P.O.V YEONJUN— O que foi? – Pergunto para Beomgyu assim que entramos no carro. Ele não disse uma palavra desde que saímos do apartamento, ficou mexendo a boca a todo momento, exatamente como eu fico quando preciso apresentar algum trabalho da faculdade. Sei que ele está tenso com algo.
— Nada. – Ele sorri, um sorriso pequeno, e liga o carro.
— Beom... – Digo em sinal de aviso, deixando bem claro que estou farto de segredos. Ergo meu braço e massageio sua nuca, fazendo um carinho nos seus fios de cabelo.
— Estou ansioso. Nós passamos as últimas três semanas com a companhia do Mason, não fizemos nada sozinhos e, quando ele voltou para Londres, nós apenas trabalhamos. É bom poder fazer algo assim, só isso.
— Você tem razão. – Concordo com ele, soltando um suspiro. – Precisamos preservar esses momentos.
— Com certeza. – Seu tom de voz está carregado de ansiedade e animação, o que me deixa mais tranquilo. Seus lábios cobrem os meus em um beijo, e sorrio no meio do mesmo, gostando de seus truques para me acalmar. Seus sorrisos e beijo o entregam.
— Você consegue me passar a perna direitinho.
— Tenho os meus truques. – Ele pisca um olho, dando partida no carro.
Não conto sobre os meus conhecimentos de seus truques porque ele não faria outra vez. E digamos que eu adoro ser o motivo de seus sorrisos e amo os beijos em momentos aleatórios.
Nós demoramos alguns minutos para chegar ao restaurante. Ele fica exatamente na areia, mas possui um píer de madeira onde as mesas estão expostas. As mesas estão bem iluminadas pelas velas e lâmpadas presas nas árvores. Algumas delas são descobertas, mas a que o garçom nos guia possui uma tenda de cedro sobre ela.
Fico sem ar ao ver dálias espalhadas pela mesa, velas posicionadas artisticamente e os pratos, talheres e taças organizados como em um filme. Beomgyu puxa a cadeira para mim, e não demoro a me sentar, querendo observar tudo com mais atenção.
O barulho das ondas deixa o local aconchegante, a brisa que vem do mar nos refresca, e a maresia se mistura com o cheiro das velas aromatizantes. Tudo combina com tudo, fazendo a harmonia exata entre os objetos de decoração. Ao mesmo tempo que é um restaurante muito sofisticado, ele é aconchegante demais, quase caseiro.
— Você gostou? – Encaro Beomgyu, depositando toda minha atenção nele agora. Vejo a insegurança em seus olhos, mas sorrio para acalmá-lo.
— É incrível, Beom. Não sei como nunca me interessei em vir aqui.
— Espero que não tenha sido nada demais para você. Não queria algo exagerado.
— Não é exagerado, é perfeito. É um restaurante francês no píer de uma praia, mas tudo ficou genial. A decoração é inovadora e eu adorei! – Exclamo animado, desmanchando os vincos de preocupação na testa do meu namorado. Ergo minha mão sobre a mesa e seguro a sua. – Relaxa, você escolheu o lugar certo! Até mandou colocarem flores.
— Eu sei o quanto você adora dálias. Todo esse lance de significar a delicadeza, sutileza e principalmente olhos abrasadores. – Fico atento, me perdendo no movimento que seus lábios fazem para pronunciar cada palavra. – Seus olhos me tiram completamente do mundo real, eles me acolhem, me trazem segurança e, através deles, eu consigo saber exatamente o que você está sentindo. Eles dizem muito sobre você.
— Dizem? – Ele concorda. – Tipo o que?
— Eu sei quando você está eufórico, eles ficam num verde escuro, ficam esmeralda quando você está feliz e, quando estamos juntos, tipo agora, eu reconheço essa admiração que transborda de sua íris e seus sentimentos por mim os fazem brilhar. Não preciso que você pronuncie palavras, seus olhos me dizem tudo que eu preciso e quero saber.
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Redemption
FanfictionAnos se passaram, caminhos opostos e vidas opostas. Depois da transferência de Beomgyu, seus caminhos nunca mais se cruzaram novamente, entretanto, isso irá mudar. Choi Yeonjun, diretor do Heaven, um dos maiores orfanatos de Londres, que no momento...