O suborno

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Frank esperou alguns minutos para todos se recomporem e pegou o livro - O suborno.

Se Monstro podia escapar de um lago cheio de Inferi, Harry confiava que a captura de Mundungo levaria no máximo algumas horas, e ele andou pela casa a manhã inteira em estado de grande expectativa. Contudo, Monstro não voltou aquela manhã nem à tarde. Quando anoiteceu, Harry se sentiu desanimado e ansioso, e o jantar composto principalmente de pão bolorento, no qual Hermione tentara uma variedade de mal sucedidas transfigurações, não ajudou em nada.

Monstro não retornou no dia seguinte, nem no próximo. Apareceram, no entanto, dois homens de capa no largo em frente ao número doze, e ali permaneceu noite adentro, olhando em direção à casa que não podiam ver.

James ficou preocupado, será que eles sabiam que o trio se encontrava ali?

- Na certa, Comensais da Morte - disse Rony, enquanto ele, Harry e Hermione observavam das janelas da sala de visitas. - Acham que eles sabem que estamos aqui?

- Acho que não - respondeu Hermione, embora parecesse amedrontada -, ou teriam mandado Snape atrás de nós, não?

- Vocês acham que ele esteve aqui e o feitiço de Moody prendeu a língua dele? - sugeriu Rony.

- Acho - respondeu Hermione -, do contrário, teria podido contar àquele bando como entrar, não? Mas eles provavelmente estão vigiando para ver se aparecemos. Sabem que a casa é do Harry.

- Como puderam...? - começou Harry.

- Os testamentos bruxos são examinados pelo Ministério, lembram? Saberão que Sirius deixou a casa para você.

A presença de Comensais da Morte ali fora intensificou a atmosfera agourenta no número doze. Os garotos não tinham ouvido nada de pessoa alguma fora do largo Grimmauld desde o Patrono do Sr. Weasley, e a tensão estava começando a se manifestar. Inquieto e irritável, Rony tinha desenvolvido o incômodo hábito de brincar com o desiluminador dentro do bolso: isto enfurecia particularmente Hermione, que passava o tempo em que aguardavam Monstro estudando Os contos de Beedle, o bardo e não estava gostando que as luzes piscassem.

- Quer parar com isso! - exclamou, na terceira noite da ausência de Monstro, quando a luz da sala de visita foi apagada mais uma vez.

- Desculpe, desculpe! - disse Rony, acionando o desiluminador e acendendo as luzes. - Não estou fazendo isso conscientemente!

- Bem, não pode procurar alguma coisa útil para se ocupar?

- O quê, ler histórias escritas para criancinhas?

- Dumbledore me deixou o livro, Rony...

-... E me deixou o desiluminador, quem sabe esperava que eu o usasse!

Sirius e Remus não puderam deixar de dar sorriso, aquela briga de casal eles conheciam muito bem e conheciam muito bem o final daquela história.

Incapaz de suportar essas briguinhas, Harry saiu da sala sem os dois perceberem. Desceu à cozinha, que ele não parava de visitar, porque tinha certeza de que era ali que Monstro provavelmente reapareceria. No meio da escada para a entrada, no entanto, ele ouviu uma batida na porta da frente, e em seguida cliques metálicos e a corrente.

Sentiu cada nervo do seu corpo se retesar: sacou a varinha e se ocultou nas sombras ao lado das cabeças dos elfos decapitados, onde ficou aguardando. A porta abriu: ele entreviu o largo iluminado e um vulto de capa entrou sorrateiro na casa e fechou a porta. O intruso deu um passo à frente e a voz de Moody perguntou:

Reescrevendo o futuro {hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora