11. 𝐉𝐀𝐃𝐄'𝐒 𝐄𝐘𝐄𝐒

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onze

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onze. olhos de jade

"VOCÊ É A MULHER MAIS TEMIDA DE todos os sete mares. Dois romances significativos perambulando pelo seu navio não serão um problema", Muñoz achou que repetindo isso em pensamento, alguma coisa iria mudar.

A costumeira roupa preta havia ficado de lado, então optou pelas tradicionais roupas brancas, com um colete azul mais justo combinando com cinto e os diversos acessórios que sempre usou.

Jade estava mais do que distraída, então só notou que Norrington estava atrás de si quando desceu da rede e deu de cara com seu uniforme azul e branco, nem tentando disfarçar o susto que tomou.

— Não queria te assustar.

— Eu estava em outro mundo, qualquer coisa me assustaria agora — deu uma risada fraca — Está tudo bem?

— Eu ia lhe perguntar a mesma coisa.

Jade não poderia explicar o porquê, mas subitamente sentiu vontade de chorar. E era exatamente o que faria se começasse a falar sobre o que estava sentindo.

— Não fazia ideia de que você conhecia Miguel.

— Ele é um dos oficiais mais conhecidos da Espanha. Acho difícil alguém que não o conheça na Europa. Me admirou o homem ter saído de lá para se casar no México — arqueou uma sobrancelha — Mas eu não o culpo, dizem por aí que muitos europeus tiveram interesse no Novo Mundo depois que te conheceram.

Muñoz abaixou a cabeça com um sorriso tímido. Tinha trinta anos e ainda não havia descoberto como reagir a elogios. E ficou alguns minutos pensando no que diria a seguir. Tinha uma quantidade enorme de coisas que poderia e gostaria de falar, mas tudo se resumiu em três palavras:

— Eu sinto muito.

— Você é uma mulher livre, Jade — por que ele tinha de dizer seu nome? Só deixava tudo mais complicado — Não cabe a mim ou a García tirar isso de você.

— Da primeira vez você não aceitou vir comigo. O que te fez mudar de ideia?

Ele riu antes de tirar algo do bolso e mostrar as duas pedras jade para a mulher.

— Acho que seus olhos.

E saiu de sua vista, deixando para trás uma Jade cheia de perguntas que ninguém além dela mesma poderia responder.

— Capitã — Lora, sua melhor navegadora chamou — Nós chegamos.

— Obrigada — desceu de onde estava — Fique atenta, os Espanhóis e os Ingleses provavelmente virão atrás de nós.

Ambas acenaram e logo Jade estava longe do navio, sendo acompanhada pelo Oficial e pelo Capitão.

Era a última coisa que queria.

Chegando a pequena casa pela qual procurava, deu leves batidas na porta de madeira envelhecida, tentando esquecer por algum tempo o enorme problema que estava para começar.

— Jade? — a mulher loira saiu pela porta e imediatamente uma feição admirada tomou conta de seu rosto.

— Oi, Elizabeth - sorriu com um aceno tímido — Eu... Senti saudades?

— O que... — olhou para os dois homens atrás da Muñoz — O que fazem aqui?

— Nós também não sabemos — Norrington apontou com sinceridade.

Jade arqueou uma sobrancelha, o ignorando e chamando a Swann para conversarem no particular.

— Você adorou a vida de pirata — ela concordou — E você está isolada em uma ilha completamente entediada, certo?

— Por que me quer no seu navio? Já tem o Comodoro e o Capitão mais competentes que conheço.

— É exatamente por isso — abaixou a cabeça, brincando com um dos brincos azuis pendurados na orelha — Eu... A bússola aponta para todos os lados — confessou, a voz exalando frustração.

— Está indecisa entre eles? Qual foi a sua relação com Norrington? Você se envolveu com quem mais?

— Uma coisa de cada vez, Sra Turner. Você já sabe muito sobre a minha vida. Muito mais do que permito que saibam.

— Você me quer lá, não quer? — deu um sorriso — É a última coisa que eu vou querer saber. De Capitã para Capitã.

— Tudo bem! — exclamou sem paciência — Um pouco antes de acabar no navio de Barbossa, eu e Jack ficávamos em navios separados. Um belo dia o Pérola foi pego pela Marinha inglesa, então tive que ir resgatá-lo com o Fúria. E até aí tudo bem, mas eu fui pega por Norrington, que obviamente me prendeu também — arqueou uma sobrancelha — Não era a minha intenção, mas eu meio que me envolvi de um jeito estranho com ele enquanto esperava meu julgamento e sem querer o usei para fugir... Pedi que ele fosse comigo, mãe ele não aceitou. Nem percebi que estava gostando dele até voltar para o Fúria com Sparrow e não querer sair da minha cabine por duas semanas.

— Então eram suas... — ela pareceu se lembrar de algo — As pedras jade eram suas.

— Elas ficavam nos olhos da caveira — apontou para o chapéu — James dizia que eram meus olhos, então deixei com ele para que se lembrasse.

-—Olhos de jade! É você! Eu pensava que essa mulher não existia.

Jade deu um sorriso. Estava acostumada com a sensação de ser uma lenda, algo inexistente mas especial.

Como uma mulher no comando de um grande navio, ou alguém que teve mais de um romance complexo entre as mais perigosas viagens marinhas já vividas por qualquer pirata.

— É, Elizabeth. Olhos de jade, Capitã Muñoz, mulher mais temida dos sete mares. Aquela que não consegue passar dias num navio com dois romances difíceis. É, essa sou eu.

𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍 𝐒𝐎𝐔𝐋 ━ pirates of the caribbeanOnde histórias criam vida. Descubra agora