O casamento

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O casamento — falou James.

Às três horas da tarde do dia seguinte, Harry, Rony, Fred e Jorge estavam parados diante da grande tenda branca no pomar, aguardando a chegada dos convidados para o casamento. Harry tomara uma boa dose de Poção Polissuco e virara o duplo de um trouxa ruivo, morador da aldeia local, Ottery St. Catchpole, de quem Fred roubara alguns fios de cabelo usando um Feitiço Convocatório. O plano era apresentar Harry como o "primo Barny" e confiar que o grande número de parentes dos Weasley o camuflasse.

Os quatro estavam segurando mapas da disposição das cadeiras para poder levar os convidados aos seus lugares. Uma legião de garçons vestidos de branco chegara uma hora antes, ao mesmo tempo que uma banda de paletós dourados. No momento, todos esses bruxos estavam sentados a uma pequena distância sob uma árvore; Harry viu uma nuvem azulada de fumaça de cachimbos se elevando do local.

Atrás do garoto, a entrada da tenda revelava filas e mais filas de frágeis cadeiras douradas dispostas nas laterais de um longo tapete roxo. Os postes de sustentação estavam enfeitados com guirlandas de flores brancas e douradas. Fred e Jorge tinham prendido um enorme buquê de balões dourados sobre o ponto exato em que Gui e Fleur em breve se tornariam marido e mulher. Fora da tenda, abelhas e borboletas pairavam preguiçosamente sobre a grama e a sebe. Harry se sentia bastante desconfortável. O garoto trouxa cuja aparência ele assumira era ligeiramente mais gordo, e suas próprias vestes a rigor estavam quentes e apertadas à claridade ofuscante do dia de verão.

— Quando eu me casar — disse Fred, repuxando a gola de suas vestes —, não vou me preocupar com nenhuma dessas bobagens. Vocês todos podem vestir o que quiserem, e lançarei um Feitiço do Corpo Preso na mamãe até terminar a cerimônia.

— Ela não esteve tão ruim assim hoje de manhã — comentou Jorge. — Chorou um pouco porque Percy não veio, mas quem queria a presença dele? Ah, caramba, se preparem... aí vêm eles, olhem.

Vultos muito coloridos vinham surgindo do ar, um a um, na distante divisa do quintal. Em minutos formou-se uma procissão, que começou a serpear pelo jardim em direção à tenda. Flores exóticas e pássaros enfeitiçados esvoaçavam nos chapéus das bruxas, e pedras preciosas cintilavam nas gravatas de muitos bruxos; o murmúrio das conversas animadas foi crescendo cada vez mais, abafando o zumbido das abelhas à medida que a multidão se aproximava da tenda.

— Excelente, acho que estou avistando algumas primas veelas — disse Jorge, espichando o pescoço para ver melhor. — Elas vão precisar de ajuda para entender os nossos costumes ingleses, podem deixar que eu cuido delas.

— Calma aí, seu mal-amado — disse Fred, passando como uma flecha pelo bando de bruxas de meia-idade que vinham à frente da procissão. — Por aqui, permettez-moi de assister vous — ofereceu-se ele a duas belas francesinhas, que aceitaram entre risadinhas, que ele as conduzisse à tenda. A Jorge, couberam as bruxas de meia-idade, Rony se encarregou de um velho colega do sr. Weasley no Ministério, Perkins, e, para Harry, sobrou um casal um tanto surdo.

— E aí, beleza? — disse uma voz conhecida quando Harry tornou a emergir da tenda e deparou com Tonks e Lupin à frente da fila. Ela virara loura para a ocasião. — Arthur disse que você era o de cabelos crespos. Desculpe pela noite passada — acrescentou a bruxa em um sussurro, enquanto o garoto os conduzia pelo corredor central da tenda. — No momento, o Ministério está se mostrando muito anti-lobisomem, e achamos que a nossa presença poderia prejudicar você.

— Tenho certeza que Harry prefir você e a Tonks do que o ministro. — falou Alice para Remus.

— Tudo bem, eu entendo — respondeu Harry mais para Lupin do que para Tonks. O bruxo sorriu brevemente, mas, assim que os dois viraram as costas, o garoto percebeu que o rosto do ex-professor retomou as rugas de infelicidade. Ele não estava entendendo, mas não tinha tempo para aprofundar o assunto. Hagrid estava causando um certo tumulto. Tendo entendido mal a orientação que Fred lhe dera, acomodou-se, não na cadeira magicamente aumentada e reforçada que lhe prepararam na última fila, mas em cinco cadeiras que agora pareciam uma montanha de palitos dourados.

Reescrevendo o futuro {hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora