ERROR | Beauany

Level 6

Josh

- Você só pode estar mentindo, isso é impossível! - Sabina disse em êxtase, seguindo de uma risada divertida.

Eram quase dez da manhã é só havia nós dois acordados na casa. Era provável que Noah só despertasse por volta de meio-dia e Any, bem, eu não fazia ideia. Tudo que sabia é que nós dois teríamos de estar no prédio da Error às onze horas em ponto. E claro, a melhor forma de esperar o tempo passar naquele momento, era dividir uma tigela de cereal colorido para crianças de três anos com Sabina. Claro que ela não deixou de perguntar o porquê do ódio de Any comigo e a surpresa veio assim que expliquei tudo o que ocorrera desde o aeroporto.

- Josh, não fazia ideia de que você reinava na terra do azar. - Comenta, me arrancando um sorriso lateral.

- Essa viagem está me matando de raiva, daqui a pouco essa palavra vai ganhar o sentido literal. - Reviro os olhos em brincadeira, colocando uma boa quantidade de cereal na boca.

- Vira essa boca para lá!

Sabina usa sua colher para atingir meu pulso, me arrancando um grunhido.

- Você e Noah são boas pessoas, tenho certeza de que isso é apenas um momento ruim. - Vejo empatia e suavidade em seu tom, o que me deixa confortável.

- Tomara que seja, odiaria perder o campeonato por isso. - Confesso.

- Você não vai, fica tranquilo. - Diz, mas meus pensamentos gritavam o contrário. - Aliás, você não vai ficar bravo se eu torcer pela Any, vai? Você sabe... ela é minha amiga há mais tempo.

- Não, com certeza. - Falo com tranquilidade. - E é um alívio, pelo menos você não vai ficar frustrada com meu desempenho horrível.

Quando me refiro em um semblante distante, Sabina lança um olhar repreensivo até mim.

- Não ouse dizer isso novamente, Beauchamp! Você é capaz de muito, tenho certeza que vai vencer todos aqueles otários.

Mordo o lábio inferior em tentativa de esconder a risada, mas falho.

- Menos Any.

- Menos Any. - Sabina reafirma.

Em questão de segundos em um ato que parece ser mágica, a figura da negra cacheada adentra a cozinha, nos fazendo encará-la em surpresa. Não que estivéssemos falando mal dela, pelo contrário, mas por sua expressão, parecia que alguém havia morrido. Seus cabelos estavam soltos e armados e sua roupa consistia em um moletom amarelo junto a uma regata branca. Aquele era o uniforme que a Error havia oferecido para os competidores com as cores das bandeiras do país de nascença de cada um. Meu cérebro se confunde imensamente com aquele amarelo, não fazendo ideia de qual país se tratava.

- Bom dia, finalmente acordou. - Sabina diz, mas tudo que consegue é um olhar irritado da morena.

Enquanto analisava seu rosto, percebo o côncavo da mulher levemente inchado. A vermelhidão era óbvia no branco e seus olhos e por um momento, parecia claramente que Any havia chorado a noite toda.

- Já estava acordada.

Ela dá de ombros e alcança a geladeira, tirando de lá apenas uma maçã minúscula. Rapidamente, Sabina eu trocamos olhares confusos.

- Você só vai comer isso? - A mexicana - que a pouco revelara-me essa informação - pergunta.

- É. - Ela responde como se fosse óbvio, dando uma mordida na superfície avermelhada. - Até depois.

É tudo que diz, antes e sair da cozinha e desaparecer. Ouvimos o barulho de chaves sendo reviradas e logo em seguida, a porta da frente se batendo.