Triiiiiiim.
Agradeço a deus.
Isto sim é ser salvo pela campainha. Rapidamente, começo a arrumar as minhas coisas e tento afastar-me daquelas raparigas ao meu lado. Tenho a impressão que elas estiveram a falar sobre mim a aula inteira.
- Hey.- Chamam-me enquanto tentava sair da sala. Virei-me para trás muito lentamente e encarei uma desconhecida de cabelos castanhos a olhar-me com um sorriso. Os seus olhos são escuros. Ela é bonita, não posso negar, mas (e há sempre um “mas”), ela estava com as raparigas estranhas.
- Olá…?- Sussurro e vejo as suas amigas a sair da sala enquanto olham para nós.
- Sou a Emma. E gosto do teu cabelo.- Ela abre um sorriso ainda maior. Okay. Começo a ficar assustado. Existe alguma possibilidade de ela ser uma assassina, raptora, pedófilo mascarado, ou algo do género? Talvez.
- Sou o Michael.- Afirmei quando ela se aproximou de mim.
- Ah. Eu sei…- E de repente, as hipóteses de ela ser uma criminosa subiram para 70%.
- Vou indo…- Profiro, coçando a parte de trás da cabeça. Quando viro costas para fugir dali, o corpo pequeno (e cheio de curvas, já agora) da morena seguiu-me. Mantenho-me em silêncio. A rapariga ainda tenta falar comigo o resto do intervalo e eu vejo-me tramado para a afastar.
- Então. Diz-me porque mudaste de turma.- Encolho os ombros perante a sua pergunta e enterro-me numa das cadeiras desconfortáveis do bar.
- Fartei-me da minha turma antiga.- Encolho novamente os ombros. Era, em parte, verdade. A minha turma antiga eram nerds e digamos que eu estou farto deles até á ponta dos meus cabelos pretos e vermelhos. Ela levanta-se e agarrou a sua mochila.
- Bem, eu vou ter com as minhas amigas. Mas foi um prazer conhecer-te, Michael.- Emma sorri e estende a mão em minha direção. É suposto apertar? Okay…
- Igualmente.- Sussurrei, enquanto agarrava a sua mão. Ela piscou-me o olho e desapareceu da minha vista. Fiquei um tempo a calcular o que acabara de acontecer. Aquela rapariga veio mesmo falar comigo? São poucas as vezes em que isso acontece. Levanto-me quando a campainha anuncia o início da próxima aula e dirijo-me para a sala.
*
Abri lentamente a porta de casa e entrei em bicos de pés. Imediatamente eu reparo, desde o hall de entrada, que a televisão da sala está ligada. Descalcei as minhas botas pretas e tentei subir para o quarto, sem dizer nada.
- Onde pensas que vais, meu menino?- Ouço uma voz aguda perguntar. O problema é que a voz não era da minha mãe.
- Para o quarto, idiota.- Respondo, revirando os olhos. A adolescente de 14 anos deu um pequeno sorriso.
- Mãe! O Mike chegou!- Ela grita e pisca-me o olho. Aquela diabinha… eu vou matá-la.
- Ah. Olá filho. Como foi o teu dia?- A minha progenitora questiona, e consigo ver um brilhozinho de esperança formar-se nos seus olhos.
Ora. Deixa cá ver. Comi o pequeno-almoço de manhã, fui aturar uns professores novos ainda mais chatos, almocei sozinho, tive mais aulas secantes. O meu dia foi a mesma merda de sempre.
- Correu bem.- Dou o meu melhor sorriso falso. Michael, seu mentiroso desgraçado.
- Podem vir ajudar-me a fazer o jantar, queridos?- Solto um grunhido preguiçoso. Eu não sou muito fã de cozinhar.
- Tem mesmo de ser?- Eu pergunto e Karen, a minha mãe, afirma com a cabeça. Solto mais um grunhido pesado e subo as escadas para pousar a minha mochila no quarto. Merda de vida.
Começo por cortar cebola e alface para fazer salada enquanto a minha irmã faz a mesa. Enquanto cortava a cebola, o dia de hoje repetiu-se na minha cabeça. A única coisa de interessante que tenha acontecido hoje foi o facto de aquela tal de Emma ter falado comigo. Não achei qualquer interesse na rapariga, sinceramente. Mas pode ser apenas por não lhe ter perguntado nada de todo… Se calhar devia falar com ela.
- Michael. Deixa que eu corto a cebola. E faço o resto da salada.- Lacey diz, soltando pequenos risos enquanto olhava para o meu estado. Eu rio-me e limpo algumas lágrimas que a cebola me provocara. Eu já disse que sou desajeitado com a comida? É que eu sou.
- Podes ir descansar, nós tratamos do resto.- A minha mãe sorri e eu agradeço, subindo as escadas até ao meu quarto. Pelo menos, já não tenho que cozinhar. Rapidamente fui até á casa de banho e lavei os meus olhos que ardiam como o caraças.
- Auch.- Eu sussurrei, esfregando a cara com as mãos. Olho-me ao espelho e queixo-me novamente. Inspiro e expiro.- Isto não dói… Isto não dói…- Repito para mim mesmo.- Foda-se. Isto dói para caralho.- Saio da casa de banho e deito-me na cama de olhos fechados, numa tentativa de parar a dor. Acho que vou arrancar os olhos.
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HEY HEY GUYS
Não é o meu melhor capitulo mas, hey, vocês começam a perceber as coisas a partir do cap 2. E NÃO ISTO NÃO ESTÁ A IR RÁPIDO DEMAIS ESTA EMMA NÃO É QUEM VOCÊS PENSAM DON'T WORRY.
Mas… ESPERO QUE TENHAM GOSTADO. Vou começar a actualizar todas as minhas histórias á sexta-feira, só para o caso de ainda não terem reparado.
Ly all.
Da vossa amante,
KatiaZinha AKA Alvin
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As Crónicas de Michael // m.c. (hiatus)
Hayran KurguEu estava farto da minha rotina, até os conhecer. "Existem 7 biliões de pessoas no planeta e todos morremos sozinhos. Então porque devo passar a minha vida a trabalhar, suar, cansar-me, por uma ilusão?"