Uma Jornada, Um Espelho, Um Amigo
Poucos tempo se passou até que eu me desse conta de que não sabia o caminho para Sapienzia e, sendo assim, fui até a casa dos anões, para pedir-lhes ajuda, mas eles pareciam mal lembrar- de Amara, por mais que eu tentasse despertar suas memórias, recordavam-se apenas de flashes, como um sonho ofuscado e Sapienzia não lhes passava de um reino distante no qual ninguém poderia entrar ou encontrar sem um convite.
O Castelo de Fera também me parecia fora de alcance, sendo que, o encontrei por acaso da última vez.
Certamente, localização e rastreamento nunca foram meu forte.
Sendo assim, cavalguei por quase um ano sem rumo, dando voltas e mais voltas, passando por vilas e reinos que em nada me acrescentavam, caçando pequenos animais para comer ou vender no mercado, em troca de alimento para meu alazão, trabalhando vez ou outra como carregador para ganhar algumas moedas e economizar as minhas, acostumando-me mais ao chão da floresta que à maciez de uma cama, até que, próximo ao reino de Branca de Neve, reencontrei a trilha de flores brancas e decidi voltar a casa de Marlon e pedir seu auxílio.
Após um longo dia no lombo de Rupert, chegamos à casa de pedra esculpida na montanha e, antes de bater à porta, Marlon já à abriu, estando atrás dele uma senhora, que me recordo de ter visto Amara conversando da última vez que estivemos aqui, assim como o homem ao lado dela. Hesitante, me aproximo, e sem rodeios, lhes pergunto:
- Lembram-se dela?
Marlon e a senhora entreolham-se, o homem parece confuso. Quando o mago volta a me encarar, acena positivamente e todos abrem espaço para que eu adentre a casa. A decoração rústica em pedra e madeira permanece a mesma, deixando o ambiente familiar e agradável. Pedindo ao homem que aguarde na sala, a senhora e Marlon me guiam até uma espécie de estufa, onde o aroma de todas as plantas ali presentes predominava.
Sentamo-nos à uma mesinha de chá no centro do local. Me oferecem chá, pão, torta e biscoitos que aceito sem cerimônia, tanto era o tempo que não comia tais delícias. Ambos parecem se apiedar de meu estado, sujo e esfarrapado, no entanto, não os culpo, estou mesmo maltratado, um príncipe andar como um mendigo deve ser mesmo algo chocante a se ver.
- Bom, - começa a senhora. - não me lembro de já fomos apresentados, mas sou Amélia, conheci nossa Amara há algum tempo, viemos do mesmo mundo.
- Eu sou Henrique, Amara é minha amada. Por obséquio, me digam, porque nos lembramos dela e os anões não?
Passar tanto tempo vagando me fez ter pressa por respostas.
Amélia olha para Marlon, como se coubesse a ele falar. Respirando fundo, o mago começa a se pronunciar:
- Quando Amara saiu desse mundo, a passagem dela por aqui precisou ser apagada, para que muitos felizes para sempre não fossem atrapalhados, por exemplo, se o príncipe Nicolas continuasse encantado por ela, não teria olhos para Cinderela e teriam seu felizes para sempre arruinado. Os anões, para que amassem verdadeiramente a pequena Branca de Neve, também não poderiam lembrar da ferida deixada por perderem a última que abrigaram, para sempre. - ele me encara por um instante. - Na verdade, acreditamos que você também a esqueceria, para que ficasse com Branca, porém, aqui está você, enquanto ela e seu irmão ficaram noivos.
A notícia em nada me espanta, já que ouvira os boatos por onde passei, mas não dei notícias à meu irmão, não haveria nada de agradável para lhe dizer e estragar tamanha alegria é a última coisa que desejo.
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Princesa, não! - Invadindo Os Contos De Fadas (Em Revisão)
FantasyAmara, uma garota de dezesseis anos, com total aversão a palavra "princesa", só tinha um problema na vida: descobrir como se vingar de seu ex-namorado mentiroso, que estava acabando com sua imagem pela escola inteira, mas, certas vinganças não são b...