A Partido dos Dursleys

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A Partida dos Dursleys — falou Snape chamando a atenção de todos

— Graças a Merlin! — exclamou Lily bem baixo para ninguém escutar. Entretanto, James, que estava do seu lado, escutou e segurou sua mão para dar apoio. O maroto havia escutado uma vez, por meio do aluado, que Lily tinha uma relação complicada com a irmã, e que só percebeu isso quando começou a ler os livros. Nas poucas cartas que trocou com a garota, antes daquilo tudo começar, nenhuma delas mencionava sua irmã e na época não se importou muito com isso, mas agora se importava, pois sabia que seu lírio estava sofrendo com as atitudes de sua irmã, por mais que fosse teimosa e não adimiti-se.

O som da porta da frente batendo ecoou escadaria acima e uma voz bradou, "Oh! Você!"

Dezesseis anos sendo chamado assim deixaram Harry com a certeza de que quando seu tio chamava, nunca, ele respondia imediatamente. Ele ainda estava pensando na pequena lembrança que, por um segundo, ele pensou que viu o olho de Dumbledore. Não era até seu tio acrescentar, "GAROTO!", que Harry saiu vagarosamente da cama e se dirigiu para a porta do quarto, parando para colocar o pedaço do espelho quebrado na mochila cheia de coisas que ele levaria consigo.

- "Você perde seu tempo!" - gritou Tio Válter quando Harry apareceu no topo da escadaria. - "Venha aqui embaixo agora. Quero falar com você!"

Harry desceu as escadas, suas mãos enfiadas nos bolsos da calça. Quando ele olhou na sala-de-estar lá estavam os três Dursleys. Eles estavam prontos para a partida; Tio Váler em uma velha e surrada jaqueta e Duda, o grande, loiro e musculoso primo de Harry, em uma jaqueta de couro.

- "Sim?" - perguntou Harry.

- "Sente-se!", disse Tio Valter. Harry levantou suas sobrancelhas.

- "Por favor!", adicionou Tio Valter, se retraindo enquanto a palavra estava afiada em sua garganta. 

Sirius deu um pequeno sorriso diante aquela cena, não imaginava que Valter Dursley sabia dizer aquela palavra, não sabia também que ele soubesse o significado daquela palavra.

Harry sentou-se. Pensou que sabia o que esperar. Valter Dursley começou a andar para cima e para baixo. Tia Petunia e Duda acompanhavam seus passos com os rostos ansiosos. Por fim, o tio, com a cara larga e púrpura contraída de concentração, parou diante de Harry e falou:

- "Mudei de ideia"

- "Que surpresa" respondeu o garoto.

- "Não venha com ironias ..." - começou tia Petunia com a voz esganiçada, mas o marido fez sinal para que ela se calasse.

- "É tudo conversa fiada" - afirmou ele, encarando Harry com seus olhinhos de porco - "Concluí que não acredito em uma única palavra. Vamos ficar aqui, não vamos a lugar nenhum."

Harry ergueu os olhos para o tio e sentiu uma mescla de exasperação e surpresa. Valter Dursley vinha mudado de ideia a cada vinte e quatro horas nas últimas quatro semanas, carregando o carro, descarregando-o e recarregando-o a cada mudança. O momento favorito de Harry tinha sido quando o tio, sem saber que Duda guardara os pesos de musculação na mala desde a última vez que fora descarregada, tentara colocá-la novamente no porta-mala e desequilibrou-se soltando urros de dor e xingando horrores.

- "Pelo que me conta" - disse Valter Dursley, recomeçando a andar pela sala - "Nós, Petunia, Duda e eu, corremos perigo. Por conta de... de..."

- "Gente de 'minha laia', certo"

- "Pois eu não acredito" - repetiu o tio, parando outra vez diante de Harry - "Passei metade da noite refletindo e acho que é uma armação para você ficar com a casa."

Reescrevendo o futuro {hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora