eleven.

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   O dia começava, e minha barriga já latejava de agonia. Esperava meus alunos entrando e falando comigo, até que vejo Annie, então,meu estômago quase sai pela boca.

—Bom dia,Annie.—sorrio, e vejo que a menina quase abre um sorriso, mas o desfaz e passa por mim.

   Aquilo partiu meu coração.

Bom dia,senhora Scarlatti. Eu começarei a levar e buscar Annie, tudo bem? E no caso de Melanie, será a mãe dela.—uma pessoa da qual nunca vi na vida,me contata.

—Mas eu preciso que o senhor Harry Styles que avise para a direção.—encaro a menina.

—Ele já avisou, mas eu precisaria te avisar antes, já que é professora de Annie. Sou a babá dela, Bárbara.—ela falava séria e eu já não estava com paciência.

—Tudo bem, senhorita Bárbara. Obrigada.—ela sorri, eu retribuo e ela vai em bora.

   Aquilo era tão, tão infantil. Eu entendo que a probabilidade dele não querer falar mais comigo,por estar num relacionamento é grande, e tá tudo bem! Mas, não querer nem ao menos trazer a própria filha?

—Bom dia, meus aluninhos.—começo, desanimada.

....

  O intervalo das crianças começava, e como sempre, Annie estava sozinha. Mas ela sempre ficava comigo, e dessa vez não ficou.

—Qual o lanchinho de hoje?—me agacho ao seu lado, Annie estava sentada nas pequenas cadeiras das crianças no horário do lanche.

—É...—ela começa animada,mas logo sua feição murcha.—é ota coisa, tia.

—Como assim?—sorrio, mas sem entender.

—e..eu quero lancha só Annie...—ela falava dela mesma, em terceira pessoa.—pur favo.

—Ah, tudo bem.—me levanto e umedeço os lábios com a minha língua.—bom lanche, baby.

  Eu estava desacreditada. Annie, a criancinha que vivia num grude comigo, estava querendo distância. Doía, porquê eu gosto muito da pequena.

[•••]

    Meus alunos do terceiro ano riam com algumas coisas que eu falava, eu tinha acabado de cantar uma paródia sobre a segunda guerra mundial.

   Minhas alunas, algumas, estavam com uma implicância insuportável comigo. Zombavam de mim, cochichavam e reviraram os olhos para mim. E eu sabia o motivo.

  O sinal toca, mas os paro antes de se levantarem, só para dar um aviso:

—O problema de alguns comigo, é fora da escola. Aqui mereço respeito, assim como os respeito,3002.—os libero, e vejo Melanie ainda sentada, esperando sua mãe. Ela, fazia carinho na mão de Zuri.

  Fico na porta, olhando os alunos. Uns passavam por mim e cochichavam, outros vinham me abraçar e dizer que estavam com saudades das minhas aulas de história em suas turmas.

  De longe, vejo Gemma, que passava escondendo o rosto e me dá um sorriso envergonhado. Ela para ao lado da parede, e eu franzi meu cenho.

—É para Melanie não me ver.—ela diz,como se tivesse lido minha mente, mas a confusão estava estampada no meu rosto.

—Ah,sim!—sorrio.

—Atria, eu sei que é difícil. Pediram para que nem falássemos com você, mas eu não concordo. Você não tem culpa, professora.—é incrível como eles gostavam da minha profissão, senhor.

O pai da minha aluna.| H.S [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora