O pai da minha aluna.| H.S [CONCLUÍDO]

thirty nine.

Annie dormia calmamente no meu colo, enquanto eu batia a perna direita num modo incansável e na mera tentativa de me tranquilizar.

Harry já estava no quarto do hospital com Camille há meia hora, e eu não entendia o que havia ocorrido até então.

Bom, saber, eu sabia. Só não entendia por detalhes.

Camille se acidentou, aparentemente empurraram a mesma numa multidão e ela caiu no chão. Ela está grávida, então a situação de ser jogado ao chão não era de bom agrado.

Meu estômago estava revirado, eu não entendia muito bem tantos enjôos. Eu estava quase curada do câncer. Irei na ginecologista, nada melhor que ir em um local especializados com a saúde vaginal.

—Senhorita Scarlatti?—o médico que havia aparecido pela primeira vez para chamar Styles, aparece.

Um belo homem. Pele retinta, cabelos crespos, boca carnuda, traços lindamente fortes e dentes brancos.

—Sim, sou eu.—sorrio, sem jeito.

—Pode me acompanhar, por favor?

Assenti, me levantando com cautela.

—Quer que eu leve sua filha?

Quase me engasgo com a pergunta.

—Oh, não precisa!—sorrio, e entramos em um largo corredor.

Completamente branco e limpo, esse corredor havia várias portas com nomes pendurados. Não demoramos muito, até que o médico abra a porta para que eu entre.

Estranhei, de certa forma. O que eu deveria estar fazendo ali, já que Camille aparentemente quer me ver no trilho do trem e presa ali?

—Anh, está tudo bem?—franzi meu cenho, encarando Camille pálida, em lágrimas.

Contraio minha boca, tendo em mente o que deveria ter ocorrido.

—Eu não estou entendendo muito bem, e confesso que estranho estar aqui.—olho Harry, que se mostrava sem reação, apenas com a mandíbula travada.

O clima ambiente estava péssimo, e eu realmente não entendia um porcento do que ocorria bem em minha frente, além de minhas teorias mentais.

—Camille perdeu o bebê.

Abro a boca, em choque. Sem reação e parecia que quaisquer palavras no mundo teriam se apagado em minha mente e boca.

—Camille, eu sinto muito!—a olho, que chorava muito.

Me aproximo de Harry, dando Annie em seu colo. Vou até a cama de hospital, e me sento no sobrado, ao seu lado.

—Você está muito triste, não é?—permito ir com minha mão até uma mecha de seu cabelo e passar até sua orelha.—Eu sei que você não gosta de mim, Camille. Mas, seria tão ruim da minha parte ignorar talvez a pior dor da sua vida...

Harry contrai sua boca, e parece chateado com a situação inteira. Afinal, quem não estaria?

—Atria, me desculpa. Olha, você está me consolando depois de eu ter feito tantas coisas ruins com você! Meu feminismo foi enfiado no ânus.

Rio, e a olho com pena.

—Está tudo bem, não sou de guardar rancor. O que acha de conversar um pouco? Eu nunca perdi um filho, nem sequer engravidei... Mas, quero te ajudar a se distrair.

Camille me fizera coisas muito ruins, falácias e coisas que não desejo a ninguém. Mas, veja, ela perdeu um filho! Sendo de Harry ou não, era algo que ela queria muito e devia doer demais.

...

—Eu vou desmaiar!—Harry diz, em desespero.

—Ela só está gripada,Harry.

Ele olhava a temperatura extremamente alta de Annie em completo desespero.

—E se ela estiver com alguma doença, um vírus?

—Harry, ela se molhou toda quando você quebrou a torneira.

—Papai tá doido!—diz Annie, e eu rio.

Annie estava gripada. Com febre,tosse,espirros e vomitando um pouco. É comum crianças ficarem gripadas e eu tentava acalmar Harry, que estava enlouquecido. A pequena logo ficará curada, já que é extremamente saudável. Não há o que se preocupar,mas, Harry é pai e claro que ficará muito preocupado. Eu tento o acalmar mas, como podemos ver, é muito difícil.

—Eu vou comprar a farmácia inteira! Deus, o que será de mim?!—ele se joga no chão e Annie o imita.

—Ti será de nin?

Rio, negando com a cabeça.

—O exemplo que você dá, menino! Harry, levanta do chão frio com sua filha. Aí sim ela ficará pior!—brigo.

Parece que vivo com duas crianças, o que é fato, na real.

Ele se levanta extremamente rápido, não consigo nem ao menos o acompanhar nos movimentos.

Então,Harry espirra.

—Fodeu! Fodeu, fodeu! Fui infectado por ResfriAnnie!—ele faz drama.

—Você vai se vestir adequadamente, dar um banho gelado na neném e os dois vão ao médico. Primeiro a leve no pediatra,querido. Irei à ginecologista.

...

Ao conversar com a ginecologista, Brenda,ela me segure:

—Você está ficando cada vez mais saudável, senhora Scarllati! Isso é ótimo, mas, como fez sexo sem camisinha, sugiro que faça um teste de gravidez.—ela entrelaça sua mão na outra.

—Eu tenho útero invertido, é quase impossível um feto ficar aqui!

-Nada é impossível. E bom, estou sendo o mais informal possível, Atria, e você é bem fértil.—ela diz, puxando sua gaveta de sua mesa e me entregando um pacote de teste.—O banheiro você sabe bem onde é.

Assenti, respirando fundo e ando em direção ao pequeno banheiro da sala de minha ginecologista.

Faço tudo o que o teste indica, e coloco o pequeno teste no potinho com a urina.

Espero cinco minutos sem ao menos olhar para ali.

Minha ginecologista sabia de algo,ela só queria ter a confirmação com minha própria ação e olhos. Eu a conheço tão bem quanto ela me conhece. Brenda sabe que eu não acreditaria em nada sem antes fazer um teste.

Minhas mãos suavam, eu me tremia. Minha boca ressecada e coração acelerados eram o que mostrava todo o meu nervosismo. Era aparente todo meu sentimento de medo por um simples teste.

Mordia incansavelmente as pelinhas da minha boca,meus pés batiam muito mais que incansavelmente no chão. E então, noto que os tais cinco minutos já haviam passado há um bom tempo.

Com meus olhos fechados, respiro fundo e pego-com as mãos trêmulas e suadas, o teste.

—Vamos lá, Atria. Dará negativo, você sabe!-tento me convencer.

E ao abrir os olhos, vejo a resposta.

Eu estou grávida.

E vamos de mamãe do ano, caralho.

Quem já imaginava aí???

Autora antifascista.

Se cuidem, as amo, e até amanhã!

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