Capítulo 8

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Elizabeth abre a sua maleta, e começa a analisar as evidências.

Quando ela analisa o plástico de novo, ela percebe que era o plástico de algum tipo de garrafa, e que nele tem resíduos de um pó estranho.

Ela pega um cotonete na sua mala, passa no plástico, retirando alguns fragmentos do pó dele.
Pega alguns frascos com alguns líquidos, e faz alguns testes, e descobre que aquele não era um simples pó. Era a mistura de vários cloretos diferentes, que são todos elementos que se conseguiria encontrar em um laboratório de química de uma escola. Liz sabia que, ao misturar aqueles elementos, poderia facilmente ser criada uma pequena bomba caseira que não causaria grande explosão, mas provavelmente tinha sido o estopim para começar aquele incêndio.

Olhando para o tecido branco e para os fios de cabelo, ela tenta achar alguma relação entre eles, mas não encontra. Porém, ao analisar a foto que tirou do rosto, olhando para as feridas nos olhos e na boca, ela percebe que são vários cortes extremamente finos.

Daniel que estava quieto antes, resolve se aproximar para falar com Elizabeth, mas percebe algo estranho quando passa pelo corpo e olha de relance. Ele para e analisa, percebendo que um dos braços não estava no mesmo lugar de antes. Ele parecia ter se mexido alguns centímetros para o lado.

Ele então volta a seguir em direção à Liz, para conversar.

-Elizabeth.

-Opa!

-Seguinte, eu não sou muito bom nesse negócio de trabalhar com as pessoas, mas eu acho que a gente vai ter que...trabalhar junto pra descobrir o que aconteceu aqui. Ãn...Eu queria saber se, o quê que tu tá pensando, o quê que...quê que talvez... você acha que aconteceu aqui, porque...o quê que você viu no corpo exatamente?

-Tá. Vamos por partes. É... enquanto vocês tavam conversando com o bombeiro lá fora, eu anotei algumas coisas como... o gás de cozinha causando a explosão- fala olhando as anotações- Detalhes que foram dados pelo bombeiro. E tinha um dispositivo menor...e...o dispositivo menor talvez confira. Eu encontrei vários pedaços de plástico, não sei se você consegue ver no chão, ó- mostra para ele os pedaços de plástico perto do corpo- Tem um ponto de onde saiu a explosão. E vários pedaços plástico ao redor. Que indicam que algum tipo de químico foi colocado dentro de uma garrafa, ou algo do gênero, e essa garrafa explodiu. Mas não foi uma explosão grande o suficiente ao ponto de botar fogo na escola, e talvez o gás de cozinha, citado pelo bombeiro, seja o ponto pra gente começar a investigar.

-Certo.

-É... não parece uma explosão acidental. Na verdade, a garrafa ela já entrega um pouco que foi algo minimamente pensado. É... tem muitas feridas em volta dos olhos e da boca desse cadáver e... eu encontrei alguns fios de cabelo...é... mas são fios de cabelo pretos-ela mostra o cabelo embalado- Não são fios grisalhos, ou seja, não é da vítima. E não parecem ser de outras pessoas que tavam presentes no local. Fora esse pedaço de tecido branco que tava na mão dele- ela mostra a última evidência.

-Você não acha estranho... esses sinais de luta? Do bombeiro. Porque ele... apresenta hematomas no pescoço, mas ao mesmo tempo, os olhos dele foram...esmagados. Isso me faz questionar, se isso realmente é um trabalho sobrenatural ou não, porque...Bom, eu acho que se a gente tá aqui, com certeza foi um trab...alguma... alguma coisa sobrenatural, mas... tudo tá muito estranho. Muito estranho. Por quê que uma garrafa explodiria...na cozinha que tinha gás...parece intencional. Mas daí de repente o bombeiro viu uma...uma figura...obscura, andando pra lá e pra cá, meio torta... e aí o bombeiro morto tá com a boca aberta...

-Mas veja bem, vamos analisar com calma. Porque, se a gente começar pela garrafa, os elementos que tão dentro da garrafa, eles são elementos que podem ser encontrados em um laboratório escolar. A gente não...os cloretos dentro da garrafa, eles não são nada difíceis de serem encontrados, então isso pode ter sido feito por uma pessoa, que talvez esteja com a intenção de amedrontar outras. Ela tinha intenção de causar uma explosão. E ela tinha a intenção de deixar as pessoas apavoradas. Não parece ser algo paranormal. Mas...após à explosão é a parte que me preocupa. O que causaria feridas tão...dilacerantes no rosto desse homem, e... de quem que ele arrancou esse pedaço de roupa ou o que quer que esse tecido seja? E esse cabelo também. Então, eu não consigo determinar se são de uma pessoa normal? Ou, cê sabe né...

Thiago que estava apenas observando de longe, percebe que o cadáver começa a dar pequenas tremidas.

-Rapaziada?- ele se aproxima deles- Ô rapaziada, não queria interromper vocês não. Tô ligado que o papo aí tá bom, mas ô...aquele bicho ali no chão tá dando uns trimilique, velho- quando ele aponta, eles veem que o corpo, que antes Daniel só tinha visto uma pequena movimentação no braço, agora dava pequenos espasmos.

Elizabeth se aproxima do corpo e consegue ouvir sons vindos dele e do constante movimento. É possível ver as veias dele pulsando e inchando.

Thiago grita:

-Ô GONZALEZ! BROTA AQUI QUE DEU UM PROBLEMA GRAVE MEU QUERIDO! VEM CÁ!

Gonzalez que estava dobrando o corredor para chegar no refeitório, chega e pergunta:

-Oi. Que tá acontecendo?

-Corre aqui meu querido. Corre aqui que esse corpo daqui tá com capeta dentro.

Pelos conhecimentos de Daniel, ele sabia que porque a Membrana estava muito sensível, provavelmente pelo corpo estar há muito tempo ali, ele estava sendo possuído pelas entidades do mundo oculto, e logo se transformaria em algo.

Ele puxa Thiago e fala:

-O quê que tu tá fazendo? Tira o Gonzalez daqui porque ele não pode ver nada sobrenatural.

Próximo a eles, Gonzalez se encontra extremamente curioso e falando:

-O quê que tá acontecendo aqui? Oi?

-Ô meu querido, ô meu querido- Thiago se aproxima de Gonzalez- Peraí. Ô Gonzalez. Não. Era só um teste pra ver se você tava atento mano. Ow! Peço perdão aí, tá ligado. Vem cá, vem cá, deixa eu conversar com você.

-Eu trouxe...

-Não. Vem cá, eu conversar com você. Bora conversar com a Isabela ali pô. Vem cá- ele começa a puxá-lo para a porta- Deixa a coisa aí...é que eles viram uma coisa muito importante. Bora lá, bora lá.

Enquanto ele puxa o Gonzalez, o corpo começa a tremer mais. É possível ouvir o som da garganta dele tremendo por dentro, e ver as veias pulsando e inchando mais, enquanto as unhas começam a entrar na carne e ficarem mais pontudas e a mandíbula começa a se mexer.

Ele está virando algo que definitivamente não é humano.

A Ordem ParanormalOnde histórias criam vida. Descubra agora