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cinco. maldição de netuno
O OCEANO PARECIA TER FICADO EM paz de repente depois da batalha terminar. O Holandês Voador e o Pérola Negra destruíram o Endeavour, finalmente matando Beckett.
Mas também deixando Will como Capitão do navio de mortos-vivos.
Elizabeth ia para uma ilha esperar Turner, que só poderia visitá-la de dez em dez anos.
Antes de fazê-lo, Muñoz notou que Swann ainda gostaria de lhe perguntar algo, dando a oportunidade da jovem tirar sua dúvida.
— Quero saber qual é a sua relação com Jack! — exclamou como uma criança empolgada, Jade riu, porém não queria responder — Eu mereço saber, é meu último pedido.
— Pra que essa curiosidade toda? — Sparrow se fez de desinteressado — Não há nada de legal na nossa história.
— Se não tem nada demais, pode me contar, certo?
Jade engoliu em seco. Não queria contar porque era uma história comprometedora, mas por outro lado, não veria Elizabeth por um bom tempo.
— Tudo bem, eu conto.
Jack a olhou com o desespero implícito nos olhos escuros. Ela deu os ombros. Pouquíssimas pessoas sabiam da verdadeira relação entre ambos os capitães, e seria melhor que continuasse assim. Mas a moça merecia saber.
— Eu estou na Proa. Conheço bem a história.
— Bom, eu o conheci há um bom tempo. Estava atrás de me encontrar, correndo para minhas verdadeiras paixões, a maior delas, o mar. Logo caindo no navio que Jack veio a se tornar Capitão alguns anos mais tarde. Primeiro, era prisioneira, mas com o passar do tempo, comecei a ser parte da tripulação, sendo até treinada por eles — apontou para uma tatuagem de âncora no bíceps esquerdo — Eu e Sparrow nos aproximamos muito nesse tempo. Tínhamos uma relação indefinida, mas que era boa para os dois, nós roubamos, bebemos, nos divertimos e fizemos de tudo juntos, até estava comigo quando eu... — olhou para as mãos, seu olhar se tornou triste — Descobri que podia fazer algo especial com o mar. Usei isso aos montes para nos ajudar. Pouco tempo se passou até o dia em que recebi a visita do dono das habilidades. Meu “progenitor” me fez uma proposta a qual viria a mudar muito minha vida depois. Os poderes que eu tinha eram o que constituía minha alma, por isso a conexão com o oceano, e isso me deu uma escolha: abrir mão de meu amor por Jack ou do dom especial e consequentemente, da minha alma... Não era uma decisão que eu gostaria de tomar, mas infelizmente, eu deveria fazê-lo.
— O que você escolheu?! — perguntou curiosa.
Jade se aproximou da pequena janela da cabine do navio, onde viu o pirata olhar para o horizonte como se fosse a coisa mais bela que já viu em sua vida.
— Eu segui meus sentimentos e escolhi ficar com ele — apontou para fora, rindo com a careta que Swann fez.
— Mas você controlava o mar!
— E Netuno me controlava. Eu ia ser um fantoche nas mãos dele.
— Não deu sua alma para ele? Seria controlada do mesmo jeito.
— Aquilo não era dele. Era do oceano, foi ele quem me escolheu, que me deu o dom. Digamos que ele fosse um intermediário entre mim e o oceano. E foi a ele que devolvi, foi ao próprio mar que dei meu espírito, mas nunca meu coração. A minha escolha foi a liberdade — explicou calmamente — Você optaria por viver com habilidades incríveis, mas sabendo que trocou sua liberdade por isso?
— Nesse tempo que ficou afastada dele... Eles voltaram?
— A maldição que Netuno resolveu colocar em mim depois que usei meu livre arbítrio diz que só poderei tê-los de volta quando Sparrow morrer.
Elizabeth arregalou os olhos. Finalmente pareceu entender que Jade não só escolheu ficar ao lado do homem que amava, mas escolheu que ele vivesse.
