The Oldest Swan

Capítulo - 3

                       The Oldest Swan
                           Capítulo Três

MEU BANHO DUROU UM POUCO MAIS QUE 5 MINUTOS, Assim que sai estava enrolada na toalha e enxugando meu cabelo com outra. Voltei para o quarto e Lee estava deitada olhando para o teto enquanto minhas malas e teclado estavam no chão e na cama.

- Desculpe a demora - falei assim que saí do banheiro.
- Tudo bem, agora você está com cheiro de maçã e canela - ela falou e eu ri.
- Meu ego inflado vai te sufocar maiiiis - falei e sorri em seguida - Sou cheirosa né Amore?
- Sufocada aqui - falou fingindo não respirar.
- Aff, não posso mais sufocar ninguém com meu ego - falei e ela riu.
- Vai se vestir logo Cabelo de tomate - falou e eu rolei os olhos.

Andei até minha mala e tirei um top e short de pano camuflado ao estilo exército, tirei também uma calcinha e fui de volta para o banheiro onde me vesti e me olhei no espelho vendo meus cabelos desarrumados então simplesmente os penteei com os dedos e deixei do jeito que estavam.

Sai do banheiro e a vi ainda na mesma posição, parecia viajar entre seus pensamentos mais profundos e estava Hesitante sobre alguma coisa.

- Bom, por que não me conta como é sua matilha? - perguntei me aproximando e me sentando ao seu lado.
- Bom, Tem o Seth, ele é o mais novo e, é meu irmão. Mais saber o que ele pensa sobre mim me dói, ele me vê como uma Solteirona Amargurada - falou soltando um rosnado baixinho.
- E os outros? - perguntei e ela suspirou.
- Tem o Paul, o Quill, o Jake, o Jared e…..- ela parou e rosnou um pouco mais alto - O Sam.
- Sam Uley? - perguntei e ela acentiu - ele fez alguma coisa pra você?
- Não exatamente ele mais, eu sinto essa dor a muito tempo e… - ela parecia pronta pra dizer mais me olhou com uma dúvida expressa.
- Se não se sentir confortável, podemos falar sobre o feitiço - falei e ela suspirou.
- Me fale de você - ela disse simplista e eu suspirei.
- O que quer saber? - perguntei.
- O que desencadeou sua transformação? - perguntou e eu ri.
- A Minha Raça De Lobo é diferente de vocês, primeiro que é uma maldição, ela é desencadeada quando matamos alguém pela primeira vez - falei e ela arregalou os olhos.
- Você...Fez isso? - perguntou e eu suspirei.
- Foi o pior dia da minha vida, eu tinha apenas 13 anos e quando aquele homem apareceu foi….- Tentei falar mais eu só ia confundir ela - Foi em legítima defesa.
- Mais, ele fez alguma coisa pra você? - perguntou a loba se sentando e me olhando.
- Ele era um bêbado aleatorio, e naquele dia estava tão tarde quando eu saí da casa da minha amiga que eu nem vi ele me seguindo - falei sentindo minhas mãos formigarem.
- Ele…tentou? - perguntou e eu acenti.
- Ele tentou me abusar e eu fiquei minutos ou horas gritando por ajuda até que eu bati na cabeça dele com a garrafa de Bourbon, várias vezes - falei e ela engoliu seco.
- Que ele queime no inferno - falou e eu ri.
- Sabe, eu me lembro da dor da primeira transformação, cada osso quebrando e enfim os cheiros apurados, a visão mais forte e os ouvidos sensíveis. Era tudo tão louco, uma….
- Confusão de sentimentos - ela completou e eu a olhei a vendo com os olhos cheios de lágrimas.
- Eu passei anos compartilhando a mente com uma matilha, é uma coisa horrível principalmente para Lobas que são únicas no meio de vários Lobos. Até que eu saí e foi a melhor coisa, a Paz mais duradoura da minha vida - falei e ela suspirou.

Lee ficou alguns minutos calada e mordendo os lábios levemente, era como se estivesse se castigando por sentir e eu conseguia distinguir suas emoções. Ali Estava a Tristeza, o Ódio e acima de tudo a Amargura.

- Eu comecei a namorar o Sam aos 16, ele era mais velho em pouca coisa acho que uns 3 anos. Ele sempre disse que me amava e que depois da mãe dele eu era tudo que ele mais presava no mundo - ela Murmurou baixinho e eu acenti - Daí ele virou um lobo quando fez 20 anos, ele ficavam sempre Stressado e muito tempo longe, era como se eu estivesse namorando um fantasma vivo.
- O que fez você sentir esse ódio e amargura Leah? - perguntei e ela suspirou.
- Minha Prima veio morar aqui, ela era de outra reserva, o nome dela é Emily Young. Eramos melhores amigas e ela prometeu nunca me decepcionar ou algo do tipo, mais aí Sam teve um Imprimting por ela. Foi um caos, ele me evitava a todo custo e ela também mais eu pensava que era coincidência até que um dia eu os peguei se beijando…..foi o pior golpe que eu podia levar - Ela murmurava baixinho e seu nariz respirava com dificuldade.
- Um Imprimting não é culpa de ninguém mais o caso deles terem te evitado e estarem tendo um caso pelas suas costas os faz os babacas da história - falei e ela riu pelo nariz.
- Eu aceitei que eles tem um imprimting sabe? Mais o que não posso aceitar e ouvir a voz dele na minha cabeça falando sobre o quanto ela é perfeita, o quanto ela é maravilhosa e que ela é o que ele mais presa no mundo - falou agora se deixando chorar livremente.

Me aproximei e a puxei para o meu colo onde ela chorou um pouco mais baixo e eu acariciei seus cabelos e comecei a murmurar uma música que compus a algum tempo atrás.

- I may cry, ruining my makeup, Wash away all the things you've taken. I don't care if I don't look pretty, Big girls cry when their hearts are breaking - Cantei baixinho e ouvi ela parar de chorar e ficar apenas aproveitando o carinho.

Foram minutos até ela estar realmente calma e sair do meu colo e ficar olhando pro teto com os olhos vermelhos e rosto molhado.

- Não acredito que chorei na sua frente - falou a indígena e eu ri.
- Pra tudo se tem uma primeira vez - falei e ela sorriu - Você quer me mostrar?
- O que? - perguntou me olhando.
- Suas lembranças, é um modo de você tirar esse peso dos ombros - falei e ela me olhou confusa - Lembranças ruins são como pesos na Melancolia, elas uma hora pesam e você fica Mais Amargurada, Mais Triste e cada vez Menos Você.
- Vai ser como se eu jogasse no lixo? - perguntou e eu neguei.
- Não, vai ser como se elas não fizessem tanto efeito sobre suas emoções - falei e ela acentiu.
- O que tenho que fazer? - perguntou e eu sorri.
- Apenas respira fundo e mantenha a calma a todo custo, não vai doer, vai ser como se eu estivesse tirando algo pesado de você - falei e ela acentiu.

Eu peguei em seu rosto e me deixei ver tudo que ela viveu, a traição, a separação, a morte do pai, a transformação, a mente compartilhada. Era de certa forma algo que uma pessoa normal não conseguiria suportar por muito tempo sem desmoronar.
Senti meus pulmões enchendo da energia da Melancolia e a soltei e sai correndo para o banheiro onde me debrucei em cima da pia e vomitei uma gosma preta.

- Você tá bem? - perguntou Lee segurando meu cabelo e eu apenas continuei vomitando.

Vomitei durante Um Minuto até que toda a melancolia estivesse fora do meu corpo e então eu pudesse enfim respirar, levantei meu rosto e olhei para o espelho vendo meus olhos numa cor escura de verde que foi logo clareando e virando um verde bem claro. Tudo estava normal de novo.

- Essa é sua Melancolia - falei me afastando da pia e mostrando a gosma preta.
- Isso é bem nojento - falou a indígena e eu ri.
- Pensa no Sam, Na Emily, No Seu pai - falei e ela parou e ficou divagando por alguns segundos.
- Nada, não sinto nada além de uma paz incrível. É como se eu….tivesse tirado um peso dos ombros - falou e eu sorri de lado.
- Diz adeus pra sua Melancolia - falei e ela riu.
- Adeus Melancolia - ela falou e eu liguei a torneira e a gosma foi se dissipando até não existir mais resíduos dela.

Lavei minha boca e escovei os dentes rapidamente e virei para a Clearwarter com um sorriso.

- Com fome? - perguntei e ela riu.
- Eu acho que posso comer um dinossauro - ela falou com uma alegria exagerada.
- Ótimo, por que eu vou fazer macarronada de panela de pressão - falei a puxando para o alçapão.