Redemption

8 | Reconcilement

P.O.V YEONJUN

Beomgyu saiu da sala imediatamente, e tenho medo de que ele vá atrás de Hendrick. A raiva que ele sentia segundos atrás era grande demais para simplesmente deixar para lá. Não quero deixar a senhora Wolsen sozinha após essa enorme confusão, mas ela implora que eu vá atrás de Beomgyu.

Corro pelos corredores, perdendo meu tempo chamando pelo seu nome, já que não tenho respostas. Então, penso que talvez ele possa estar em sua sala. Sigo as pequenas placas nas paredes que levam até a sala da diretoria e encontro uma mulher atrás de uma mesa, antes da porta enorme, com uma placa escrita "DIRETORIA".

— Hãm, eu estou procurando o Beomgyu. — Falo para a mulher de meia-idade, que sorri para mim.

— Ele não voltou aqui desde que saiu para a reunião, querido. Provavelmente ele está no terraço.

Não perco tempo perguntando o porquê de ele estar no terraço, apenas agradeço pela informação. Tanto de onde ele estava quanto como eu faria para chegar lá. Ao lado do elevador, tem uma escada; eu subo os poucos degraus que há nela e abro uma porta de ferro, sentindo um vento forte me atingir. Apesar de o espaço ter grades altas, me sinto um pouco desconfortável por estar tão longe do chão, mas nem mesmo esse meu medo ridículo de altura vai me fazer voltar.

Encontro Beomgyu encostado no parapeito, e seus olhos parecem focados no horizonte, enquanto um cigarro ocupa o espaço entre seus dedos. Só de olhar para ele, noto seus ombros tensos e seu maxilar trincado, mas não fico receoso de me aproximar.

— Beomgyu... — Eu o chamo e, apesar de me ouvir, ele não me olha. Me aproximo ainda mais e toco seu ombro, finalmente despertando sua curiosidade. — ... não quero te ver assim.

— Como você quer me ver, Yeonjun? Como acha que vou ficar depois de ouvir tanta merda sair da boca daquele traste? Viu o que ele falou de você? Quem ele pensa que é para falar com você daquela maneira e na minha frente? Ninguém fala com você daquele jeito, pelo menos não na minha frente, onde eu posso defender você. Eu vou acabar com a raça dele na justiça. Você vai ver, isso não vai passar em branco.

Finalmente consigo ver o Beomgyu que tanto procurei desde que ele voltou. Aquele que se preocupa comigo, que me defende de tudo e de todos, que se importa comigo. O meu Beomgyu. Ele estava ali, e não acredito que demorou tanto para ele voltar para mim.

— Beomgyu...

— Não, Yeonjun. Você devia ter deixado aquilo comigo. Eu teria acabado com ele e não ligava para a minha reputação. — Ele traga o cigarro uma última vez antes de jogá-lo fora. — Eu sei que você se lembra do Beomgyu pacifista, a maior parte do tempo, pelo menos, mas ao longo do tempo eu adquiri certa tolerância de paciência e, quando alguém a ultrapassa... ah, Yeonjun, eu perco completamente a cabeça.

— Eu sei, mas me escuta...

— Não... quer saber? Eu vou tomar uma medida agora. Se precisar, eu difamo até a alma desse desgraçado na televisão. Viu como a senhora Wolsen ficou? Meu Deus, ele...

Não consigo mais ouvir sua voz, ele falando e falando, sem me dar oportunidade de dizer o que eu quero. Então, pela primeira vez desde que ele chegou, eu me sinto verdadeiramente encorajado. Preciso ficar na ponta dos pés, seguro seus ombros largos e antes que ele pudesse questionar algo, tomo a iniciativa de o beijar.

Nossos lábios parecem travados, um sobre o outro, mas é o suficiente para acender fogos de artifícios no meu estômago. Meus dedos trêmulos fazem um caminho curto até sua nuca, a sensação de estar pegando fogo se intensifica quando ele me segura pela cintura.

Tão firme e tão inseguro, como se eu fosse correr a qualquer momento e ele jamais me soltaria. E preciso dizer que estar de volta em seus braços é a sensação mais incrível que já senti durante toda a minha vida. A saudade imensa que senti nos últimos cinco anos foi embora, completamente, assim como o peso do meu peito.