dangerous || 1ª TEMPORADA

⍟ fifty eight

Um dia se passou após a missão de resgate. Jungkook teve todo cuidado com as meninas, ele solicitou que fizessem um mapeamento digital no corpo delas para identificar se havia algum chip embutido, no entanto, o escaneamento não encontrou nada.

Foram horas e horas de observação e interrogatório, o suficiente para deixar Jungkook com uma dor aguda no fundo dos olhos. Ele sentia uma terrível sonolência agora, principalmente depois de ter passado a maior parte do tempo revendo os interrogatórios na madrugada, sem grande sucesso aparentemente.

Agora, ele estava arrumando os últimos botões nos pulsos, realmente impressionado com sua aparência no espelho. Ele havia escolhido um par de calças pretas e um blazer da mesma cor, ambos desenhavam seu corpo com saliência. Pendurada em seu pescoço, havia uma corrente cartier folheada com ouro, um acessório peculiar que o Serviço de Espionagem considerou importante para o seu disfarce. Jungkook olhou para si mesmo no reflexo, vendo seu cabelo cuidadosamente escovado para trás, e sentiu que estava faltando algo.

Ao se lembrar, ele foi até sua mala sobre a cama e pegou algo embrulhado em um pano. Quando começou a desdobrar o tecido, uma lâmina afiada com um robusto cabo emergiu às suas vistas. Seus olhos ficaram fixados no instrumento, como se ela trouxesse uma corrente de lembranças à sua cabeça.

Ela feriu violentamente um de seus maiores inimigos e de alguma forma poderia servir para esta noite. A expressão de Jungkook tinha mudado, somente uma ligeira alteração, como se não pudesse escapar de seu objetivo mais tarde. Ele mal podia esperar para a festa de gala, pois acreditava que finalmente faria justiça – e se vingaria – em nome das vítimas.

Era tolice pensar que ele conhecia sua irmã muito bem, nem mesmo os olhos dos quais se recordava eram iguais. Jennie podia parecer muito adorável por fora, mas sua beleza carregava desastre em cada traço. O lapso momentâneo de nostalgia foi-se embora quando Jungkook se deu conta que agora ela havia se tornado uma estranha e não hesitaria em matá-la.

Com isso, o detetive guardou a lâmina no bolso interno do blazer, onde usava um suspensório cinza, e se olhou no espelho, percebendo que o instrumento não dava qualquer pista de que estava lá. Jungkook não podia prever como ela reagiria ao vê-lo, mas tinha quase certeza que existia um plano estratégico para prevenir qualquer ação inesperada da polícia. De qualquer forma, se fosse para causar algum caos, ele o faria.

Um bater suave na porta invadiu os ouvidos de Jungkook, que olhou naquela direção perturbadoramente desatento. Ele cogitou abrir a porta para a pessoa do outro lado, mas preferiu autorizar sua entrada verbalizando.

– Está aberta. – disse.

De repente, uma mão surgiu em torno da porta, empurrando-a para frente. A cabeça de Yoongi apareceu subitamente entre a fresta da porta, seu rosto estava marcado pelo cansaço e irritação.

– Já está pronto? – Jungkook sentiu que havia uma leve zanga no tom de sua voz que estava sendo inutilmente controlada.

– Estou. – seus olhos foram deslizando da camiseta aos chinelos de Yoongi quando este entrou totalmente no cômodo. – Você vai vestido desse jeito?

– Na verdade eu não vou. São ordens do Seokjin. – Jungkook fez uma expressão interrogativa. – Ele sugeriu que eu ficasse para manusear o sistema de segurança da festa e dar cobertura a vocês remotamente.

– Ele quer que eu faça tudo sozinho?

– Não, você e a Layla. – respondeu. – Ele prefere que a Layla te acompanhe porque ela tem experiência com espionagem e operações de disfarces. Ele acredita que vocês farão um belo casal e assim não vão levantar suspeitas.