceu tanto tempo... — repliquei, confusa.

  — aww! — jisoo exclamou fazendo bico — a gente também sentiu sua falta!

  — eu não disse que senti falta de vocês... — brinquei, tentando não rir.

  as três começaram a me apertar e fazer barulhos de beijo, o velho ritual entre nosso grupo para fazer uma a outra ter cringe e rir até ficar vermelha. funciona toda. vez.

  a sensação de estar em casa é contínua quando nós quatro nos juntamos.

  embora quisesse muito que minhas amigas soubessem da experiência surreal que tive, sabia que isso implicaria a revelação da minha tentativa de suicídio que, por sua vez, geraria preocupação, o que eu sempre detestei causar às pessoas que amo.

  além disso, deixar que soubessem do que aconteceu enquanto estava desacordada significaria ter que explicar em detalhes o que se passou e, por mais que isso pudesse ser interessante, não me via apta a fazê-lo, já que eu mesma ainda estava digerindo tudo.

  e também tinha lisa, um dos maiores fatores contribuintes para a minha "viagem". não me imaginava falando abertamente sobre os meus sentimentos por ela na frente de jisoo e jennie. pelo menos não até então.

  — o que vamos comer no jantar? — jisoo perguntou da cozinha.

  — pizza! — lisa gritou rapidamente — rosie adora pizza!

  seus grandes olhos de pérola negra pareciam lustrados de tão brilhantes.

  ela me conhecia tão bem.

  — eu também adoro, ok? — jennie replicou, cutucando lisa.

  — most loved member only! — exclamei, provocando-a.

  jennie tirou uma das meias que usava e ameaçou arremessá-la em mim, brincando.

  lisa sorriu, piscando em minha direção como resposta. às vezes, parecia que ela sabia exatamente o que estava fazendo comigo. e eu sempre gritava por dentro (e secretamente amava).

querida roseanne | chaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora