⍟ sixty five [PARTE 2]

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Uma hora e meia depois, o carro de Jungkook entrou numa vaga e desligou a ignição. Jimin estava no banco do carona, tão quieto quanto um espectro. Eles estavam agora diante de uma enorme mansão, a qual pertencia a Christopher. No final de tudo, no entanto, o detetive foi o escolhido para levar o garoto, porém Seokjin e Yoongi estavam logo atrás em um Pajero.

O menino olhou para além da janela e observou a casa, sentindo-se encolher interiormente. Uma centena de pensamentos rolaram dentro de sua cabeça e uma sensação forte de nostalgia o pegou de forma desprevenida. Ele se recordava de todos os momentos felizes que viveu naquela casa enquanto criança, pelo menos até sua mãe arrancar isso dele. Hyeri nunca aprovou as suas visitas àquela casa e agora ele entendia o porquê.

– Anjo? – Jungkook o chamou, obtendo o olhar dele na terceira tentativa. Ele estava bem ali, a centímetros de distância, olhando-o de um jeito exclusivo. – Essa é a casa do seu pai?

Jimin lhe ofereceu um pequeno balançar de cabeça e então disse:

– Meu pai se mudou para cá quando se divorciou da minha mãe. Ele não ficou tanto tempo aqui porque se mudou para a Grécia, mas, segundo ele, essa casa vai ser minha um dia. – contou. – Eu tenho tantas memórias boas desse lugar.

– Então essa é a oportunidade perfeita para você matar a saudade.

Jimin deu a ele um pequeno sorriso, e mesmo sabendo que por dentro estava imensamente contente com aquilo, algo havia roubado uma parte de sua felicidade. Ele tinha uma tristeza em seus olhos que não poderia passar despercebida por Jungkook. Pensando por um instante, então, o detetive disse:

– Vamos entrar, seu pai deve estar esperando.

Com aquilo, ele removeu o cinto e deslizou para fora do carro, sendo imediatamente acompanhado por Jimin, que se lançou para fora ao mesmo tempo que ele. Olhando os arredores, o menino percebeu que nada havia mudado. A rua continuava a mesma, exceto por algumas casas em construção. De resto, no mais, as coisas estavam como eram antes.

De esguelha, Jimin visou um par de sombras se aproximando. Ele virou a cabeça na direção delas e encontrou Seokjin e Yoongi a pouco menos de um metro de distância. Estranhamente, Jimin se sentiu bem por ver que Seokjin estava presente, como se de alguma forma ele o estivesse desejando por perto.

– Uau, seu pai tem um bom gosto para casas. – comentou Yoongi, fazendo aquele típico assobio de elogio. – Digo, seu pai adotivo, claro, porque o seu progenitor aqui não entende nada sobre bom gosto.

Após aquela alfinetada nada séria, Seokjin deu um olhar assassino para Yoongi, que coçou a nuca para disfarçar. Jimin deu uma risadinha com o comentário, internamente grato por eles estarem ali.

– Eu posso falar mal de você agora, não posso? – Yoongi perguntou a Seokjin, seu tom sugeria brincadeira. – Agora que você não é mais o meu chefe, tenho passe livre.

– Eu poderia até lhe responder, mas vou evitar poluir os ouvidos do meu filho. – ele rebateu, não raivoso de fato.

– Se contenham. – Jungkook interviu, sorrindo. Ele chegou por trás de Jimin e o abraçou. – Não estrague a sua imagem antes do seu filho te conhecer.

Seokjin não respondeu, mas ele captou um tom que deslizava próximo de uma ousadia sarcástica na voz de Jungkook. Ele os avaliou dos pés a cabeça, exercendo uma quantidade exorbitante de controle para não fixar tanto nos braços de Jungkook em torno da cintura de Jimin. Porém, o detetive colheu brevemente sua observação antes mesmo que ele pudesse disfarçá-la.

– Acho melhor entrarmos antes que fique tarde. – Seokjin falou enquanto olhava para os lados.

Jimin e Jungkook se entreolharam por alguns segundos e então ambos começaram a rir baixinho. Eles, principalmente Jungkook, estavam cientes de que Seokjin estava procurando brechas para impedi-los de ficarem tão grudados, pelo menos em público.

dangerous || 1ª TEMPORADAOnde histórias criam vida. Descubra agora