Redemption

3 | dutch whiskey

P.O.V YEONJUN

Apesar de ter ido até a casa de Taehyung dirigindo, eu estava ofegante em sua porta, como se tivesse corrido os 5 quilômetros. Não demorou muito para eu ser atendido. O loiro me encara com esses olhos castanhos invejáveis, observa a caixa nas minhas mãos e o meu estado. E sem nem ao menos questionar, ele sabe exatamente o que está acontecendo.

— Okay, essa é uma das suas crises? Porque eu já estou farto de você estar sofrendo por aquele traste. — Como um milagre, ele me arranca um sorriso, me puxando para dentro de sua casa.

Taehyung se casou com Yoongi há três anos e, como padrinho de casamento, eu venho muito aqui, principalmente para desabafar com o meu melhor amigo. E Beomgyu sempre é o assunto principal.

— Agora é diferente. — Eu digo, me sentando no sofá e segurando com força a caixa nos braços. — Eu quero abrir essa caixa, mas o orfanato não é um bom lugar.

— O que houve?

— Talvez eu tenha me reencontrado com o Beomgyu hoje... — Seus olhos quase saltam para fora. — ... ele é o novo dono do orfanato. E ver ele me deixou louco, gritei como um condenado e, por fim, me tranquei no quarto. Então ele saiu de lá claramente nervoso. E depois disso, eu não vou abrir essa caixa lá.

— Beomgyu está de volta? — Eu concordo, respirando fundo logo em seguida. — Uau, isso não é uma notícia qualquer. Como você reagiu?

— Como você acha? — Ergo uma sobrancelha e ele ri. — Eu estava descontrolado. Ver ele me trouxe lembranças indesejadas, principalmente quando vi que ele mudou tanto. Parece estar tão bem.

— Você quer dizer que ele está gato?

— Eu acho que não existe palavra no mundo para descrever ele. — Reviro os olhos, tendo a lembrança de Beomgyu bem fresca na minha mente.

— Ah, qual é! Ele sempre foi lindo, não se faça de idiota.

— Taehyung, você não tem noção do que eu vi. Ele parecia tão confiante naquela roupa social, o cabelo bem baixo e uma barba que o deixou com um semblante mais maduro. Sem falar nas tatuagens. — Ele parece se divertir com as minhas palavras. Devo estar babando agora. — Nem toda a beleza dele, e o carro importado... — Ele gargalha. — Vai apagar o passado. Ele ainda é alguém que eu quero me manter longe.

— Ele vai ser o novo dono do orfanato, aonde, por acaso, é a sua casa. Você vai conviver com ele.

— Tudo aquilo é dele agora. Eu e a senhora Wolsen vamos ter que caçar pernas para quem te quer. — Batuco meus dedos sobre a caixa de papelão. — Eu guardei alguns desenhos dele. E tem as músicas e o colar. Ver ele me deixou incomodado e, mesmo não querendo assumir, sei que é saudade. Mas não posso acabar com isso usando ele, então vou usar essas coisas. Desenhos e lembranças.

— Tem certeza? — Eu concordo e ele se levanta, indo até a cristaleira ao lado da televisão. — Acho que vamos precisar de um whisky. Com gelo?

— Claro. — Convicto do que quero, abro a caixa sem delongas.

A primeira coisa que vejo é aquele maldito colar, me fazendo lembrar instantaneamente daquela noite. Foi incrível. Eu me senti tão único, especial e amado. Bom, ele me fazia sentir essas coisas a todo momento. Exatamente por isso me apaixonei.

— Hey, deveria começar a beber antes de qualquer coisa. — Taehyung me dá uma bronca, vendo que já estou chorando. — Uhh, o colar da fatídica noite. Começou bem, garoto!

— Todos os momentos eram assim. Um conto de fadas.

— Ah, Deus! — Taehyung afunda seu rosto nas mãos dramaticamente e eu consigo rir outra vez no dia.