ERROR | Beauany

Level 3

Josh

Estávamos exatamente a quinze minutos em território nova iorquino e parecia que o mundo estava conspirando para que tudo desse errado. Primeiramente, quando ainda estávamos no Canadá, aconteceu um problema com a bagagem e tive de remarca-lá em cima da hora. O que veio em seguida eu não conseguia distinguir se era sorte ou não, pois o vôo acabou atrasando e depois de correr feito louco por todo o aeroporto em busca de soluções, tive que ficar uma hora e meia sentado esperando o bonito do avião. Se não bastasse, Noah havia encontrado uma revista de piadas holandesas e não calou a boca por um minuto.

O período de viagem foi relativamente conturbado visto que atrás das nossas poltronas havia uma criança enviada por satanás que não parava de tagarelar e chutar meu assento. Uma lei contra pirralhos sozinhos em aviões nunca foi tão necessária para meu sono naquele momento. Passei a viagem do Canadá para os Estados Unidos desejando pregar os olhos, mas só fui conseguir esta proeza na conexão de Los Angeles para Nova Iorque.

Quando descemos do avião, desparei em direção ao desembarque. Enquanto esperava na fila, Noah resolve ter o bom senso de nos agraciar com um café de aeroporto. Quando ele volta com os copos de papel em mãos, quase engulo tudo de uma só vez.

- Você tá parecendo um Zombie. - O moreno comenta, me deixando ainda mais irritado.

Decido ficar calado ao menos enquanto meu cérebro decide se quer acordar ou não. Noah era sensível demais para receber más respostas do Joshua sonolento.

Após mais alguns minutos de espera, chega a nossa vez para realizar o desembarque. Fico aliviado de ser até rápido e tudo sair nos conformes. Logo já estávamos indo em direção a esteira de bagagens e poderíamos ir para o hotel descansar. Noah logo encontra sua mala e me pergunto o por quê de a minha estar demorando tanto para aparecer.

- Olha... Se não está aí... - Ele começa a dizer, mas para ao perceber pânico crescendo em meu semblante.

- Não, não pode ser. - Exclamo em incredulidade.

- Vamos lá na assistência. - Meu amigo diz, dando dois tapas em meus ombros.

E minha sorte só melhorava. Quando a atendente dos cabelos ruivos e anelados finalmente decidiu largar o celular para nos prestar alguma ajuda, descobri que na correria para mudar a marcação da minha mala, acabaram por despachá-la errado.

- Sentimos muito pelo transtorno. - O tom de voz da assistente preguiçosa não possuía nenhuma empatia, apenas tédio. - Volte em dois dias e sua mala ja estará aqui.

A vontade de gritar me invade, mas não há nada mais que pudesse fazer a não ser esperar.

- Vamos. - Digo a Noah, descendo as escadas rolantes para finalmente sair daquela construção feita a base de azar.

- Caramba, que chuva! - Noah diz quando chegamos ao saguão principal de entrada e saída.

Por trás das portas de vidro, era possível visualizar uma grande chuva que caía em Nova Iorque.

- Quanto mais rápido irmos, melhor. - Falo confiante, louco para sair daquele lugar.

Passamos pelas milhares de pessoas que circulavam o local, indo direto para a parte de fora. Como não havia bagagens para mim, auxílio Noah e carrego sua mochila em minhas costas. Assim que passamos pelas portas de saída, o vento frio invade minha pele. Aproximo-me da beirada do passeio de pedestres e aceno para um dos poucos táxis que estava passando. Aliviado por um deles vir em minha direção, me viro para chamar Noah. Andamos rapidamente em direção ao veículo amarelo, mas em um piscar de olhos, o táxi freia a poucos metros de nós. As botas de salto de uma mulher vestida com um sobretudo bege e molhado batem contra o chão rapidamente, e logo suas mãos alcançam a maçaneta da porta.