𝟐.𝟐

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Sina Deinert

- Sina, você tem que terr mais cuidado. Que ideia mais estúpida de assustar um cachorro. - O meu pai me repreende ao saímos do hospital.

Os meus cabelos voavam com o vento quente que passava e pude finalmente respirar ar puro e não o 'ar' doentio do hospital.

- Eu sei pai mas foi sem querer, eu apenas queria brincar. - me defendo enquanto entro dentro do carro e ele faz o mesmo.

- Ok mas tenha mais cuidado na próxima. - diz pela milésima vez e eu assinto colocando o cinto de segurança.

- Mas você não vai devolver o Harry não né? - pergunto receosa mas logo recebo um sorriso reconfortante da sua parte.

- Claro que não, foi apenas um acidente. -gargalha um pouco e eu também.

- Tô com fome. - o meu pai reclama suspirando.

- Eu também e o senhor não sabe o quanto. - falo meio que desesperada e ele ri.

- Tenho uma ideia. - exclama me assustando.

- Diz.

- A uns dias quando saí do trabalho na hora do almoço, fui em um restaurante ótimo com uns amigos. Quer ir lá? -propõe entusiasmado.

- Claro. Qualquer coisa serve, eu só quero mesmo comer. - sorrio e ele sai com o carro.

[...]

Depois de uns 20 minutos rindo e falando sobre o trabalho e escola, finalmente o meu pai estacionava o seu carro no estacionamento do restaurante.

- Chegamos. - ele avisa saindo do carro e eu saio depois.

Me certifico se estou com meu celular e minha carteira e quando percebo que sim, vou atrás do meu pai que já está a um pouco na minha frente.

O estacionamento era enorme e era preciso andar um pouco.

O estabelecimento parecia bastante bonito e simples, as paredes eram um amarelo vivo, e o telhado laranja tinha umas letras grandes cinzentas em itálico com o nome do mesmo.

Haviam umas mesas do lado de fora de madeira e chapéus de sol laranjas também.

Eu admirava bem o local onde ia comer, mas uma situação na porta do mesmo chamou a minha atenção e a do meu pai.

- O que é aquela confusão toda? - meu pai pergunta tão confuso como eu.

- Não sei. - sussurro tentando perceber realmente o que se passava.

Como já aconteceu uma vez, havia um grande grupo de meninas gritando loucamente na porta do restaurante. Muitas saltavam enquanto seguravam cadernos, folhas ou CD's nas suas mãos.

- Acho melhor virmos outro dia. - o meu pai sugere voltando pra trás mas eu continuo lá.

- Não! Vamos ver o que está acontecendo! - exclamo e começo a correr até ao local. Olho para trás e o meu pai vem atrás de mim lentamente enquanto revira os olhos.

Pode ser o Noah...

Assim que chego na porta, as meninas param de gritar quando um homem forte, alto, com um paletó preto começa a falar.

- Peço por favor, que se retirem o Sr. Urrea precisa passar. Se não saírem serei obrigado a agir de outra forma. - ao ouvir aquele nome paraliso por completo.

As meninas se afastam um pouco, o senhor abre a porta e mais um homem praticamente igual sai.

Eu ainda estava completamente em choque.

Em seguida uma figura um pouco mais pequena, com umas calças pretas rasgadas e um casaco da mesma cor sai do estabelecimento.

O meu coração parecia ter saltado do meu corpo naquele momento.

O seu rosto mal se via devido a estar com o capuz do moleton, mas eu consegui ver um pequeno tufo do seu cabelo moreno e os lábios rosados que tanto conheço.

É ele! É ele porra. NOAH JACOB URREA está agora na minha frente.

Os gritos das fãs começaram a soar outra vez, mas agora muito mais intensos.
Num ato repentino começei a fazer o mesmo.

Ele e os seguranças queriam passar mas eram impedidos pelas 'loucas' incluíndo eu.

Ele estava ali, tão perfeito na minha frente, eu estava tão perto dele neste momento.

Perto da pessoa que mais amo no mundo, com quem sonho noite e dia, com quem falo todos os dias.

O meu ídolo.

- NOAH!! - gritei o mais que pude sentindo a minha garganta arranhar e secar por completo.

O mesmo se vira pra trás, fazendo os berros se intensificarem mais ainda, se é que fosse possível.

Os seus olhos verdes mais bonitos ao vivo, percorreram para todas as meninas que se encontravam na sua frente até seu olhar encontrar o meu.

O meu sangue pareceu não circular mais, o meu corpo podia cair a qualquer momento e a minha cabeça estava completamente rodando.

Com todas as forças e voz que ainda tinha gritei, gritei como nunca havia gritado antes.

- NOAH!!!

Tudo parecia estar em câmera lenta, os gritos das outras fãs estavam abafados na minha cabeça.

Era como se fosse só eu e ele. Um sonho.

O mesmo arregalou os olhos e os seus lábios cheios entreabertos sussurraram lentamente:

"Sina."

𝗙𝗔𝗠𝗢𝗨𝗦 𝗠𝗘𝗦𝗦𝗔𝗚𝗘 | noartOnde histórias criam vida. Descubra agora