Redemption

14 | Novelettish

P.O.V BEOMGYU

Alguns dias se passaram desde a ida de Mason, e eu tentei ignorar o sentimento de angústia, mas as razões são sérias demais para eu simplesmente esquecer. Primeiro, eu fui extremamente presente na vida do meu filho até agora, e de repente eu preciso vê-lo uma vez por mês, e isso tem tirado toda a minha paciência. E, segundo, é claro, havia Tessa.

Dormir tem se tornado difícil com todos os pensamentos que fritam minha mente. Meu Deus, ela ameaçou 60 crianças na minha frente, como se não fossem nada, e eu não sei exatamente o que devo fazer.

Sinto-me culpado também. Tereza está fazendo isso por puros ciúmes e egoísmo; ela quer descontar suas frustrações em crianças inocentes, e jamais imaginei que ela fosse capaz disso. Temos um filho de 3 anos, e ela simplesmente diz, sem remorso, que vai destruir o Heaven. Um orfanato cheio de crianças como o nosso filho.

Isso tem tirado completamente o meu sono, e Yeonjun percebeu. Ele tem dormido comigo no hotel e, durante o dia, realiza todos os seus deveres, intercalando entre ajudar no orfanato, trabalhar e faculdade. Eu também ando muito ocupado na empresa, que precisa da minha total dedicação no momento por ter sido erguida agora na cidade. É claro que o nome faz sua própria propaganda, mas eu preciso estar atento a todos os setores, minuto a minuto, então curtir o momento com o Yeon não tem sido fácil.

Eu queria propor a ele em casamento o mais rápido possível, mas essa situação com a Tessa me deixou recuado. Eu não contei nada a ele, ocultei todo aquele absurdo, querendo protegê-lo de alguma forma, mas sei que estou fazendo a escolha errada. E eu não posso pedir que ele seja meu noivo enquanto mantenho um segredo que o deixaria sem estrutura.

Fico sempre atento ao computador, enquanto converso com advogados de confiança, tentando achar uma solução com eles. Mas é uma situação delicada. Se eu denunciar Tereza com provas, ela vai presa. Isso seria um alívio, mas o Mason não é só meu filho; ele precisa da mãe, e eu não conseguiria explicar ao meu filho que joguei a mãe dele na cadeia.

Tudo isso tem deixado meus ombros tensos; estou sempre no mundo da lua e confuso demais para tomar uma decisão.

— Beom? – Fico ereto na cadeira quando escuto a voz de Yeon surgindo no escuro.

São três da manhã, estou sozinho na mesa da cozinha, de olho no computador e conversando com alguns advogados.

Olho para o moreno, sorrindo um pouco ao vê-lo vestindo nada além de uma blusa minha de botões. Ele fica uma verdadeira tentação vestido assim, principalmente quando o olho e relembro os momentos incríveis que tivemos juntos na minha cama.

— Hey, babe. – Fecho o notebook imediatamente quando ele vem até mim. Seu braço passa por meus ombros, e ele se senta na minha perna. Eu abraço sua cintura sem pensar duas vezes. Yeonjun tem sido a única coisa que me mantém na lucidez.

— O que você está fazendo acordado agora? E ainda bebendo isso? – Ele faz careta ao cheirar o líquido âmbar no meu copo.

— Estava conversando com o Mason por Skype. – Minto. – São nove da manhã em Londres.

— Você estava conversando com seu filho e bebendo whisky? – Balanço os ombros. – Que educativo.

— E você? – Desconverso rapidamente. – O que faz acordado essa hora?

— Eu procurei você na cama e fiquei em alerta quando não te encontrei. – Suspiro quando sinto seus dedos subirem para o meu cabelo, fazendo um carinho bom. – O que está acontecendo, Beomgyu?

— Nada. – Não consigo olhar em seus olhos, balançando a cabeça. Yeonjun segura meu rosto, grudando seu olhar no meu. Ótimo!

— Não minta pra mim, Beom. Por favor. Eu não sou estúpido. Desde que Mason foi embora, você chega no hotel, abre uma garrafa de bourbon, toma um banho e tenta dormir, mas é a terceira vez na semana que te encontro acordado de madrugada. Pensei que os segredos haviam acabado, mas a cada dia que passa estou convencido de que eles nunca vão nos abandonar. E você sabe que não vai dar certo se continuar me poupando de problemas. E é isso que você está fazendo, me poupando de algum problema.