1 | Heaven

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P.O.V YEONJUN

Acordar com passos apressados nos corredores, risadas altas e gritos agudos pode ser um pesadelo para qualquer pessoa, com exceção das pessoas que moram no Heaven. Eu moro aqui desde que saí daquela maldita clínica, há cinco anos, e posso afirmar que é incrível. A senhora Wolsen me acolheu aqui quando eu não tinha mais pra onde ir, já que meus pais me deserdaram depois que eu abandonei a clínica.

Algumas pessoas podem achar que morar em um orfanato é horrível e que viver no meio de crianças pode ser um problema, mas eu não me vejo dormindo em outro quarto ou cozinhando em uma cozinha diferente.

Eu adoro aqui e fico ansioso só de pensar que o próximo dono deste lugar serei eu, já que a senhora Wolsen não tem nenhum parente vivo e, mesmo eu negando várias vezes, ela confiou o orfanato em minhas mãos quando ela partir. Serei a próxima pessoa a comandar o Heaven e esse sempre foi o meu maior sonho.

A senhora Wolsen é como uma avó para mim; ela me acolheu e me deu um emprego quando eu não tinha mais ninguém.

Hoje é sábado e, como de costume, aos finais de semana eu fico apenas no orfanato ajudando a senhora Wolsen e os funcionários. Durante a semana, eu faço faculdade de administração e trabalho como diretor do Heaven.

Acordo bem cedo, com a risada de Jasmine servindo como despertador, e vou logo para um banho morno. O dia está quente e eu visto apenas jeans e camiseta. Eu adoro me vestir assim e 90% do meu closet possui roupas frescas.

Estou terminando de colocar o meu quarto em ordem quando a senhora Wolsen surge na porta do mesmo. Seus cabelos loiros estão atrapalhados, ela parece ofegante e, apesar do semblante cansado, um sorriso divertido está preso em seus lábios.

— Preciso da sua ajuda.

— Os gêmeos outra vez, hum? – Sua risada confirma o que falei.

— Tyler achou uma lagarta no quintal e agora está correndo atrás de Jason porque o mesmo demonstrou medo da criatura. Resumindo, a sala se tornou uma pista de corrida.

— Eu já desço. – Coloco meus travesseiros em ordem e a acompanho pelo corredor extenso do segundo andar.

Nós temos 10 quartos nesse andar, e 7 deles com 3 beliches. Os outros três são berçários. Todos ocupados. O meu quarto é o último e, como o da senhora Wolsen, possui banheiro. Mas pelo resto da casa existem milhares de banheiros, uma sala de televisão, de jogos educativos, uma cozinha enorme e um quartinho com objetos esportivos.

— Depois do almoço você passa no escritório? – A senhora Wolsen pergunta assim que entramos na sala e avisto Tyler correndo atrás de Jason.

— Claro, sobre o que quer falar?

— Nós conversamos mais tarde. – Seu semblante abatido me preocupa de imediato, mas antes que eu fizesse perguntas, ela já havia ido em direção ao quintal.

— Tyler. – Eu falo alto o suficiente para o garotinho loiro travar na hora. Sorrio para Jason, que parece ver seu herói em mim. Eu sempre o tiro das garras de seu irmão gêmeo. – Isso é coisa de fazer com o seu irmão?

— É só um bichinho. – O garotinho de três anos partiu para sua própria defesa. – Jason que é medroso.

— Não sou não. – Ele se agarra nas minhas pernas e faz bico.

— Okay, os dois não vão mais brigar e você, me dê esse bichinho. – Estendo a mão e Tyler coloca sobre a mesma uma lagarta vermelha. Deixo a coisinha pequena na janela e ela não demora para sair dali. – Se eu convidar vocês para comer sorvete com biscoito, vão parar com essa briga toda?

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