Julieta ( Juli para os intimos), tem o seu futuro planejado por si mesma, possui o apoio dos pais e dos amigos, poderia ser mais perfeito? Agora que terminou o ensino médio no Brasil, ela irá se candidatar para uma bolsa na renomada Le Regent Arts...
- Julieta? Chegamos, qual o motivo de tanta felicidade? - minha mãe está parada em frente a porta enquanto o meu pai a fecha, faz uns cinco minutos que eu estou dançando que nem uma louca pela sala, o meu coração tá a mil e não sei o que fazer além disso. Eu passei!
- Eu passei! - grito animada - Eu passei, eu vou entrar para a colônia de verão!
- O que?! - minha mãe pergunta o que acredito que seja retórico - Parabéns! Ah querido, o nosso bebê cresceu. - ela olha para o meu pai e vem me abraçar.
- Que maravilhoso minha filha! Você recebeu o e-mail? - ele também vem me abraçar.
- Não, eles tinham recebido o meu endereço de e-mail errado, então eles me ligaram, faz pouco tempo. - o meu celular apita e eu dou uma olhada, o e-mail da Le Regent chegou, é como se eles pudessem saber que estamos falando sobre eles. - São eles! Vou ler em voz alta. Prezada Julieta Meyer, queremos parabenizá-la e dizer-lhe que a senhorita foi aceita na Le Regent Arts, a colônia de verão que irá lhe ajudar a ingressar em uma faculdade de êxito nos Estados Unidos. Devemos dizer que ficamos especialmente encantados com o seu currículo acadêmico e decidimos lhe conceder uma bolsa integral 100%, a nossa representante brasileira irá acompanha-lha durante todo o seu processo de transição para a nossa sede/campus em Boston. Seja bem vinda, atenciosamente diretoria LRA. - terminei de ler o e-mail e me senti bastante orgulhosa ao perceber que traduzi do inglês para o português bem rápido e sem complicações, levanto a cabeça para olhar para os meus pais e percebo que eles estão chorando. - Mãe? Pai? O que foi? Vocês não querem que eu vá?
- Não é isso filha - meu pai começa a falar - estamos muito orgulhosos de você e sabemos que isso te trará muita felicidade e que foi por isso que você batalhou tanto, mas nós somos seus pais e uma partezinha de nós não quer te deixar ir, vamos morrer de saudades da nossa filhinha.
- Ah pai. - dou um abraço neles - eu sempre vou ser a filha de vocês, não importa em que parte do mundo eu esteja, e eu vou voltar, vai ser só um ano, talvez eu até consiga vir durante os feriados ou vocês podem ir alguma vez, conhecer Boston... - agora estamos os três chorando, não vai ser fácil de se encontrar, passagens de avião são caras e teremos que economizar muito, mas sempre existem as videos chamadas e ligações. Saber disso me deixa mais calma.
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- E quando que você vai? - o Diogo me pergunta ao mesmo tempo em que o picolé dele começa a derreter, ele parece não notar.
- Como estamos em dezembro, eu só vou no dia 2 de janeiro, depois da virada, mas as aulas só começam em abril, de acordo com a Lucy eu tenho que ir antes para me adaptar melhor e se eu quiser posso frequentar algumas aulas, e com esse tempo também posso conhecer a cidade melhor. - alguns adolescentes entram na sorveteria e seguem para a vitrine, uma menina fica olhando para o Diogo e a Manu me lança um sorriso malicioso.
- Quem é aquela? - ela pergunta para ele que imediatamente fica vermelho.
- Não sei, não a conheço. - Manu e eu começamos a rir e ele fica mais vermelho, ele sempre vira um tomate por que tem uma pele de cor muito clara. - Mas voltando ao assunto, onde que você vai morar mesmo?
