Nomanero está digitando

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Talvez o que eu vá contar agora sirva apenas para entretenimento. Talvez alguém realmente me leve a sério quando eu digo que isso foi real. Isso aconteceu comigo. Mas para ser franco, cheguei a um período em minha vida que a aceitação por outros se tornou irrelevante, pois eu não era o único naquele dia. Existem mais testemunhas.

Talvez se vocês forem procurar por elas, todas neguem por medo. Eu compreendo. Estou tremendo só de escrever esta mensagem com medo de que algo possa aparecer na webcam, mesmo eu tendo colocado uma figurinha para tapá-la.

A verdade é que eu estou cansado.

Carreguei essa história comigo por tempo demais. Quantos anos devem se passar para ser considerado "tempo demais"? Para mim foram exatamente 15 anos e 2 meses.

Fiquem comigo. Vou lhe contar exatamente o que aconteceu com o simples intuito de que faça você repensar em deixar sua câmera ligada em qualquer chat online. Ou até mesmo faça com que você repense em entrar em um chat online para início de conversa.

Sei que câmeras hoje em dia são coisas incontroláveis e incontáveis, já que existem muitas. Nossa Era é a Tecnológica.

Tecnológica até demais, eu diria. A tecnologia, pouca, porém efetiva, da época foi o suficiente para traumatizar não só a minha vida, como a de todos que eu considerei, um dia, amigo.

Tudo se deu lugar no ano de 2012. Mais precisamente no dia 14 de agosto de 2012. Eu e meus amigos tínhamos acabado de chegar de uma festa idiota do final do segundo ano da faculdade de engenharia mecânica e estávamos comemorando, até porque, passar em Cálculo II com a Cristina é algo impossível. Contudo, eu, Bruno, Larissa e Jackson conseguimos. Passamos.

Não sabia que o prêmio seria o que iria acontecer logo depois. Prêmio irônico, se me perguntar.

Bom, após uma breve comemoração no Mc Donald's, voltamos para a minha casa, onde abrimos inúmeras latinhas de cerveja, sentamos no sofá e rimos até nossa barriga doer.

– A Cristina deve estar se odiando por não ter conseguido nos reprovar. – Riu Bruno, abraçando Larissa.

Revirei os olhos e ouvi o barulho que a notificação de mensagem do MSN fazia toda vez que chegava pelo computador. Eu sempre deixava ligado, mas sempre em um status "ausente", até porque, não queria conversar com ninguém.

– Mano, eu tive uma ideia.

– Lá vem merda. - Suspirei e joguei minha cabeça para trás. Ouvi Jackson e Larissa rirem e eu sorri. – Que ideia genial seria essa, Bruno?

– Por que você nunca gosta das minhas ideias?

– Eu amaria se fossem boas! – Ri e me levantei, indo até o computador para ver quem estava online, não dando muita trela ao meu amigo.

– Toda vez que a gente segue sua ideia, acabamos ferrados. – Jackson concordou comigo, se deitando no sofá, já que eu estava sentado na cadeira da mesa de jantar, olhando os contatos do meu MSN. Para uma pessoa que não tem facilidade de fazer amigos, até que tinha bastante gente. Credo.

– Mas dessa vez é impossível nos darmos mal!

– Impossível nunca é.

– Impossível talvez seja uma falta de perspectiva.

– Ah, que saco! – Esbravejou ele e eu ri do comentário da Larissa.

– Qual a sua ideia?

– Agora você tem interesse? – Falou Bruno de maneira sarcástica. Revirei os olhos.

– Tenho – Afirmei, ainda olhando a tela do MSN a procura de um nome. Anna. Ela estava online. Sentia meu sorriso crescer levemente, me perguntando se deveria mandar mensagem.

𝕮𝖔𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖆 𝕸𝖊𝖎𝖆-𝕹𝖔𝖎𝖙𝖊Onde histórias criam vida. Descubra agora