7 | Choi's Enterprise

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P.O.V YEONJUN

— Beomgyu? — Senhora Wolsen encara o moreno que acabou de entrar na cozinha, claramente confusa. — Querido, o que faz aqui tão cedo?

Ele acorda de um jeito engraçado, sempre acordou, na verdade, mas senti falta de presenciar isso pela manhã. Seus olhos, já pequenos naturalmente, ficam praticamente fechados por causa do sono e inchados também. Seu cabelo está completamente bagunçado e ele rasteja até se sentar na cadeira ao meu lado.

— Eu dormi aqui. — Ele esfrega os olhos e, nesse meio tempo, a senhora Wolsen me lança um olhar significativo. Trato logo de explicar a situação.

— Nós saímos ontem à noite com Taehyung e Yoongi, bebemos. Beomgyu me trouxe aqui e eu disse que era melhor ele ficar do que pegar a estrada de volta para a cidade.

— Bom, já que está aqui, podemos resolver algumas coisas com o meu advogado. Ele já estava vindo e será ainda melhor se você estiver.

— Eu precisava ir ao hotel e depois à empresa, uma coisa séria, mas podemos marcar às dez no meu escritório? Não posso mesmo demorar aqui. — Acho engraçado a forma como ele se culpa por não poder fazer o que a senhora Wolsen pediu.

Gosto da forma como ele procura agradar a todos, mas isso me preocupa também. Quando ele vai começar a fazer as coisas para si mesmo e não para todos à sua volta?

— Sem problemas. Resolva o que tiver de resolver e nos encontramos às dez. — A senhora Wolsen pensa como eu. Ela beija a cabeça dele e a minha bochecha, saindo logo em seguida da cozinha.

— Você está péssimo! — exclamo rindo, servindo café para ele.

— Eu tenho uma tolerância a álcool muito baixa. — Ele tenta sorrir, mas faz uma careta. — Minha cabeça está explodindo. Não sei nem como vou dirigir uma reunião hoje.

— Você disse que era sério. Algum problema na empresa?

— Ãhn, não. — Beomgyu resmunga. — Eu preciso comprar uma passagem de avião e era para isso estar resolvido há alguns dias.

— Você vai viajar? — Não escondo minha curiosidade.

— Não. Yuna, minha irmã, vai vir pra cá. — Ele apenas diz isso, levantando-se logo em seguida. Antes que eu pudesse argumentar sua pressa, ele me corta. — Vou indo. Te vejo depois, OK?

— OK. — Murmuro, observando ele sair da cozinha sem nem ao menos tocar no café.

Nossa conversa de ontem à noite ronda pela minha cabeça e fico curioso. Ele disse que tem segredos que, por acaso, podem me machucar, e mesmo querendo saber tudo a respeito dele, tenho medo.

Medo de ser algo que realmente me deixaria magoado, que me fizesse afastar dele, e eu sei que se algo nos separar outra vez, jamais conseguiria estar com ele novamente. Eu fiquei destruído quando ele foi embora e, quando o vi de novo, não foi nada fácil me acostumar. Mas finalmente estamos nos entendendo e eu estou sentindo tantas coisas boas ao mesmo tempo. Aquela vontade insana de estar com ele a todo momento, de querer olhar em seus olhos, ouvir sua voz ou sentir, nem que seja por dois segundos, seu toque.

Eu pensava que nunca iria me sentir assim, não depois de sofrer tanto com a ida dele, mas aqui estou, agindo como um adolescente de 16 anos outra vez. Por muito tempo, eu procurei apagar o amor que sentia por Beomgyu e até hoje não sei o que houve com ele. Nunca foi embora, mas parece estar escondido. Eu não consegui encontrá-lo ainda, mas todas essas sensações que sinto ao lado dele são as pistas dizendo que estou cada vez mais perto de resgatar aquele sentimento. Espero que ele esteja sentindo isso também. E bom, eu não tenho dúvidas disso.

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